16 de setembro de 2020
💡 Trazemos as novidades em entretenimento ao vivo e online no Brasil e no mundo, formas criativas que estão sendo adotadas na volta dos eventos e muito mais.
O STREAMING VEIO PRA FICAR
Não é novidade que a transmissão de shows, festas e vários tipos de eventos online se tornou a “nova realidade” do entretenimento durante a pandemia. Mas a verdade é que assistir a um evento virtualmente não substitui a experiência presencial. Conhecer pessoas novas, estar perto do artista que você ama, abraçar e brindar com os amigos, faz muita falta.
Quando a pandemia acabar, será que as pessoas vão continuar assistindo eventos por streaming? Você vai?
A transmissão virtual abre muitas portas, e num futuro próximo a realidade será um mix dos eventos presenciais e online.
O retorno aos eventos presenciais será gradual, com capacidades iniciais menores (os espaços culturais em São Paulo, por exemplo, estão reabrindo com 40% da capacidade), e a transmissão por streaming não só não altera, como pode aumentar - e muito - a receita do evento.
O Ingresse News de hoje fala sobre streaming, a partir de três tópicos: cases de experiências online de sucesso, inovações que estão rolando no mundo virtual dos eventos e opinião do mercado.
Boa leitura!
1. EVENTOS ONLINE: CASES
🔥 “We Will Always Burn the Man. And we did”
Em 2019, mais de 78.000 pessoas compareceram ao festival Burning Man, um dos mais famosos do mundo. Devido ao coronavírus, a edição de 2020 foi substituída por uma versão totalmente online, que foi produzida por pequenas equipes e realizada do dia 30 de agosto a 6 de setembro.
Com o tema “Multiverse”, as tendas e campos com arte, música e festas foram substituídas por oito imersões digitais, que os usuários puderam acessar virtualmente, através da plataforma Kindling.
O “The Infinite Playa”, por exemplo, recriou o deserto de Black Rock em 3D, onde o festival ocorre desde 1998, e permitiu que o participante andasse por uma versão virtual do evento. Já o “Build-a-Burn” possibilitou que o usuário criasse um evento customizado ao lado de outros usuários, como se fosse um game cooperativo.
Como acontece há anos no deserto de Black Rock, a Fundadora Cultural, Crimson Rose, iniciou o ritual do fogo no dia 31 de agosto, com a primeira chama sendo acesa com a luz do sol, neste ano no centro de um grande labirinto. Crimson cuidou do fogo durante toda a semana em preparação para o sábado (5 de setembro), quando aconteceu o auge do festival, a queima da estátua de madeira que dá o nome ao evento.
O site do Burning Man, através da imersão denominada “Burn Night: Live From Home” disponibilizou projetos para a criação de mini-estátuas caseiras, que puderam ser queimadas em casa (desde que de forma segura), com transmissão para o resto do mundo.
Diversos artistas brasileiros se apresentaram no festival, como Mary Mesk, Xaxim (Dudu Marote & Fabio Soares), Marcio Techjun, L_Cio, Eli Iwasa, Ignacio, No Porn, Gian Granito entre outros. Nos visuais, o evento contou com o grafiteiro Cranio, além de Felipe Morozini, Claudia Liz, Nathalie Edemburg, Gustavo Prata, Tripolli e Luiz Maudonnet.
Um ponto polêmico e bastante comentado pela mídia, envolveu a celebração presencial do festival em diversos locais pelo mundo, mesmo com a opção virtual.
“Quem sabe o que o futuro reserva? Onde estaremos em um ano? Como será o Burning Man em 2021? Não sabemos as respostas. Sabemos que somos uma comunidade de criadores, construtores, artistas, músicos, filósofos, sonhadores e realizadores. Pensamos em coisas que os outros não pensam, então fazemos com que aconteçam”, afirmou a organização do evento.
🌍 Mais de 1 milhão de fãs pagaram para participar do Tomorrowland virtual
Um dos maiores festivais de música eletrônica do mundo deu as boas-vindas a 1 milhão de fãs, equivalente a 150% mais visitantes do que o normal este ano com sua edição virtual pay-per-view, o “Tomorrowland Around the World”. O projeto, que normalmente levaria 2 anos para ser feito, ficou pronto em apenas 3 meses.
