Criptomoedas
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Por Toni Sciarretta e Ricardo Bomfim, Valor — São Paulo

Se o mundo das finanças já assusta pelos jargões e pela terminologia técnica, a criptoeconomia pode ser ainda mais intimidadora para os iniciantes, uma vez que aos termos do mundo financeiro se juntam expressões cunhadas por desenvolvedores de software, hackers e advogados especializados no mercado de capitais. Confira abaixo uma breve explicação didática para os termos mais comuns do segmento.

Altcoin

São todas as outras criptomoedas que não bitcoin (BTC), a maior desse mercado. O bitcoin sozinho responde por pouco mais de um quarto do valor de mercado de todas as criptomoedas existentes, de modo que qualquer outra pode ser considerada uma moeda digital "alternativa" ou uma "altcoin". Isso apesar do ethereum (ETH) já ser visto por alguns como uma criptomoeda quase tão testada no tempo quanto o BTC.

Binance

Maior corretora de criptomoedas do mundo, ela foi criada pelo bilionário chinês Changpeng Zhao, um histórico crítico da regulamentação do mercado, e opera praticamente no mundo todo. A Binance oferece os mais diversos serviços para criptomoedas, de negociação de moedas digitais a staking e até movimentação de derivativos do mundo cripto.

Bitcoin

Primeira e maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, a rede do Bitcoin foi criada em 2009, no meio da crise financeira global, pela misteriosa figura de Satoshi Nakamoto, que pode ser uma pessoa ou várias, uma vez que ele jamais foi encontrado fisicamente ou deu entrevistas pessoalmente. No White Paper da moeda, Nakamoto escreve que: "um sistema eletrônico de pagamentos é necessário, que seja baseado em prova criptográfica, em vez de confiança, permitindo que quaisquer duas partes interessadas transacionem diretamente entre si sem a necessidade de um intermediário". A ideia do bitcoin, portanto, é permitir a validação de transações por meio de computadores com acesso a blocos. Uma transação, para ser validada, precisa ser validada por diversas máquinas ao mesmo tempo. Ou seja, é o consenso da rede, e não um intermediário como um banco ou bandeira de cartão que certifica a validade daquela transação.

Blockchain

Tecnologia por trás do bitcoin e que se tornou sinônimo das redes descentralizadas. O blockchain garante que as criptomoedas possam existir sem ter um controle central, já que passa a validação de uma transação por uma série de blocos, garantindo maior segurança.

Cardano

Plataforma de blockchain lançada em 2017 pela empresa de software criptográfico IOHK (Input Output Hong Kong) para concorrer comercialmente com a Ethereum na execução de contratos inteligentes, finanças descentralizadas, gestão de metadados, entre outras aplicações. A moeda nativa do ecossistema é a ADA, quinta maior criptomoeda sem considerar as stablecoins. A plataforma é liderada por Charles Hoskinson, ex-fundador da Ethereum e da Ethereum Classic, que decidiu criar sua própria blockchain após desentendimentos com Vitalik Buterin sobre o posicionamento comercial do Ethereum.

CBDC (Central Bank Digital Currencies)

São as versões digitais e programáveis das moedas soberanas nacionais, como o yuan digital e futuramente o real digital. Emitidas pelos próprios bancos centrais, essas moedas também são conhecidas como govcoins e utilizam tecnologia blockchain ou DLT (Distributed Ledger Technology ou tecnologia de ledger distribuído) para executar contratos inteligentes, conexão com máquinas, inteligência artificial e serviços financeiros com potencial para dispensar intermediários.

CeFi

Sigla para Centralized Finance, ou finanças centralizadas. É basicamente o nome que os especialistas de finanças descentralizadas deram para o sistema financeiro tradicional, baseado em moedas que possuem o controle total de um banco central.

Coinbase

Uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, a Coinbase está sediada em São Francisco, na California, e atua em aproximadamente 32 países. A empresa foi criada em 2012 por Brian Armstrong e Fred Ehrsam.

Comunidades

Comunidades de criptomoedas são agrupamentos de entusiastas de um determinado criptoativo que se juntam online em alguma plataforma para ficarem informados das novidades e para debater ideias a respeito dos rumos que aquele ativo digital deveria tomar. Os aplicativos mais usados pelas comunidades cripto são Telegram, Viber, Slack e Discord. O engajamento e o tamanho de uma comunidade em torno de um criptoativo são frequentemente determinantes para o sucesso dele em termos de adoção e relevância neste universo.

