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Por Combate.com — Anaheim, EUA

Josh Hedges/Getty Images

Paulo Borrachinha mostrou coração em sua maior luta até hoje. Trocou porrada com o segundo colocado do ranking peso-médio e foi até o terceiro round pela primeira vez na carreira. O trabalho duro foi recompensado com uma vitória por decisão unânime (triplo 29-28) sobre o cubano Yoel Romero, no card principal do UFC 241, na madrugada deste sábado para domingo em Anaheim (EUA).

O público não concordou com o resultado e vaiou o anúncio da decisão, mas o lutador mineiro manteve a compostura, mandou sua mensagem à plateia e fez um pedido ao Ultimate: quer disputar o cinturão do peso-médio em seguida.

- Eu fiz meu melhor para esta luta. Treinei como um maluco. Pude estar aqui para enfrentar esta fera. Yoel Romero é uma fera. Eu só vim aqui para fazer uma coisa: pegar meu cinturão. Eu vou esperar pelo magrelo do Adesanya contra o Robert Whittaker. Depois disso, quero minha chance - disse Borrachinha.

Paulo Borrachinha pede luta pelo título após vitória no UFC 241

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A LUTA

O primeiro round foi alucinante. Os dois lutadores trocaram knockdowns nos primeiros dois minutos: primeiro Borrachinha derrubou o cubano com um cruzado de esquerda, e Romero dobrou o brasileiro com um gancho de direita. Ambos os lutadores mostraram recuperação rápida e impressionante. Borrachinha ditou o ritmo, acertou mais golpes e ainda mostrou boa defesa de queda em duas tentativas de queda do adversário. O ponto baixo foi uma joelhada na região genital, golpe ilegal, que o brasileiro acertou acidentalmente em Romero. Como o árbitro Jason Herzog entendeu que o golpe foi acidental, não houve punição.

O segundo assalto foi o mais equilibrado da luta, que criou a divergência do público com o resultado. Borrachinha ditou o ritmo, andou para a frente e pressionou Romero com cruzados e chutes baixos. O cubano levava perigo na resposta com uppercuts, mas o brasileiro parecia mais inteiro e era mais certeiro. Apesar de estar em desvantagem, Romero até debochava das combinações abertas de cruzados do mineiro. Ele melhorou na segunda metade do assalto, com bons jabs. Os cruzados de Borrachinha pareciam não fazer efeito, e o cubano terminou o período com uma queda no double leg.

Nem este chutaço de Paulo Borrachinha (dir.) fez Yoel Romero (esq.) cair — Foto: Josh Hedges/Getty Images

Romero começou melhor o terceiro e último round, com mais jabs, uppercuts e chutes baixos. Borrachinha reagiu e passou a mirar a linha de cintura com chutes e ganchos. A luta foi brevemente interrompida por um cutucão inadvertido de Romero nos olhos do brasileiro. No retorno, Borrachinha voltou a investir nos golpes no corpo, mas Romero levava perigo com jabs e cruzados. O cubano cresceu e acertou bons uppercuts e cruzados, enquanto Borrachinha passou a provocar, mesmo sem a mesma eficácia do adversário nos golpes. Ele acertou um bom chute alto, e Romero o derrubou de novo nos segundos finais.

Foi a 13ª vitória da carreira de Borrachinha, que segue invicto no MMA, e o quinto triunfo no UFC. Romero sofreu sua quarta derrota na carreira, e a terceira nas últimas quatro lutas - as duas anteriores foram em disputas de cinturão contra o atual campeão Robert Whittaker.

Nate Diaz retorna em grande estilo e vence Anthony Pettis

Nate Diaz (esq.) acerta um uppercut em Anthony Pettis junto à grade — Foto: Josh Hedges/Getty Images

Após três anos parado, Nate Diaz voltou como se nunca tivesse ido embora. O "bad boy" de Stockton fez o de sempre: aguentou pancada, imprimiu um ritmo forte e mostrou maior durabilidade que seu oponente. Em seu retorno ao peso-meio-médio, o californiano derrotou o compatriota Anthony "Showtime" Pettis, ex-campeão dos leves, por decisão unânime (30-27, 30-27, 29-28) no coevento principal da noite.

