Você já deve ter ouvido falar em compensação de créditos de carbono, certo? O tema é abordado com frequência por veículos de comunicação e está no centro da atenção da sociedade.

Tal assunto tem recebido tanta atenção que motivou pesquisas com os públicos de festivais de música, a exemplo da que foi realizada pelo Datafolha durante o Rock in Rio em setembro de 2022. Nesse estudo, foi possível perceber que 26% do público presente declarou considerar a emissão de carbono um dos fatores essenciais ao contratar um produto ou serviço de uma determinada empresa.

Mas você sabe como funciona o mercado de créditos de carbono ou a sua relação com o agronegócio? Diversas práticas estão sendo implementadas no setor para obter melhores resultados, como a agricultura regenerativa. Continue com a Serasa Experian e confira esse conteúdo completo que preparamos sobre o assunto. Veja!

O que são créditos de carbono?

O crédito de carbono é um método criado visando reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera e, quando isto é realizado da maneira correta, as organizações e países são recompensados. O funcionamento é simples: uma vez comprovado que não houve a emissão do carbono, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) gera o crédito de carbono para cada tonelada não emitida.

Os governos presentes na Cúpula do Clima e do Aquecimento Global, realizada em Kyoto em 1997, concordaram em estabelecer esse mecanismo para garantir a certificação e validação das medidas adotadas pelos países comprometidos com a redução da emissão de gases poluentes.

O MDL foi concebido com o propósito de combater essa emissão, que está intimamente ligada a diversos problemas ambientais e influencia as mudanças climáticas. Esses créditos podem ser negociados entre países, por exemplo, locais que ainda não alcançaram suas metas podem comprar o crédito para se manterem neutros.

De modo geral, essa é uma atitude tomada para incentivar o desenvolvimento sustentável das nações e evitar a ação do efeito estufa no planeta. Além disso, o recebimento desses créditos de carbono pode variar, pois as organizações podem implementar diferentes ações benéficas, alguns exemplos são:

  • Aplicação de fontes de energia alternativas;
  • Campanhas de consumo consciente;
  • Redução dos níveis de desmatamento;
  • Implementação de práticas de ESG no agronegócio.

Como funciona o crédito de carbono?

Basicamente, um crédito de carbono é equivalente a uma tonelada de dióxido de carbono (CO₂). Quando essa quantidade deixa de ser emitida no meio ambiente ou é capturada na atmosfera, o crédito é gerado.

Mas é importante ressaltar que, para isto acontecer, a organização deve trocar ações que geram a emissão do gás por fontes renováveis e mais sustentáveis. Para facilitar o entendimento, vamos dar um exemplo:

Na agricultura, os créditos de carbono podem ser gerados por meio de práticas sustentáveis adotadas, como o manejo de resíduos orgânicos e de rebanhos de forma mais eficiente, bem como a utilização de biocombustíveis para evitar a emissão de gases que causam o efeito estufa.

Para isso, é muito importante ressaltar que deve ser realizado um monitoramento contínuo das propriedades agrícolas, pois só assim é possível compreender se o local realmente está investindo em práticas mais sustentáveis. Nesse caso, existem várias ferramentas que podem ser implementadas para facilitar esse processo, como o Smart ESG da Serasa Experian.

Como eles são comercializados?

Conforme comentado nos outros tópicos, o crédito de carbono é gerado a cada tonelada de carbono não emitido da atmosfera. Por isso, é uma ferramenta usada por governos e empresas visando reduzir a emissão de gases poluentes.

Aqueles que buscam compensar suas emissões de gases de efeito estufa têm a alternativa de adquirir créditos correspondentes por meio de intermediários ou diretamente dos envolvidos na captura de carbono. É nesse cenário que o setor do agronegócio assume um papel crucial.

As empresas têm a oportunidade de pagar os produtores rurais para que eles plantem e preservem áreas arborizadas, com o intuito de compensar as emissões geradas pela empresa contratante. Contudo, para que esse processo seja reconhecido, é crucial que seja certificado por entidades independentes ou ligadas à ONU, as quais validam a legitimidade financeira dessas transações.

Estes títulos podem ser então negociados diretamente entre comprador e vendedor ou indiretamente no mercado secundário regulado pela bolsa de valores.

Existem no mundo algumas bolsas de créditos, como a Bolsa de Mercadorias do Futuro, localizada no Brasil. Na América do Norte, encontramos a Chicago Climate Exchange e, na Europa, a European Union Emissions Trading Scheme.