Criptoativos

São tokens que representam ativos digitais de modo geral que podem ser transacionados em plataformas de negociação. Têm as mais diversas características, como moedas – as criptomoedas –, títulos de dívida, commodities, participações em empresas, obras de arte, certificações de autenticidade, governança, além de acesso a serviços – utility tokens.

Criptomoeda

Normalmente, são os tokens que representam moedas digitais privadas criadas para funcionar como meio de troca e de pagamentos por serviços dentro de ecossistemas fechados de plataformas blockchains. Cada plataforma tem a sua moeda, caso do BTC para o Bitcoin e o ether para o Ethereum. Essas plataformas usam criptografia para garantir a segurança das transações e serviços.

DAO (Decentralized Autonomous Organization)

Uma DAO ou Organização Autônoma Descentralizada é uma organização que pode ser uma empresa na qual todos os processos são realizados via blockchain. Em vez de ter uma equipe de negociação com fornecedores, por exemplo, uma companhia gerida por DAO poderia deixar programado no blockchain os prazos e parâmetros para pagamento de insumos. As decisões mais complexas, que precisam necessariamente de intervenção humana, são tomadas via votação entre os detentores de tokens dessa empresa. Ou seja, é basicamente como uma companhia sem hierarquia, na qual todos os colaboradores são sócios e todos os processos são automatizados.

DeFi (Finanças Descentralizadas)

DeFi, sigla para Descentralized Finance, são serviços financeiros como pagamentos, crédito entre pessoas (P2P), câmbio de moedas, trade de ativos digitais, seguros, investimentos financeiros, entre outros, que não dependem de intermediários centralizados como corretoras, bolsas de valores, bancos, custodiantes, registradores, entre outros. Parte dos riscos de contraparte são mitigados pela tecnologia dos contratos inteligentes, autoexecutáveis, que são normalmente padronizados e rastreados dentro das blockchains.

Discord

Inicialmente criado para permitir o bate-papo de pessoas que querem jogar videogame juntas online, a plataforma passou a ser usada para reunir pessoas que querem discutir os rumos de algum criptoativo. Hoje, o Discord é uma das redes sociais mais utilizadas por entusiastas de criptoativos junto com o Telegram.

Dogecoin

É uma moeda meme ou memecoin criada em 2013 baseada em uma série de imagens engraçadas de simpáticos cachorros da raça shiba inu. Desde o início, os criadores do protocolo, Billy Markus, Jackson Palmer, admitem que a criptomoeda não possui valor e, portanto, que não seria um bom investimento. No entanto, a comunidade em torno da Dogecoin se fortaleceu, com muitas pessoas empolgadas com o projeto e que seguram o valor da moeda quando ela cai. Para ajudar, o bilionário Elon Musk, dono e CEO da Tesla, já tuitou diversas vezes sobre a criptomoeda, inflando ainda mais a onda especulativa.

Ethereum

Segunda maior e mais importante rede descentralizada do mundo, o Ethereum surgiu em 2013 com uma função diferente do Bitcoin. A ideia de seu fundador, Vitalik Buterin, não era simplesmente fazer um meio de pagamento digital, e sim desenvolver uma plataforma que servisse de suporte para a criação de outros aplicativos relacionados à descentralização, como por exemplo os smart contracts e, mais tarde, os NFTs. Redes inteiras de novas criptomoedas são criadas em cima do Ethereum por conta dessa funcionalidade. A moeda digital do protocolo, o ether (ETH), só fica atrás do BTC em valor de mercado. No entanto, muitos criticam o Ethereum por ter gas fees, ou seja, taxas de transação, muito elevados. Por ser uma rede bastante descentralizada, as transações são mais seguras, porém mais caras por conta do enorme volume de operações realizadas.

Exchange

O nome em inglês para corretora de criptomoedas. É uma empresa que faz câmbio e oferece a seus clientes a possibilidade de trocar dinheiro "real" por criptomoeda ou realizar negociações entre duas criptomoedas diferentes. Entre as maiores exchanges do mundo estão Binance, Coinbase e FTX. No Brasil, as maiores exchanges nacionais são MB (antigo Mercado Bitcoin) e Foxbit.

