A maior emissora de stablecoins do mundo, a Tether, está no caminho para encerrar o ano com mais de US$ 10 bilhões em lucro líquido, afirmou o CEO Paolo Ardoino em uma entrevista.
À medida que o bitcoin (BTC) e muitas outras criptomoedas atingiram novos recordes históricos, a demanda pela stablecoin USDT da Tether — atrelada ao dólar — disparou. O token adicionou quase US$ 50 bilhões ao seu valor de mercado este ano, que agora supera US$ 140 bilhões, de acordo com o rastreador de dados CoinMarketCap. Grande parte dos ganhos da Tether vem de investimentos em suas reservas que respaldam as stablecoins, incluindo o USDT, em títulos do Tesouro dos EUA, ouro e outros valores mobiliários.
Este ano, a Tether investiu mais da metade de seus lucros líquidos, afirmou Ardoino. Na sexta-feira (20), a empresa anunciou que concordou em investir US$ 775 milhões na rede de compartilhamento de vídeos Rumble, incluindo um compromisso primário de US$ 250 milhões em dinheiro, além de apoiar a oferta pública de aquisição da Rumble para até 70 milhões de ações a US$ 7,50 por ação.
"No próximo ano, planejamos destinar pelo menos metade dos lucros a investimentos", incluindo em IA (Inteligência Artificial), disse Ardoino. "Nosso investimento está apenas começando." No primeiro trimestre, a Tether planeja lançar sua própria plataforma de IA, permitindo que as pessoas interajam com inteligência artificial usando seus celulares, acrescentou ele.
A Tether também tem investido em mineradores de bitcoin, biotecnologia e outros setores.
A empresa continua avaliando investimentos nos EUA, já que a regulamentação de criptomoedas deve se tornar mais favorável sob o presidente eleito Donald Trump, afirmou Ardoino. Howard Lutnick, indicado por Trump para ser Secretário de Comércio, é o chefe da Cantor Fitzgerald, que comprou uma participação na Tether e custodia as reservas da emissora de stablecoins. Lutnick está em negociações para aprofundar os laços financeiros entre as duas empresas e discutindo planos para um programa de empréstimos, informou a Bloomberg anteriormente.