Papers by Mayara K Oliveira Costa
Em março de 1999, forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) bombardearam as forç... more Em março de 1999, forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) bombardearam as forças sérvias de Slobodan Milošević, as quais eram acusadas de promover o massacre da comunidade albanesa na região kosovar, por se recusarem a acatar as demandas do acordo de paz previsto. A guerra do Kosovo durou, oficialmente, 79 dias, porém estima-se que mais de 20 mil casos de violência sexual tenham ocorrido durante esse período, majoritariamente com mulheres de várias idades. O preconceito e o conservadorismo da sociedade kosovar, aliados às falhas das organizações internacionais e Estados diretamente engajados com as investigações de crimes de guerra, fizeram com que muitas mulheres kosovares guardassem em segredo os horrores sofridos, durante e após a guerra. Apesar do Tribunal Penal Internacional para a antiga-Iugoslávia ter criado precedentes quanto à condenação de crimes contra a humanidade e para as subsequentes Resoluções sobre Mulheres, Paz e Segurança, nenhum homem foi, de fato, condenado ou devidamente investigado pelos crimes de violência sexual perpetrados, contribuindo para a sensação de impunidade e dominância masculina na sociedade. 2019 marcou os 20 anos da intervenção da OTAN no Kosovo e posterior implementação de um governo sob tutela da ONU-em vigor até a declaração de independência unilateral do país em 2008. Portanto, o presente trabalho, sob a ótica dos estudos feministas de segurança internacional, busca apresentar criticamente, por meio de relatórios de diversas organizações internacionais e / ou não-governamentais, dentre outros documentos bibliográficos, a atual situação das mulheres kosovares após a aprovação de lei que considera vítimas de violência sexual como vítimas e sobreviventes de guerra e busca atender suas necessidades, além das inconsistências persistentes no processo, dada a continuidade de tensão entre sérvios e albaneses no Kosovo. Palavras-chave: Guerra do Kosovo. Estudos Feministas de Segurança. Violência sexual.
A Criação da Rede FemWise como Instrumento Institucional de Desconstrução do Pensamento Sexista no Segmento de Paz e Segurança, 2019
Os processos coloniais marcaram o continente africano, principalmente o
colonialismo ocidental, r... more Os processos coloniais marcaram o continente africano, principalmente o
colonialismo ocidental, responsável por interpretar, erroneamente, as divisões de trabalho e social da África, de modo a lançar sobre as diversas culturas um olhar sexista e de dominância masculina, que nem sempre existia, como apontado nos escritos de Oyèrónké Oywùmí. A abordagem feminista decolonial, a ser utilizada neste trabalho, tende a descrever a influência ocidental sobre a criação das relações de gênero intersubjetivas e institucionais e, consequentemente, a ideia de submissão de mulheres. A partir disso, um dos segmentos institucionais em que é perceptível a sub-representação de mulheres africanas é no contexto de resolução de conflitos. Sendo assim, a União Africana, aliada à ONU Mulheres, promove workshops e iniciativas de inclusão de mulheres nos processos de paz. O resultado desses esforços foi o lançamento da FemWise (Rede de Mulheres Africanas em Prevenção de Conflitos e Mediação), em 2017, como órgão subsidiário do Panel of the Wise e da Pan-African Network of the Wise ( PanWise ). Portanto, o objetivo deste trabalho é descrever a
influência do pensamento sexista, que surgiu com a colonização ocidental, nos dias de hoje e como a rede FemWise age como ferramenta de resistência, na desconstrução dessa realidade em termos de mediação de conflitos, a partir de documentos de operacionalização da rede.
Quem Constrói a Paz?, 2018
Com a formulação e a subsequente aprovação da Resolução 1325, em 2000 pelo
Conselho de Segurança ... more Com a formulação e a subsequente aprovação da Resolução 1325, em 2000 pelo
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, um passo muito
importante foi dado quanto à participação de mulheres nos processos de
peacebuilding , entretanto os avanços práticos, nesta área, têm sido poucos.
A perspectiva de gênero, em contextos conflituosos, tende a apontar diversas
inseguranças vividas e temidas pelas mulheres, seja nos âmbitos político,
econômico, mas principalmente social. Sendo assim, a ONU, mediante Guia sobre
Gênero e Estratégias de Mediação Inclusiva (2017), apresenta fases e formas de,
não apenas, proteger, mas também inserir as mulheres diretamente ligadas aos
conflitos em seus processos de resolução e reconstrução da paz.
O presente trabalho, utilizando das teorias de Estudos de Paz criadas por Johan
Galtung, tem como objetivo apresentar as principais dificuldades enfrentadas por
mulheres e crianças, dentre estereótipos e inseguranças vividos em situações
conflituosas e suas influências em decisões quanto à segurança, proteção e
inclusão das mulheres.