O evento aconteceu nos dias 25 e 26 e julho, com mais de 60 atrações, incluindo Katy Perry, Amelie Lens, David Guetta, Martin Garrix, Dimitri Vegas e Like Mike, que se apresentaram em oito palcos personalizados na ilha de Pāpiliōnem. A versão virtual também contou com 9 experiências complementares (com palestras, jogos, merchandising, etc.).
O valor dos ingressos variou de €12,50 (diário) a €20 (dois dias do evento). Aqueles que compraram o ingresso para os dois dias também puderam revisitar a ilha e rever todas as apresentações.
Os artistas foram filmados ao vivo com câmeras de alta definição 4K, em quatro estúdios especialmente projetados na Bélgica, Los Angeles, São Paulo e Sydney. De acordo com a equipe do Tomorrowland, 300 terabytes de imagens brutas foram gravadas, o que levou vários mecanismos de renderização em torno de quatro semanas para processar.
O ambiente virtual criado foi renderizado em altíssima qualidade, com dez vezes mais polígonos (os blocos de construção dos gráficos 3D) do que um videogame comum.
Diversas marcas, como Pepsico, Beck's e Absolut participaram do evento online. Elas nomearam palcos, investiram em conteúdos e proporcionaram diversas experiências para os espectadores.
🚀 Grupo BTS conquistou título no Guinness World Records com a live stream mais visualizada no mundo
A live da Marília Mendonça teve mais espectadores, mas foi gratuita. O recorde do BTS se deve à cobrança de ingressos. Todos os 756 mil espectadores pagaram para assistir ao show pela plataforma Weverse, com ingressos no valor de €21 para membros do ARMY fan club do BTS e €28 para membros do público geral.
Atualmente, a banda detém vários recordes mundiais do Guinness, incluindo o primeiro grupo de K-pop a alcançar o número um na parada de álbuns dos EUA; tendo o álbum mais vendido na Coréia do Sul; atingindo um milhão de seguidores no TikTok no menor período (três horas e 31 minutos) e os Twitter engagements mais usados em um período de 24 horas, com a hashtag #TwitterBestFandom da banda sendo twittada mais de 60 milhões de vezes em um dia.
2. O QUE O MERCADO ESTÁ DIZENDO?
A Vivid Interface, empresa de pesquisa de mercado inglesa, perguntou a mais de 1.000 pessoas que haviam visitado pelo menos duas atrações turísticas nos 18 meses anteriores ao início da quarentena, quanto elas pagariam para "assistir (virtualmente) a uma peça, ópera, apresentação de balé, show, ou para fazer uma aula, etc.”
Além dos valores, de £5 para ingressos individuais e £10 para famílias, a pesquisa também revelou diferenças na disposição de gastar com base na faixa etária - para 18-25 e 36-54 anos, o preço ideal é £10, enquanto para 26-35 e acima de 55 anos, é £5 - e no gênero, com homens dispostos a pagar mais por suas experiências online do que mulheres.
Geoff Dixon, diretor-geral da empresa, acredita que “uma oferta online correta pode fornecer uma rápida recuperação de receita sem prejudicar a viabilidade a longo prazo do ‘ao vivo’. Na verdade, a presença online pode alcançar novas geografias e trazer novos clientes para uma marca, atraindo pessoas que podem, com o tempo, passar por uma porta física em vez de um acesso pago.”
Acesse a pesquisa completa nesse link.
2020 será conhecido para sempre como o ano que interrompeu a indústria da música ao vivo em todo o mundo. Mas também deve ser reconhecido como o ponto em que as lives monetizadas se tornaram a norma, à medida que artistas e fãs utilizaram a tecnologia para se conectar e obter sua dose coletiva de entretenimento ao vivo.