Fan Token

É uma espécie de criptoativo voltado a fãs de alguma coisa. Pode ser um time de futebol, um artista, esportista ou celebridade. A ideia é que as empresas produtoras de fan tokens vendem a seus clientes a propriedade digital de algo relacionado ao que essas pessoas gostam e os consumidores compram com objetivo de colecionar ou de obter alguma promoção e/ou experiência relacionada ao seu ídolo.

Fiat Money (Moeda Fiduciária)

É a chamada moeda tradicional. São divisas emitidas por bancos centrais como real, dólar, iene, yuan, libra, peso etc.

Flippening

Movimento hipotético em que o preço do ether, moeda digital da rede Ethereum, ultrapassaria o do bitcoin, a maior e mais antiga criptomoeda.

Fork

O fork é uma divisão de uma criptomoeda em duas, que geralmente ocorre quando há dissenso na comunidade e entre os desenvolvedores da rede ou quando algo dá errado com o protocolo original. O mais famoso fork é o da rede Ethereum em 2016, quando o projeto de financiamento baseado em DAO do Ethereum gerou uma vulnerabilidade no sistema e o equivalente US$ 50 milhões em ETH foram roubados por um hackeamento dentro da rede. Como resultado, o protocolo original do Ethereum passou a se chamar Ethereum Classic e o novo, com segurança aprimorada, passou a se chamar apenas Ethereum.

Halving

Proposto no white paper do bitcoin, que rege os princípios de funcionamento da mais antiga das criptomoedas, o halving determina a redução pela metade do número de moedas digitais que podem ser mineradas a cada ciclo de 210 mil blocos adicionados na blockchain. Isso ocorre, normalmente, de quatro em quatro anos. O objetivo é manter a criptomoeda escassa por mais tempo, garantindo sua valorização. O último halving do bitcoin aconteceu em 2020 e o próximo será em 2024. Investidores do mercado cripto acreditam que nos intervalos entre os halvings ocorrem os chamados invernos dos criptoativos, quando as moedas digitais passam por um período de desvalorização prolongada detonada por uma crise do segmento, como é o caso de ataques hackers e colapsos de determinados sistemas antes de ressurgirem com o aperfeiçoamento da tecnologia e chegada de novos usuários. O evento mais recente neste sentido foi o colapso do ecossistema Terra/Luna.

Hashrate

É a medida do poder de processamento total utilizado pelos computadores que estão minerando uma determinada criptomoeda. A hashrate também pode ser usada para verificar a velocidade que as máquinas estão demorando para resolver os cálculos que são feitos para descobrir um novo bloco daquela criptomoeda.

Memecoin

As memecoins são moedas digitais originadas de memes engraçados da internet e com forte apelo entre investidores pessoas físicas em redes sociais. As mais conhecidas são as “dog coins”, como a Dogecoin, pioneira entre as meme coins, criada como piada ainda em 2013 com o símbolo do cachorro Shiba Inu. No final do ano passado, havia cerca de 120 meme coins no mercado, entre elas, a Shiba Inu Coin, um cópia do protocolo da Dogecoin criada para concorrer com o meme original do cachorro Shiba Inu.

Metaverso

Cunhado pela primeira vez no livro “A Nevasca” de Neal Stephenson, de 1992, o metaverso é a representação de um mundo virtual que tenta replicar a realidade física por meio de dispositivos digitais. É um espaço virtual coletivo e compartilhado, como nos jogos de videogame online, que pode ser acessado por meio de tecnologias tais quais realidade aumentada e óculos de realidade virtual. A ideia do metaverso acabou se combinando com a de criptoativos, porque a posse digital certificada pelo blockchain tirou do plano das ideias questões que pareciam saídas da ficção científica como a compra de um terreno em um universo digital. Entre os projetos modernos mais conhecidos estão The Sandbox e Descentraland, embora no mundo dos jogos eletrônicos existam protótipos de metaverso desde o Second Life (2003) passando por algumas experiências dentro do fenômeno Fortnite e do game mobile Roblox.

