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Por , Valor — São Paulo

A produção de motocicletas no Brasil cresceu 11,1% em 2024, na comparação anual, fechando dezembro com 1,75 milhão de unidades montadas no país. Segundo números divulgados na manhã desta terça-feira (14) pela Abraciclo, entidade que reúne 11 montadoras do Polo Industrial de Manaus (PIM), foi o melhor ano do setor desde 2011, quando as fabricantes ultrapassaram a marca de 2,1 milhões de motos produzidas.

As perspectivas positivas continuam para 2025. A entidade estima crescimento de 7,5% na produção neste ano, atingindo 1,88 milhão de motos montadas em Manaus.

“Desde o pós-pandemia, o mercado está aquecido. A motocicleta continua com atributos que atraem o consumidor. Superamos os 1,72 milhão de unidades que estavam previstos”, afirmou o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, durante a apresentação dos dados.

Dólar, conflitos internacionais e mudanças climáticas

Bento destacou que, apesar de positivo, o cenário para 2025 exige atenção para alguns pontos. Entre eles, a alta do dólar no Brasil, o efeito dos conflitos internacionais sobre a logística mundial e o preço das “commodities” e as consequências das mudanças climáticas.

“Tivemos dois anos seguidos de seca na região Amazônica, que exigiram muito preparo do setor para manter as atividades”, afirmou.

No ano passado, foi licenciado total de 1,88 milhão de motos, expansão de 18,6% em relação a 2023. Estimativa inicial da entidade para este ano é de crescimento de 7,7%, ultrapassando a marca de dois milhões de motos vendidas.

No ano passado, 34% das motos licenciadas foram na modalidade de consórcio. As vendas à vista foram responsáveis por 33% dos negócios. E outra parcela de 33% foi financiada.

Mercado externo

O dado negativo do setor fica por conta do mercado externo, com perdas de mercados importantes como Colômbia e Austrália. As exportações de motos caíram 5,5% no acumulado de 2024, com 30.986 unidades embarcadas. A expectativa para 2025 é de expansão de 13% no mercado externo. “Ainda é um volume tímido se olharmos o histórico. O setor já exportou 8% da produção”, disse o presidente.

Apesar do crescimento de vendas de motocicletas no ano passado ter sido puxado pela baixa cilindrada (motos até 160 cc), houve expansão nas três categorias. No acumulado do ano, a baixa cilindrada representou 78,1% do mercado. A média cilindrada (entre 160 cc e 450 cc) ficou com 18,7% das vendas e a alta cilindrada ou premium (acima de 450 cc), com 3,2%. Do total produzido, as motos flex representaram 65,3%.

Honda

Líder de mercado com cerca de 75% de participação, a japonesa Honda fechou 2024 com crescimento de 12% nas vendas, com total de 1,28 milhão de motos licenciado. A montadora atua nas três faixas de motorização.

Do total, 33% foram da linha CG 160, a moto mais vendida no Brasil no ano passado. A produção na fábrica instalada no PIM superou 1,3 milhão de unidades, alta de 8% sobre 2024.

Yamaha e Triumph

A segunda maior montadora de motos em termos de vendas e produção com perto de 20% do mercado, a também japonesa Yamaha licenciou pouco mais de 330 mil motocicletas, crescimento de 16% sobre 2023. A produção superou 347 mil unidades, alta de 17% na comparação anual. A Yamaha também trabalha nas três faixas de motores.

Entre as montadoras que atuam apenas na faixa premium, a inglesa Triumph fechou o ano com 12.209 motos emplacadas, alta de quase 90% sobre 2023. A produção atingiu 13,5 mil unidades, expansão de 95% na comparação anual.

Indiana Bajaj

Uma das mais novas montadoras instaladas no Brasil — começou a operar em dezembro de 2022 — a indiana Bajaj ainda está construindo sua base no país. A companhia atua nos segmentos de baixa e média cilindradas.

O crescimento em 2024, apenas o segundo ano completo, foi de 180%, com o emplacamento de 11.087 unidades.

Mais recente Próxima Setor têxtil no Brasil deve crescer menos em 2025, sob impacto da agenda de Trump

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