Quais são as vantagens e desvantagens do crédito de carbono?

O mercado de crédito de carbono pode proporcionar diversos benefícios para o mercado de crédito rural, os agronegócios, empresas e, claro, principalmente para o meio ambiente. Apesar disso, alguns estudiosos defendem a existência de desvantagens. Continue lendo e veja quais são:

Vantagens Desvantagens
Países subdesenvolvidos podem comprar créditos de carbono para reduzir seus débitos. Uma vez que o crédito de carbono pode ser comprado, alguns países podem aumentar o nível de emissão de gases poluentes.
A adoção de atitudes mais sustentáveis proporciona uma redução da emissão de gases que causam o efeito estufa, auxiliando na luta contra o aquecimento global. Os países subdesenvolvidos que compram os gases de carbono podem se sentir com a liberdade de poluir.
Os países que utilizam o crédito de carbono de forma consciente podem desenvolver projetos sustentáveis que valorizem o território nacional e fortaleçam a economia devido à comercialização do crédito de carbono. A economia dos países em desenvolvimento pode ser afetada pela compra descontrolada de créditos de carbono para reduzir débitos.
Organizações que investem ou concedem crédito para produtores rurais que geram crédito de carbono tendem a ser mais bem-vistas pela sociedade. Caso o crédito de carbono se torne muito popular entre os países, ele pode começar a ser supervalorizado, apresentando altos valores que dificultam as negociações comerciais.


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Entenda o cenário atual dos créditos de carbono

Segundo pesquisa realizada em 2021 pela PwC, a demanda por créditos voluntários de carbono no Brasil pode atingir de US$ 1,4 bilhão a US$ 2,3 bilhões até 2030. No momento, o país emite menos de 1% desse potencial estimado, sendo 15% do potencial global de captura de carbono.

Segundo McKinsey, esse fato se dá graças à Amazônia. Afinal, o Brasil possui quase metade de todas as florestas do mundo, apresentando um grande potencial para a geração do crédito de carbono devido à conservação das florestas.

Na prática, elaborar projetos de comercialização de créditos de carbono ainda é uma atividade complexa para o agronegócio brasileiro.

Para empreender neste setor, é essencial contar com consultorias especializadas em questões ambientais e financeiras. Elas são fundamentais para calcular a magnitude da redução de emissões de gases decorrentes das iniciativas, auxiliando na estruturação da comercialização do ativo financeiro.

O Projeto de Lei n.° 581/21 é o responsável por criar o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), uma organização que visa regular a negociação de créditos de carbono no Brasil. Seu objetivo é criar um ambiente com regras transparentes, incentivando os títulos verdes, fomentando o crescimento do mercado voluntário e incentivando a participação ativa dos diversos agentes.

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Conforme comentado em outros momentos, as organizações que concedem crédito para propriedades rurais que geram crédito de carbono são mais bem vistas pela sociedade, afinal, as ações realizadas pelos agronegócios beneficiam o meio-ambiente.

Mas as vantagens vão além disso, visto que, ao monitorar corretamente esses negócios e se certificar que as propriedades rurais cumprem com suas obrigações legais, os agentes de crédito tem mais certeza do contrato feito. Ou seja, as empresas sofrerão com menores riscos de inadimplências e se certificarão que nada de ruim irá acontecer com as plantações.

Para fazer isso, nada melhor do que usar uma ferramenta completa que conta com os mais altos níveis de tecnologia. A Serasa Experian possui diversas soluções muito úteis para isso, como o Smart ESG — comentado anteriormente — e o Farm Check.

O Farm Check é uma solução de inteligência artificial que realiza uma busca documental e análises de conformidade socioambiental para monitorar as safras por meio do monitoramento remoto. É uma ferramenta muito útil para o seu processo de concessão e gestão de crédito agro.

Com essa solução, você ganha mais eficiência na concessão de crédito, afinal, pode consultar mais de 170 dados em uma única fonte integrável ao sistema da sua empresa. Além disso, suas consultas podem ser simplificadas e facilitadas por meio de um dossiê completo sobre os produtores e suas propriedades.

De modo geral, com o Farm Check você obtém informações relevantes, atualizadas e muito úteis para conceder crédito com mais segurança. Assim, você pode garantir precisão em cada decisão das suas atividades com o agronegócio.

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