Mineração

É o processo que ocorre em redes Proof of Work (PoW) no qual a verificação de autenticidade de transações e de inscrição de dados acontece por meio do uso de recursos de processamento de computadores com acesso às redes de blockchain. A mineração de criptomoedas permite confirmar as transações por meio de um consenso inviolável para o resto da rede ter conhecimento de que aquela transação ocorreu. Isso impede o reuso de moedas, por exemplo. No caso de bitcoin, a mineração consiste no uso de computadores de alto desempenho para resolver problemas matemáticos de grande complexidade com o objetivo de encontrar novos blocos antes dos mineradores concorrentes. Estes blocos serão, a partir de então, usados para validar e certificar a autenticidade de transações na rede. Como remuneração pelo serviço prestado aos usuários, o minerador responsável pela autenticação recebe moedas digitais como pagamento. Daí o nome mineração, por lembrar a extração de commodities como petróleo e minerais.

NFT

São tokens digitais com características especiais que representam algo único, exclusivo, que tem valor, mas não pode ser substituído ou trocado por outro token. Normalmente são usados para criar escassez digital verificável, como em obras de arte, ítens de propriedade intelectual, artigos colecionáveis, prêmios, objetos de interesse histórico, entre outros.

Ponte (Bridge)

Ligações de acesso entre diferentes blockchains existentes, permitindo a interoperabilidade entre comunidades com reconhecimento de transações e registros. Como várias dessas bridges (pontes) têm código aberto ou não podem ter protocolos restritivos, costumam ser alvo de ataques hackers representando um ponto vulnerável das redes blockchains.

PoS (Proof of Stake)

Alternativa à comprovação de autenticidade pelo sistema PoW (Proof of Work), que demanda alta capacidade de processamento de dados e de energia elétrica para resolver problemas matemáticos, o protocolo PoS (Proof of Stake) exige que os autenticadores coloquem suas próprias moedas a serviço do mecanismo de consenso para a adição dos blocos criptografados na blockchain. Para gerar um bloco, o autenticador deve enviar moedas para si mesmo, provando que tem a posse dos ativos. A quantidade de moedas necessárias é especificada pela rede, como no mecanismo dos problemas matemáticos propostos no sistema de PoW. Como não há mineração usando computadores de alto desempenho, o modelo PoS é considerado mais ambientalmente sustentável. Não há um aumento no gasto de energia elétrica associado à prática de staking. Porém, os detratores do modelo dizem que é um sistema centralizador, pois a pessoa que tenha muitas criptomoedas de um determinado protocolo pode acabar se tornando responsável por uma quantidade desproporcional de validações.

PoW (Proof of Work)

Utilizado para prevenção de fraudes e de ataques cibernéticos, é um protocolo de procedimentos para comprovar a autenticidade de dados e de transações criptografadas que ocorrem em uma rede de blockchain descentralizada por meio de mecanismos de consenso sobre as operações entre os participantes do ecossistema. Para fazer esse trabalho, o participante deve deve ser capaz de provar que realizou alguma tarefa que leve alguns minutos – normalmente de alta complexidade, como a resolução de problemas matemáticos difíceis, caso do bitcoin –, que satisfaça algum requisito do avaliador e que seja facilmente reconhecido como verdadeiro por todos os demais participantes. A ideia por trás é que essa dificuldade desmotive usos inúteis ou viciosos que permitam a autenticação de fraudes. Pelo trabalho realizado, o participante recebe criptomoedas, processo conhecido como de mineração de moedas digitais.

Ripple

Protocolo de utilidade criado com o objetivo de facilitar remessas internacionais de dinheiro. A pessoa ou empresa que quiser enviar recursos para fora deposita na Ripple, converte no token XRP, que é a criptomoeda da Ripple, e envia instantaneamente para qualquer lugar do mundo. O token também é usado para financiar as taxas de transação entre instituições financeiras.

Security Token

Basicamente a forma tokenizada de um valor mobiliário. O security token promete uma rentabilidade a seu detentor e funciona como a representação digital em blockchain de algum ativo como recebíveis, precatórios, fundos imobiliários, dívida corporativa, créditos de carbono ou algum outro ativo de investimento.

Shitcoin

O nome em inglês é autoexplicativo. São criptomoedas com péssimos fundamentos, mas que muitas vezes atraem especuladores justamente por estarem fora do radar e prometerem valorizações astronômicas em breves períodos. O problema é que poucos costumam ganhar muito dinheiro e muitos costumam perder tudo o que investiram nesse tipo de ativo.

