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Por UBS

Os indicadores macroeconômicos dão bons motivos para ver 2024 com otimismo, tanto no cenário global quanto no Brasil. O fator mais consistente é a continuidade da trajetória de desinflação e consequente queda nos juros das economias mais desenvolvidas. Ainda não está claro quando o Federal Reserve americano vai iniciar a queda nos juros, mas a expectativa é de que a virada de ciclo ocorra em meados do ano que vem.

Essa foi a visão apresentada por executivos do UBS¹ no encontro “Brasil: Cenários e perspectivas para investimentos em 2024”, realizado em São Paulo (SP), no Rio de Janeiro (RJ), em Belo Horizonte (MG) e em Curitiba (PR) no começo de dezembro.

A desinflação global é fruto principalmente da redução nos preços de energia e de alimentos, mas agora também está sendo influenciada pelo setor de serviços, o que torna o cenário mais favorável. As taxas de inflação em torno de 8% a 9% estão convergindo para valores próximos a 3%, o que tem um impacto claro nas taxas de juros. Há uma possibilidade de que o afrouxamento monetário seja puxado primeiro pela Zona do Euro, considerando uma perspectiva geral de queda da atividade econômica, o que ainda não está claro no caso dos Estados Unidos.

Solange Srour, diretora de macroeconomia para o Brasil no UBS Global Wealth Management, ressalta que existem alguns riscos a serem considerados. “Estamos vivendo em um mundo de tensões geopolíticas, com uma crescente polarização não apenas comercial e tecnológica, mas também manifestada em guerras envolvendo a Rússia e o Oriente Médio, além das eleições presidenciais nos Estados Unidos”, destaca, alertando para o risco que isso implica na instabilidade dos preços do petróleo. “Um mundo mais desglobalizado traz questões relacionadas à inflação de longo prazo e ao crescimento econômico. Se a inflação não cair, as taxas de juros serão mantidas”, acrescenta.

Solange Srour, diretora de macroeconomia para o Brasil no UBS GWM. — Foto: Leo Orestes/Glab
Solange Srour, diretora de macroeconomia para o Brasil no UBS GWM. — Foto: Leo Orestes/Glab

Já o Brasil apresenta até o momento uma trajetória firme na derrubada dos preços. Rafael Castilho, que integra o time de Brazil Macroeconomics no UBSGWM, pontua que a inflação começou a cair em meados de 2022, impulsionada principalmente pela forte safra agrícola e pela queda nos custos dos alimentos. Em seguida, os setores de serviços e indústria também confirmaram a tendência de queda, ressaltando que a performance do real, uma das maiores que mais valorizaram ao longo de 2023, contribuíram para esse cenário.

“A reoneração de impostos sobre combustíveis causou impacto, mas os núcleos de preços continuam em queda e estão alinhados com as metas de inflação. Os riscos inflacionários para 2024 estão equilibrados”, calcula. Entre os principais fatores de alta estão as consequências do El Niño, que pode afetar a produção agrícola, e a escalada dos preços internacionais do petróleo.

A performance do PIB, por sua vez, continua superando as previsões. A economia cresceu 0,1% no 3º trimestre em relação ao intervalo do período anterior, acima da expectativa de queda de 0,2%. Em relação ao mesmo período de 2022, a alta é de 2% e representa o terceiro trimestre seguido de elevação.

“Esse resultado foi impulsionado principalmente pelas exportações de commodities extrativas e de alimentos. Vale destacar que o consumo das famílias tem se mostrado resiliente, as taxas de desemprego estão historicamente baixas e tivemos ainda um incremento nos programas de transferências de renda”, detalha Francisco Filho, que também atua na área de Brazil Macroeconomics no UBSGWM.

Risco fiscal

O conjunto de variáveis positivas para a economia brasileira reserva ainda um ponto importante de atenção: como será o comportamento fiscal, ancorado em medidas propostas para aumentar a arrecadação. Até o momento, a expectativa é de uma arrecadação de R$167,5 bilhões e, dentre essas medidas, estão previstos cerca de R$30 bilhões provenientes da taxação de fundos offshore e a revisão das isenções no ICMS.

Até aqui, pondera Solange, o cenário permite que o ano seja encerrado sem alterações na meta fiscal, preservando a credibilidade conquistada até aqui pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em março, contudo, haverá a reavaliação das despesas e receitas para determinar se há necessidade de contingenciamento, a fim de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. A discussão sobre a mudança da meta sem falar em redução de gastos traz fraquezas para o arcabouço fiscal. “Se a arrecadação não atingir as expectativas, será necessário sinalizar disposição para mexer na despesa. O governo precisará encontrar um meio-termo entre contingenciar e mudar a meta”, alerta. O desafio será cumprir as metas de aumento do salário-mínimo em estourar o teto de gastos.

No cenário político, a diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS acredita que o governo terá dificuldades em aprovar uma PEC que flexibilize os gastos em Saúde e Educação, em um ano eleitoral. Da mesma maneira, o tema da reforma tributária não deverá ter fatos relevantes novos, uma vez que a espinha dorsal do projeto já foi votada. A tendência é que seja um ano de regulamentação do que já foi discutido no Congresso.

O grande assunto deverá ser a disputa pelos municípios, e a sucessão das presidências da Câmara e do Senado, que definirão como será a segunda metade do governo Lula na relação com o Legislativo. “Essas eleições mostrarão a cara do Congresso e serão importantes para os partidos de centro, que buscam eleger uma base mais alinhada com suas ideias. Isso definirá como os partidos irão colaborar com a agenda do governo”, acredita.

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¹ Credit Suisse, part of UBS Group.

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Este material é meramente informativo e não constitui nenhum tipo de análise de valores mobiliários, recomendação ou prestação de serviço de qualquer natureza.

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