Embora gigantes online como Facebook, Instagram e YouTube tenham se voltado para oferecer muito mais imagens de shows e festivais, empreendedores ansiosos correram o risco, durante o isolamento, de lançar uma série de novas plataformas e empresas de produção para entregar live streamings de alta qualidade.
Alguns pioneiros estabeleceram o live streaming como uma nova saída crucial para a criatividade e, potencialmente, um fluxo de receita duradouro para os artistas e suas equipes. Entre eles estão LiveFrom, Streamyard e Sansar.
O co-fundador da LiveFrom, Steve Machin, acredita que “O streaming é um meio fundamentalmente novo para os artistas desenvolverem relacionamentos mais profundos com seus fãs e expandirem seu alcance para novos públicos. Eventos online ajudarão a acelerar o retorno aos eventos da vida real e serão parte integrante de como um artista ou local vê sua renda e suas atividades combinarem no futuro.”
Já a plataforma Sansar entende que “A experiência de show virtual se desenvolverá e crescerá para superar o concerto tradicional, espalhando o amor pela experiência musical aos pontos mais remotos do mundo.”
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3. INOVAÇÕES NOS EVENTOS VIRTUAIS
A “Beyond LIVE” é a primeira plataforma do mundo que combina performances artísticas com tecnologia e cria experiências de shows online otimizadas. Já foram transmitidos diversos shows de grupos da SM Entertainment, como BTS, NCT Dream e SuperM. As transmissões são pagas. De acordo com a empresa, todas foram um sucesso.
A plataforma traz várias soluções criativas para que o streaming seja o mais parecido possível com uma experiência presencial, que envolvem interatividade e faz com que os fãs sintam que estavam no evento.
Tecnologias como andar com a câmera de sincronização ao vivo; chamadas de vídeo que possibilitam a interação com dos fãs com os artistas ao vivo; produção de palco que combina a performance do artista com gráficos 3D aprimorados e tecnologia de realidade aumentada avançada fazem parte da plataforma.
É também a primeira empresa do mundo a fornecer o serviço Sync Play, que conecta o online com o offline. O serviço consiste em sincronizar o fanlight, um bastão de luz que o fã tem em casa, com a transmissão ao vivo, para que possam mudar de cor e padrão de acordo com a música.
Outro ponto interessante é que os pacotes disponíveis no site contemplam ingressos e merchandising:
O serviço de streaming geralmente lista os eventos ao vivo de um artista em seu perfil, mas agora esse recurso está sendo transformando em descoberta de eventos virtuais. O recurso foi divulgado pela engenheira de software Jane Manchun Wong e ainda não está disponível na versão pública do aplicativo Spotify.
Em um movimento histórico, o TIDAL, o primeiro serviço de streaming de música e entretenimento de propriedade de artistas, anunciou a compra de US$ 7 milhões em tokens emitidos pela Sensorium Corporation ("SENSO Tokens"). A plataforma social de VR irá permitir a transmissão de conteúdo imersivo de realidade virtual para usuários em todo o mundo.
Propriedade de artistas mundialmente aclamados como JAY-Z, Lil Wayne, Rihanna, Calvin Harris, Daft Punk e Chris Martin do Coldplay, a compra dos SENSO tokens pela TIDAL estabelece a plataforma Sensorium Galaxy como líder no mercado de entretenimento social de VR e amplia o apoio da missão do serviço em fornecer experiências únicas para os fãs.
A Sensorium Galaxy fornecerá aos usuários acesso a shows e música virtual que eles não poderiam assistir de outra forma. Os usuários poderão interagir com outros participantes virtuais e avatares, enquanto participam de uma experiência social comunitária única e inédita.
A startup Wave, conhecida por transformar artistas em avatares digitais em tempo real colocando-os em palcos em mundos virtuais personalizados, recebeu, recentemente, um investimento de US$ 30 milhões. Os empresários Scooter Braun (empresário de Justin Bieber, Ariana Grande, Kanye West, etc.), Alex Rodriguez (Ex-jogador Yankees), Rick Farman (co-fundador da Superfly) e Kevin Lin (co-fundador da Twitch), participaram da rodada.