Solana

Criada em 2017, a Solana é mais uma das plataformas de blockchain criadas para concorrer com o Ethereum com a promessa de agregar mais velocidade e ter custos menores. A rede permite o registro e a execução de smart contracts de diferentes aplicações de finanças descentralizadas (DeFi), além de games, metaversos e tokens não fungíveis (NFTs). O ecossistema tem a sua própria criptomoeda, chamada SOL. O processo de validação das transações e inscrições é feito de forma algorítmica por mecanismo de consenso do tipo PoS (Proof of Stake). A rede, no entanto, sofreu uma série de interrupções nos últimos meses, muitas delas ligadas a divergência técnicas entre os validadores da rede.

Stablecoin

Stablecoins são criptomoedas pareadas em moedas fiduciárias. Ou seja, a relação de troca delas com a moeda de referência deveria ser sempre de um para um. Entre os exemplos estão o Tether e a USD Coin, que possuem uma relação tal que 1 Tether deveria sempre valer 1 dólar e 1 USD Coin deveria valer também sempre 1 dólar. Geralmente, essa paridade é mantida por um lastro, ou seja, moeda real que a organização fornecedora da stablecoin possui no cofre para poder comprar ou vender quando há um descasamento e manter sempre a relação 1:1. O objetivo das stablecoins é tornar o ecossistema cripto mais prático, uma vez que o mundo cripto funciona 24 horas por dia sete dias por semana e o sistema financeiro tradicional opera no horário bancário. Para uma pessoa não precisar usar os serviços de uma exchange e trocar sua moeda fiduciária por criptoativos sempre que quiser permutar um ativo digital por outro foram criadas as stablecoins, que facilitam a conversão, pois já existem baseadas em blockchain e, portanto, falam a mesma língua que as outras criptomoedas, e podem ser utilizadas 24 horas por dia sete dias por semana.

Stablecoin algorítmica

Modelo que se tornou polêmico a partir de 2022, as stablecoins algorítmicas também possuem uma paridade com uma moeda fiduciária tradicional, mas em vez de fazerem isso por meio de lastro real se utilizam de relações matemáticas para manter a paridade. Assim, se a criptomoeda vale US$ 1 e cai um centavo, o sistema da moeda irá queimar um centavo dela para torná-la mais rara e, deste modo, recuperar o valor. A stablecoin algorítmica mais famosa que já existiu foi a Terra USD (UST), que garantia sua paridade com o dólar queimando ou emitindo uma criptomoeda de contraparte chamada Luna (LUNC). Entre abril e maio de 2022 o ecossistema Terra/Luna colapsou após um ataque especulativo que se aproveitou de fragilidades do modelo. O resultado foi a perda de bilhões de dólares investidos nas duas moedas, com prejuízos gigantescos a milhares de investidores globalmente. Hoje, as stablecoins algorítmicas são vistas com desconfiança pelo mercado, e os investidores costumam preferir usar stablecoins com lastro real nas suas moedas de referência.

Staking

Forma de obter renda a partir do empréstimo de criptomoedas para validadores profissionais fazerem a autenticação pelo protocolo PoS (Proof of Stake), que exige que esses operadores coloquem suas próprias moedas a serviço do mecanismo de consenso para a adição dos blocos criptografados na blockchain sob pena de perderem moedas em caso de má fé. Para gerar um bloco, o autenticador deve enviar moedas para si mesmo, provando que tem a posse dos ativos. A quantidade de moedas necessárias é especificada pela rede, como no mecanismo dos problemas matemáticos propostos no sistema de PoW.

Tether

Maior das stablecoins, o tether ou USDT é uma criptomoeda com paridade no dólar, hospedada nas blockchains do bitcoin e do ethereum, entre outras. Os tokens são emitidos pela Tether Limited, de Hong Kong, dona também da Bitifinex. Foram desenhados para valer US$ 1, tendo como reservas a moeda americana ou equivalentes de liquidez semelhante.

The Flippening

Movimento hipotético em que o preço do ether, moeda digital da rede Ethereum, ultrapassaria o do bitcoin, a maior e mais antiga criptomoeda, graças ao número maior de casos de uso do Ethereum em comparação com o Bitcoin.