Diaz buscou o clinche para evitar que Pettis tivesse espaço para seus golpes mais plásticos, mas não teve muito sucesso nos primeiros minutos. O ex-campeão se antecipava bem e acertava bons golpes. Com cerca de 1m30s restando no período, Diaz enfim conseguiu o que queria: derrubou o adversário. Pettis ameaçou laçar uma guilhotina, mas o "bad boy" se livrou e passou a guarda até chegar às costas. No entanto, não houve tempo para encaixar uma finalização.

Diaz tentou encurtar imediatamente no segundo assalto, mas novamente Pettis foi capaz de escapar e conseguir o espaço para golpear. Diaz não parou de andar para frente, conseguiu agarrar pelas costas e acertou uma joelhada alta. Pettis parecia cansado pelo ritmo do "bad boy", que o acertou com cotoveladas e joelhadas no clinche, e ainda imprimiu um volume alto de golpes de boxe nos segundos finais.

O terceiro round foi a continuação dos minutos finais do segundo: Diaz pressionando Pettis e imprimindo um alto volume. Pettis tentava reagir, mas se encontrava frequentemente com as costas na grade. Uma sequência de joelhadas levou o ex-campeão ao chão; Diaz não conseguiu "liquidar a fatura" e investiu na luta agarrada. Ele pegou as costas, mas permitiu que Pettis se virasse de frente e ficasse por cima. "Showtime" se levantou, mas Diaz o atraiu de volta à sua guarda e raspou. O "bad boy" voltou a pegar as costas, ameaçou um mata-leão e um triângulo, mas não finalizou.

Após a vitória, Diaz desafiou Jorge Masvidal.

- Eu estava afastado porque não tinha ninguém que valia a pena para enfrentar. Jorge Masvidal teve uma grande luta recentemente. Quero essa luta. Ele é um gângster também, mas ninguém é tão gângster quanto os gângsters californianos - desafiou Diaz.

Sodiq Yusuff nocauteia Gabriel Benítez em luta agitada

Sodiq Yusuff (de costas) acerta Gabriel Benítez com um cruzado de direita — Foto: Josh Hedges/Getty Images

Numa das melhores lutas da noite, o nigeriano Sodiq Yusuff nocauteou o mexicano Gabriel Benítez aos 4m14s do primeiro round. Foi um combate movimentadíssimo. Yusuff pressionou Benitez nos minutos iniciais e deixou marcas nos dois olhos do mexicano com seus jabs e diretos. Muito raçudo, "Mogli" aguentou os ataques, encontrou a melhor distância e derrubou o nigeriano com um direto de esquerda. Por um momento, Benítez aproveitou e foi para cima de Yusuff, que tinha o olho direito já bem inchado. No entanto, o nigeriano conectou um cruzado de direita de resposta no queixo, e o mexicano caiu. Yusuff não desperdiçou a oportunidade e finalizou a luta com golpes na cabeça do adversário.

Mais experiente, Derek Brunson vence Ian Heinisch por pontos

Derek Brunson (esq.) acerta Ian Heinisch (dir.) com a direita — Foto: Josh Hedges/Getty Images

O americano Ian Heinisch pediu para enfrentar o compatriota Derek Brunson, e recebeu. O pedido, no entanto, deu errado. Oitavo colocado do ranking dos pesos-médios, Brunson usou sua experiência para dosar o ritmo e vencer por decisão unânime (triplo 29-28). Heinisch começou acelerado e levou perigo com um chute alto de direita. Brunson o agarrou para conter seu ímpeto. Aos poucos, ele foi equilibrando a luta com bons diretos, mas Heinisch também levava perigo com seus socos e chutes altos, e defendeu todas as entradas de queda do adversário. Brunson passou a ditar o ritmo no segundo assalto. Ele acertou duros diretos de esquerda e chutes no corpo e machucou o compatriota. Brunson derrubou Heinisch para iniciar o último round e, com o adversário mais cansado, dominou a maior parte do período. Heinisch não desistiu e ainda acertou cruzados de direita sem muita pressão, mas os minutos finais foram de trocação ruim, sem precisão ou potência.

Assine o Combate Play e assista ao Combate em qualquer lugar — Foto: Combate

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