De acordo com o CEO da Wave, Adam Arrigo, “o investimento mostra que a indústria do entretenimento está procurando maneiras novas e interativas de se conectar com a geração digital de hoje.”
Os shows virtuais com avatares provaram ser um formato super popular, com as aparições digitalizadas de Marshmello e Travis Scott no game Fortnite que atraiu dezenas de milhões de pessoas, e com a pandemia em andamento, o impulso para as formas digitais de entretenimento 'ao vivo' é ainda maior.
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CONCLUSÃO
Esses são apenas alguns exemplos dentro das infinitas possibilidades que podem ser implementadas no streaming para torná-lo exclusivo e mais atrativo ao público. Em breve, quando avançarmos mais na flexibilização do isolamento, também será possível replicar essas ideias criativas nos eventos híbridos (mix das experiências virtuais com as presenciais).
Os cases de sucesso que temos visto demonstram que o streaming de eventos só tende a crescer, que os artistas podem (e devem) cobrar pelos seus shows virtuais, e que boa parte dos fãs está disposta a pagar. Esse tema foi abordado pela Ingresse na pesquisa sobre drive-ins e lives e no artigo sobre o futuro do entretenimento, elaborado pelo nosso Founder e CEO, Gabriel Benarrós. Nas edições do Ingresse News dos dias 9 de julho e 27 de agosto também tratamos do assunto.
Na nossa pesquisa, quando perguntamos aos usuários “se você não puder ir a um evento que gosta muito por causa do preço ou da distância, você compraria um ingresso bem mais barato para acompanhar esse evento ao vivo da sua casa?”, 15,7% respondeu que sim e outros 30%, “talvez”. Isso quer dizer que 46% da base são potenciais compradores desse produto. No Instagram, a aceitação da base foi ainda maior com 75% mostrando interesse no produto.
Além disso, 44% da nossa base de usuários declara que pagaria para ver um show em casa; 20% pagaria se a experiência fosse “única com vários artistas”; 21% afirma que pagaria se o show fosse “exclusivo e diferente” (exemplo: cenário único, repertório específico).
Nos aprendizados da DICE TV, trazidos no News de 9 de julho, o fundador, Phil Hutcheon, afirma que live streams pagas são mais impactantes do que gratuitas: como nos shows presenciais, o "grátis" geralmente desvaloriza o evento. Embora a audiência seja menor em uma live paga, os fãs estão altamente engajados e comprometidos em assistir ao evento inteiro. Mais de 90% dos espectadores de Lewis Capaldi assistiram ao stream do início ao fim.
Na edição do Ingresse News de 27 de agosto, falamos sobre o case do evento online do Seu Jorge, realizado na plataforma de streaming da Ingresse, o Ingresse Studio. Trouxemos 12 dicas para o seu evento online, com base nos aprendizados que tivemos nas experiências virtuais realizadas no Studio até o momento.
No Brasil, o grau de interesse em live streams está acima do comum, não é por acaso que os artistas brasileiros lideram o ranking das maiores “lives” do mundo. 16 das 20 “lives” de maior audiência mundial no YouTube são de artistas brasileiros.
Quase todos os experts da indústria já entenderam que experiências por streaming não substituem experiências presenciais, mas grande parte das pessoas continuará assistindo eventos online com o fim da pandemia. A transmissão dos eventos por streaming permite que pessoas de todo o mundo se familiarizem com o show de diversos artistas e, eventualmente, se tornem fãs presenciais.
Mas como será no futuro? Entendemos que o streaming deve permanecer, possibilitando, em um futuro próximo, que os eventos sejam híbridos. Também acreditamos que é muito importante agregar experiências ao formato de eventos virtuais, quanto mais atrativa a experiência, maior será a rentabilidade e o alcance.
Os eventos virtuais têm enorme potencial de crescimento no país - e no mundo -, sendo possível monetizar, atingir maior número de fãs, contemplar pessoas que querem evitar aglomerações e considerar aqueles que estão buscando entretenimento mais econômico.
Quer saber mais sobre o Ingresse Studio e produzir o seu evento virtual? Entre em contato conosco!
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Time Ingresse
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