The Merge

Também conhecido como "A Fusão", é a mais aguardada atualização da rede Ethereum, que mudará seu sistema de validação de Proof of Work (PoW) para Proof of Stake (PoS). A ideia é tornar a rede mais escalável e sustentável, garantindo que o Ethereum seguirá sendo a principal blockchain de primeira camada para a construção de aplicações de finanças descentralizadas e contratos inteligentes.

Token

Os tokens são registros digitais com segurança criptográfica que representam ativos, bens, serviços, certificado e contratos que podem ser verificados publicamente, mas que não podem ser adulterados nem alterados sem que haja um novo registro. Normalmente, estão inscritos em redes blockchain, que são uma espécie de banco de dados descentralizado e distribuído em diversos servidores e computadores simultaneamente, o que confere segurança e autenticidade. Os tokens podem ser negociados, transferidos e convertidos em moedas correntes, como bitcoin e ethereum, dentro dos ecossistemas das blockchains de forma automática ou sob demanda.

Tokenização

Processo de digitalização inviolável por meio do uso de blockchain de um ativo financeiro ou não financeiro, bem, serviço, certificado ou contrato de interesse público ou particular. Esse bem, ativo, serviço, certificado ou contrato pode então ser objeto de negociação, transferência, empréstimo, cessão ou extinção mediante determinadas regras acertadas entre as partes de uma negociação. A tokenização é vista com bons olhos pelas instituições financeiras, pois permite baratear o processo de emissão de ativos financeiros como dívida, recebíveis, créditos de carbono e fundos imobiliários.

Tornado Cash

A ferramenta Tornado Cash foi criada com o objetivo de embaralhar transações no blockchain e, assim, aumentar a privacidade das pessoas que estão transacionando. A plataforma tornou-se alvo de investigação de organizações do governo dos Estados Unidos depois de ter sido utilizada para ocultar os rastros de um ataque hacker norte-coreano a uma das pontes do jogo Axie Infinity.

USD Coin

É a stablecoin com paridade no dólar hospedada na blockchain do Ethereum e emitida pela Circle, empresa americana que tem entre os investidores o Goldman Sachs e a BlackRock, maior gestora de recursos do mundo. A Cicle é auditada pela Grant Thornton e tem suas reservas em dólar e títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo.

Utility Token

São tokens que permitem a seus detentores obter o direito de alguma coisa. O token de uma DAO, por exemplo, pode dar a seu detentor o direito de votar nas decisões importantes da organização. Um fan token pode dar ao fã de algum artista o direito de acessar uma experiência exclusiva relacionada à carreira deste artista etc. Vale lembrar que se um token promete uma rentabilidade pré-definida ele não pode ser considerado um utility token, enquadrando-se na categoria de security token.

Web 3.0

Para os entusiastas do mundo cripto e do metaverso, há três etapas históricas da web. A primeira é a internet dos portais, que começou na metade da década de 1990 e vai até meados da primeira década do século XXI. Nela, os usuários consumiam passivamente o conteúdo de sites de internet em uma forma de relacionamento parecida com a da mídia analógica. A segunda etapa, ou web 2.0, é quando as redes sociais permitem a participação de todos os usuários de internet na rede, reagindo às informações ou se tornando eles mesmos emissores de informação. Por fim, a web 3.0 seria uma evolução na qual o usuário não seria mais refém dos conglomerados de redes sociais, pois seria empoderado pela descentralização permitida pela criptoeconomia. Em teoria, todo usuário de internet seria capaz de criar seu negócio e receber em criptomoedas sem precisar de intermediários.

White Paper

Documento oficial publicado por uma organização, fundação ou mesmo um governo para descrever políticas adotadas e regras básicas de funcionamento, além de servir como guia de procedimentos e de orientações para resolver potenciais conflitos internos. No mundo cripto, o White Paper do Bitcoin foi publicado em 2008, assinado por Satoshi Nakamoto, nome de uma pessoa (ou grupo de pessoas) desconhecida até hoje, com os detalhes sobre o funcionamento da criptomoeda, mecanismos de emissão, transferências e negociações de forma descentralizada e distribuída, e sem a necessidade de intermediários para assegurar a confiança dos procedimentos.

Zcash

É uma criptomoeda criada com a promessa de entregar velocidade e confidencialidade com baixas taxas. Seu diferencial é que os usuários podem usar um recurso adicional de privacidade para ocultar remetente, destinatário e a quantia que está sendo transacionada.

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