Conference Presentations by Mayara K Oliveira Costa
The colonial process, in Latin America, had an important role on imposing hierarchical dichotomie... more The colonial process, in Latin America, had an important role on imposing hierarchical dichotomies that concerned, not only class and ethnicities, but also gender. According to María Lugones' work, colonized people had become subjects of the modern colonial system of gender and, by building resistance to it, were not considered human beings. Their behaviour was judged as barbaric, grotesque and the civilizatory mission was to conquer and to fit the inhuman colonized males and females into the definitions of "men" and "women". From the decolonial feminism perspective, this study proposes to present the current representation of indigenous female leaders, who fight courageously for their rights in 2019's Brazil and who still face remaining stereotypes from the colonization.
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Papers by Mayara K Oliveira Costa
colonialismo ocidental, responsável por interpretar, erroneamente, as divisões de trabalho e social da África, de modo a lançar sobre as diversas culturas um olhar sexista e de dominância masculina, que nem sempre existia, como apontado nos escritos de Oyèrónké Oywùmí. A abordagem feminista decolonial, a ser utilizada neste trabalho, tende a descrever a influência ocidental sobre a criação das relações de gênero intersubjetivas e institucionais e, consequentemente, a ideia de submissão de mulheres. A partir disso, um dos segmentos institucionais em que é perceptível a sub-representação de mulheres africanas é no contexto de resolução de conflitos. Sendo assim, a União Africana, aliada à ONU Mulheres, promove workshops e iniciativas de inclusão de mulheres nos processos de paz. O resultado desses esforços foi o lançamento da FemWise (Rede de Mulheres Africanas em Prevenção de Conflitos e Mediação), em 2017, como órgão subsidiário do Panel of the Wise e da Pan-African Network of the Wise ( PanWise ). Portanto, o objetivo deste trabalho é descrever a
influência do pensamento sexista, que surgiu com a colonização ocidental, nos dias de hoje e como a rede FemWise age como ferramenta de resistência, na desconstrução dessa realidade em termos de mediação de conflitos, a partir de documentos de operacionalização da rede.
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, um passo muito
importante foi dado quanto à participação de mulheres nos processos de
peacebuilding , entretanto os avanços práticos, nesta área, têm sido poucos.
A perspectiva de gênero, em contextos conflituosos, tende a apontar diversas
inseguranças vividas e temidas pelas mulheres, seja nos âmbitos político,
econômico, mas principalmente social. Sendo assim, a ONU, mediante Guia sobre
Gênero e Estratégias de Mediação Inclusiva (2017), apresenta fases e formas de,
não apenas, proteger, mas também inserir as mulheres diretamente ligadas aos
conflitos em seus processos de resolução e reconstrução da paz.
O presente trabalho, utilizando das teorias de Estudos de Paz criadas por Johan
Galtung, tem como objetivo apresentar as principais dificuldades enfrentadas por
mulheres e crianças, dentre estereótipos e inseguranças vividos em situações
conflituosas e suas influências em decisões quanto à segurança, proteção e
inclusão das mulheres.
Conference Presentations by Mayara K Oliveira Costa
colonialismo ocidental, responsável por interpretar, erroneamente, as divisões de trabalho e social da África, de modo a lançar sobre as diversas culturas um olhar sexista e de dominância masculina, que nem sempre existia, como apontado nos escritos de Oyèrónké Oywùmí. A abordagem feminista decolonial, a ser utilizada neste trabalho, tende a descrever a influência ocidental sobre a criação das relações de gênero intersubjetivas e institucionais e, consequentemente, a ideia de submissão de mulheres. A partir disso, um dos segmentos institucionais em que é perceptível a sub-representação de mulheres africanas é no contexto de resolução de conflitos. Sendo assim, a União Africana, aliada à ONU Mulheres, promove workshops e iniciativas de inclusão de mulheres nos processos de paz. O resultado desses esforços foi o lançamento da FemWise (Rede de Mulheres Africanas em Prevenção de Conflitos e Mediação), em 2017, como órgão subsidiário do Panel of the Wise e da Pan-African Network of the Wise ( PanWise ). Portanto, o objetivo deste trabalho é descrever a
influência do pensamento sexista, que surgiu com a colonização ocidental, nos dias de hoje e como a rede FemWise age como ferramenta de resistência, na desconstrução dessa realidade em termos de mediação de conflitos, a partir de documentos de operacionalização da rede.
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, um passo muito
importante foi dado quanto à participação de mulheres nos processos de
peacebuilding , entretanto os avanços práticos, nesta área, têm sido poucos.
A perspectiva de gênero, em contextos conflituosos, tende a apontar diversas
inseguranças vividas e temidas pelas mulheres, seja nos âmbitos político,
econômico, mas principalmente social. Sendo assim, a ONU, mediante Guia sobre
Gênero e Estratégias de Mediação Inclusiva (2017), apresenta fases e formas de,
não apenas, proteger, mas também inserir as mulheres diretamente ligadas aos
conflitos em seus processos de resolução e reconstrução da paz.
O presente trabalho, utilizando das teorias de Estudos de Paz criadas por Johan
Galtung, tem como objetivo apresentar as principais dificuldades enfrentadas por
mulheres e crianças, dentre estereótipos e inseguranças vividos em situações
conflituosas e suas influências em decisões quanto à segurança, proteção e
inclusão das mulheres.