Segundo brasileiro a se apresentar no UFC 243, em Melbourne, o peso-meio-médio Dhiego Lima mostrou que a parte do camp feita na Tailândia, além de servir para a adaptação ao fuso-horário australiano, também rendeu frutos nos chutes do brasileiro. Com uma atuação segura e castigando muito as pernas do rival, Lima fez valer seu melhor plano de luta e venceu por decisão dividida dos juízes (29-28, 28-29 e 29-28).
Dhiego Lima venceu Luke Jumeau por pontos no UFC 243 — Foto: Getty Images
A luta começou com o brasileiro se movimentando mais, e desferindo chutes baixos, enquanto o neozelandês se mantinha mais estático, esperando a aproximação de Lima para atacar. Os chutes do brasileiro incomodavam Jumeau, que já tinha a sua movimentação no octógono prejudicada.
Detalhe da perna de Luke Jumeau no intervalo da luta contra Dhiego Lima no UFC 243 — Foto: Reprodução / Combate
No segundo round, um novo chute baixo de Dhiego Lima derrubou Luke Jumeau. O neozelandês levantou-se e tentou um chute, mas o brasileiro travou a perna do rival e o derrubou, mas após alguns segundos no chão, ele decidiu voltar a lutar de pé. A perna esquerda de Jumeau já estava marcada pelos chutes de Lima, e o brasileiro não parava de castigar o local. O neozelandês deixava claro que buscaria o contra-golpe com cruzados sempre que o brasileiro chutasse, mas Lima estava atento e evitava ser atingido. No último minuto do round, Jumeau acertou um bom golpe, que abalou Lima e forçou o brasileiro a encurtar a distância e levar a luta para o chão, onde se manteve até quase o intervalo.
Dhiego Lima golpeia Luke Jumeau na sua vitória no UFC 243 — Foto: Getty Images
No terceiro e último round, em clara vantagem na luta, Dhiego Lima passou a controlar mais a luta, fazendo o tempo passar e evitando se expor. Após deixar a grade, o brasileiro tentou uma derrubada, mantendo o rival sob pressão, e mesmo quando era atacado, saía com contra-golpes. Jumeau buscava a luta e tentava acertar Lima, que esquivava e se movimentava, deixando o tempo passar e assegurando a vitória por pontos.
Dan Hooker demole Al Iaquinta, mas vence por pontos
O co-evento principal da noite teve os pesos-leves Al Iaquinta, dos EUA, e Dan Hooker, da Nova Zelândia, e a luta não decepcionou os fãs. Com uma atuação muito precisa e sem dar chances ao rival, o neozelandês venceu a disputa por decisão unânime dos juízes (30-27, 30-27 e 30-26) após um verdadeiro "open bar" de kickboxing diante de um americano muito valente e resistente, mas com pouco poder de reação. Após o anúncio da sua vitória, Hooker desafiou Dustin Poirier para enfrentá-lo em 2020 na Nova Zelândia.
Dan Hooker não deu chances a Al Iaquinta no UFC 243 — Foto: Getty Images
A luta começou com os dois lutadores buscando os chutes baixos. Hooker mantinha o controle do centro do octógono, enquanto Iaquinta se movimentava ao seu redor. Com maior envergadura, o neozelandês buscava os ataques na média distância e aplicava chutes também à distância. Hooker aproveitou-se de uma perda de equilíbrio do americano para dominá-lo no chão, desferindo cotoveladas seguidas na cabeça e dominando as suas costas em seguida, buscando o estrangulamento. Iaquinta, no entanto, livrou-se da posição e voltou a lutar de pé. Hooker acertou um novo chute baixo que derrubou o rival. De pé novamente, Iaquinta manteve-se distante do neozelandês até o intervalo.
No segundo round, instruído pelo seu córner, Iaquinta passou a contra-golpear com diretos de direita os chutes baixos de Hooker. O americano mostrava estar sentindo os golpes na perna esquerda, e a escondia, enquanto tentava buscar as pernas do neozelandês, que se mantinha distante. Os chutes nas pernas se mostravam muito eficientes para Hooker. Iaquinta mais uma vez tentou a queda, mas o neozelandês defendeu e ficou em posição de superioridade junto à grade. Um cruzado de direita de Hooker derrubou o americano, que ficou se defendendo no chão, e terminou o round buscando uma chave de tornozelo no solo.
