Elton O . S . Medeiros
Professor Adjunto do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná (UFPR) na área de História Medieval e, na mesma instituição, professor permanente no Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIS-UFPR). Graduou-se em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) e, em 2006, defendeu dissertação de mestrado a respeito do poema Beowulf e sua relação histórica e literária com o mundo norte-europeu medieval. Em 2011, defendeu sua tese de doutorado, na área de História Social, também na USP, voltada à análise da literatura religiosa anglo-saxônica. Entre 2013 e 2014 foi Visiting Research Fellow da Universidade de Winchester, na Inglaterra, ao desenvolver uma pesquisa de Pós-Doutorado, com apoio da CAPES, voltado ao estudo da produção intelectual e literária na Alta Idade Média inglesa; e entre 2021 e 2023 realizou outro Pós-Doutorado, novamente na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), a respeito das produções poéticas de perfil heroico em inglês antigo durante a consolidação do reino da Inglaterra dos séculos IX - X. Durante o período de 2021 a 2023 atuou como Professor Substituto na área de História Antiga e Medieval da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Atualmente, continua a desenvolver estudos voltados ao norte da Europa medieval e a dedicar-se à tradução e publicação de textos da época para a língua portuguesa; como a obra 'Beowulf e outros poemas anglo-saxônicos, séculos VIII-X' (São Paulo: Editora 34, 2022) - vencedor do Prêmio APCA 2022 na categoria Literatura-Tradução. Atua também em grupos de pesquisa nacionais e internacionais, como o Brathair (Grupo de Estudos Celtas e Germânicos), a ISSEME (International Society for the Study of Early Medieval England) e o Insulæ (Grupo de Estudos sobre Britânia, Irlanda e Ilhas do Arquipélago Norte na Antiguidade e Medievo). Tem experiência no estudo das sociedades europeias pré-industriais, entre os séculos V e XVI, com ênfase nas relações sociopolíticas e das religiosidades vinculadas à História e Literatura do Atlântico Norte.
less
InterestsView All (86)
Uploads
Papers by Elton O . S . Medeiros
[In this article we analyzed the terminologies used in the North of Europe during the Early Middle Ages, specifically into the context of Anglo-Saxon England (8th - 11th centuries), when referring to the Danes and Viking raiders. We intend to highlight the constant need of the researcher and translator to contextualize the historical evidence and the use of the terminologies present in them. Thus, we aim to demonstrate that such terminologies are not synonymous and the importance for the task of analyzing and translating such sources into modern languages].
inspires it, creating new realities, with its own narratives and discourses and would follow Jean Baudrillard's concept of simulacra and simulations in our mass culture, the focus of this article. Based on this, we intend to question how the academic environment today perceives the problem of such reception and new possibilities to address it]
para os ideais e anseios da sociedade que o interpreta e como
ela o altera de maneira a adequá-lo aos propósitos de sua época
e expor uma proposta de intervenção pedagógica. Utilizaremos
como fontes históricas edificações religiosas erguidas no
centro da capital da cidade de São Paulo no início do século
XX que, ao contrário da tendência vigente de modernização
da paisagem urbana da metrópole que vivia a efervescência
cultural que iria gerar a Semana de Arte Moderna de 1922, tais
prédios retornam ao passado da Idade Média. Analisaremos
de que maneira tais construções poderiam ser compreendidas
dentro dos ideais socioculturais da sociedade paulistana da
época. Enquanto também servirão como referencial para se
pensar nas reformulações e reapropriações do passado por
certa temporalidade para fomentar debates e reflexões para o
ensino de História.
[Since the beginning of the studies on the literature of the Anglo-Saxon England period, the poem Beowulf has always aroused interest, especially regarding its origins and authorship. In this article we will critically address a traditional methodology of analysis of the text that is based on a dichotomy that can be summarized in the idea of the existence of a supposedly original pagan version of it versus the addition of later Christian interpolations, and we will demonstrate the problems of this method. At the same time, we will present a new methodological proposal for the analysis of Beowulf that breaks with this traditional approach, in which the poem is no longer just a Christianized relic of pagan times but is
seen as a work in a continuous process of composition of a myth of ethnogenesis of Anglo-Saxon society.]