Em clara vantagem nos dois primeiros rounds, Dan Hooker voltou para o terceiro round mantendo a pressão nos ataques, tanto com cruzados e diretos, quanto com chutes altos, já que Iaquinta escondia a perna esquerda, claramente afetada pelos ataques do neozelandês. Mais preciso, o neozelandês castigava o americano, que suportava o castigo e se mantinha vivo na luta. Com o nariz aparentemente quebrado e a perna castigada, Iaquinta não desistia de buscar a vitória em nenhum momento, mostrando muito coração até o fim.
Spivak apaga Tuivasa com katagatame
Um dos lutadores mais populares entre os fãs australianos, o peso-pesado Tai Tuivasa não foi páreo para o moldávio Sergey Spivak. Com um ótimo jogo de chão e judô, e contando com uma defesa de quedas nula do rival, Spivak finalizou Tuivasa com um katagatame aos 3m14s do segundo round. Esta foi a terceira derrota seguida de Tai Tuivasa no UFC.
Sergey Spivak finalizou Tai Tuivasa com um katagatame no UFC 243 — Foto: Getty Images
A luta começou com um chute de Tuivasa na perna de Spivak que fez o moldávio ir ao chão. Na segunda tentativa de chute do australiano, no entanto, Spivak travou sua perna e o derrubou. Tuivasa se ergueu logo em seguida, e passou a desferir golpes duros na guarda do moldávio, que se defendia e buscava as derrubadas. Spivak conseguiu duas quedas de judô no australiano, mantendo-o com as costas no chão e tentando finalizar a luta com uma "gravata de porteiro". O australiano se levantou, mas foi derrubado pela terceira vez, ficando com as costas no chão até o intervalo.
O moldávio derrubou Tuivasa mais uma vez no começo do segundo round. O australiano livrou-se do rival e passou a buscar a trocação. Spivak manteve a estratégia de derrubar Tuivasa, e conseguiu pela quarta vez, desta vez montando junto à grade e disparando cotoveladas que abriram um ferimento profundo na cabeça do australiano. Abalado, Tuivasa permitiu que o rival encaixasse um katagatame, que acabou apagando o australiano.
Yorgan DeCastro "implode" Justin Tafa
Na luta que abriu o card principal do UFC 243, entre os pesos-pesados estreantes Justin Tafa, da Austrália, e Yorgan DeCastro, de Cabo Verde, quem levou a melhor foi o africano, e de forma devastadora. Com um único golpe de encontro próximo à grade, DeCastro nocauteou Tafa aos 2m10s do primeiro round.
Yorgan DeCastro acerta o golpe que nocauteou Justin Tafa no UFC 243 — Foto: Getty Images
A luta começou com Tafa travando DeCastro na grade, buscando os golpes curtos. O africano conseguiu resistir aos ataques do australiano, e afastou-se da grade. Tafa percebeu um espaço para se aproximar, e foi com tudo. Mas DeCastro estava preparado, e disparou um cruzado de encontro que acertou em cheio o queixo do australiano, que já caiu inconsciente, tendo de ser atendido no octógono. No anúncio do resultado, DeCastro não segurou as lágrimas, e caiu de joelhos, emocionado.
Confira todos os resultados do evento:
CARD PRINCIPAL
Israel Adesanya venceu Robert Whittaker por nocaute aos 3m33s do R2
Dan Hooker venceu Al Iaquinta por decisão unânime (30-27, 30-27 e 30-26)
Sergey Spivak venceu Tai Tuivasa por finalização aos 3m14s do R2
Dhiego Lima venceu Luke Jumeau por decisão dividida (29-28, 28-29 e 29-28)
Yorgan DeCastro venceu Justin Tafa por nocaute aos 2m10s do R1
CARD PRELIMINAR
Jake Matthews venceu Rostem Akman por decisão unânime (triplo 30-27)
Callan Potter venceu Maki Pitolo por decisão unânime (triplo 29-28)
Brad Riddell venceu Jamie Mullarkey por decisão unânime (29-27, 30-26 e 30-26)
Megan Anderson venceu Zarah Fairn dos Santos por finalização aos 3m57s do R1
Ji Yeon Kim venceu Nadia Kassem por nocaute técnico aos 4m59s do R2
Khalid Taha venceu Bruno Bulldoguinho por finalização aos 3m do R3
Assine o Combate Play e assista ao Combate em qualquer lugar — Foto: Combate