[In this article we analyzed the terminologies used in the North of Europe during the Early Middle Ages, specifically into the context of Anglo-Saxon England (8th - 11th centuries), when referring to the Danes and Viking raiders. We intend to highlight the constant need of the researcher and translator to contextualize the historical evidence and the use of the terminologies present in them. Thus, we aim to demonstrate that such terminologies are not synonymous and the importance for the task of analyzing and translating such sources into modern languages].
inspires it, creating new realities, with its own narratives and discourses and would follow Jean Baudrillard's concept of simulacra and simulations in our mass culture, the focus of this article. Based on this, we intend to question how the academic environment today perceives the problem of such reception and new possibilities to address it]
para os ideais e anseios da sociedade que o interpreta e como
ela o altera de maneira a adequá-lo aos propósitos de sua época
e expor uma proposta de intervenção pedagógica. Utilizaremos
como fontes históricas edificações religiosas erguidas no
centro da capital da cidade de São Paulo no início do século
XX que, ao contrário da tendência vigente de modernização
da paisagem urbana da metrópole que vivia a efervescência
cultural que iria gerar a Semana de Arte Moderna de 1922, tais
prédios retornam ao passado da Idade Média. Analisaremos
de que maneira tais construções poderiam ser compreendidas
dentro dos ideais socioculturais da sociedade paulistana da
época. Enquanto também servirão como referencial para se
pensar nas reformulações e reapropriações do passado por
certa temporalidade para fomentar debates e reflexões para o
ensino de História.
[Since the beginning of the studies on the literature of the Anglo-Saxon England period, the poem Beowulf has always aroused interest, especially regarding its origins and authorship. In this article we will critically address a traditional methodology of analysis of the text that is based on a dichotomy that can be summarized in the idea of the existence of a supposedly original pagan version of it versus the addition of later Christian interpolations, and we will demonstrate the problems of this method. At the same time, we will present a new methodological proposal for the analysis of Beowulf that breaks with this traditional approach, in which the poem is no longer just a Christianized relic of pagan times but is
seen as a work in a continuous process of composition of a myth of ethnogenesis of Anglo-Saxon society.]
Ambientado na Escandinávia dos séculos V e VI, em meio a uma natureza mítica, formada por mares, penhascos, pântanos, cavernas e seres fantásticos saídos das sombras, e tendo como centro da vida social o grandioso “salão do hidromel”, o poema narra os feitos do herói Beowulf, que livra a corte do rei Hrothgar do temível Grendel, um monstro aterrorizante, e, cinquenta anos depois, tem um novo e decisivo confronto, desta vez com um dragão alado.
Esta obra de intensa poesia, repleta de imagens inesquecíveis e com ecos da "Ilíada", da "Eneida", dos Evangelhos, da mitologia nórdica e das grandes sagas germânicas, capturou a imaginação de vários artistas e escritores de nosso tempo, entre eles Jorge Luis Borges, que assina o prefácio deste volume.
Publicado em edição bilíngue, "Beowulf e outros poemas anglo-saxônicos (séculos VIII-X)" conta com a bela e fluente tradução em prosa de Elton Medeiros, autor também das elucidativas notas e de um abrangente posfácio em que contextualiza histórica e literariamente a produção da obra bem como sua recepção, desde a descoberta do manuscrito, em 1705, até os mais recentes desdobramentos da crítica no século XXI.
We established some parallels of what could be found in the poem and other references of the Anglo-Saxon poetic staff, with the socio-cultural scenario of the age keeping on focus the moment that we call alfredian period. Following our hypothesis, it would have been on this period (end of 9th century and early 11th century) that Beowulf would have been composed, as other works of heroic style. The central idea is that such works had the purpose to be a role model to the warrior-aristocracy in a moment of reconquering of the territories occupied by the Scandinavians since the beginning of the invasions. So, the images found on this kind of work, and specially Beowulf, would have been a resemblance of a Germanic aristocratic ideal, but deeply influenced by the Christian tradition.
With this in mind, what we have are a poetic enterprise supported by the ascension of the House of Wessex (started by king Alfred, the Great) which will reflect the Germanic ideal of glory and honor joined with Christian elements, mainly from the Old Testament. With the stressing of this elements, the Alfredian period would established an aristocratic and kingly model, having the Beowulf poem as a sign of this cultural renascence on an England before the Norman conquest.
Vol.2. Recife: EdUPE, 2015 (preprint). Breve introdução e tradução.