Apesar de anos de esfor�os relativamente bem sucedidos para descentralizar o ensino superior e a pesquisa no Brasil, as universidades estaduais paulistas ainda respondem por cerca de um ter�o de todos os artigos cient�ficos produzidos no pa�s.
Os dados obtidos pelo Ranking Universit�rio Folha indicam que, al�m desse predom�nio quantitativo, a USP, a Unicamp e a Unesp se destacam ainda pela diversidade de sua rede de colaboradores, tanto no Brasil quanto no exterior.
Segundo a base de dados Web of Science, pesquisadores brasileiros publicaram quase 90 mil artigos cient�ficos entre 2012 e 2013. Desses, 33% tinham ao menos um autor associado �s universidades estaduais de S�o Paulo.
AS DEZ MAIS PRODUTIVAS - N�meros de artigos cient�ficos publicados por docentes em dois anos*
O peso dessas institui��es para o impacto da pesquisa nacional (medido pelas cita��es de cada artigo feitas nas pesquisas publicadas posteriormente) tamb�m � significativo. Em 2014, cada artigo brasileiro publicado no bi�nio anterior foi citado, em m�dia, pouco mais de 1,62 vez. Quando as pesquisas com autores da USP, da Unesp e da Unicamp s�o retiradas da lista, a m�dia de cita��es por artigo cai para 1,47.
A compara��o das estaduais paulistas com outras universidades do topo do ranking nacional, como a UFRJ, a UFMG e a UFRGS, revela outro padr�o interessante.
Cerca de 10% das publica��es com participa��o dessas institui��es federais (n�mero que varia entre 12,59%, no caso da UFRJ, e 9,04%, no da UFRGS) incluem colabora��es com a USP, a Unesp e a Unicamp. J� o percentual somado de colabora��es das estaduais paulistas com as grandes universidades federais � mais ou menos a metade disso (entre 6,83% para a UFRJ e 4,28% para a UFRGS).
O levantamento dos dados de impacto foi feito pelo pesquisador em ci�ncia da informa��o Est�v�o Gamba, consultor do RUF.
P�S-GRADUA��O
Para a qu�mica Maysa Furlan, pr�-reitora interina de pesquisa da Unesp, o peso das universidades paulistas tem rela��o estreita com a consolida��o do sistema de p�s-gradua��o. "Em n�mero de cursos de p�s-gradua��o, por exemplo, a Unesp � hoje a segunda do pa�s."
Furlan argumenta que, ao atrair estudantes do pa�s todo para seus programas de mestrado e doutorado, as institui��es de S�o Paulo naturalmente estabelecem uma rede nacional de parcerias.
Segundo Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor cient�fico da Fapesp (�rg�o estadual de fomento � pesquisa em S�o Paulo), as universidades paulistas tamb�m t�m intensificado a colabora��o com grupos do exterior ao longo desta d�cada. Hoje, entre 30% e 40% dos estudos assinados por pesquisadores das tr�s universidades t�m ao menos um autor estrangeiro.
A colabora��o com grupos do exterior, segundo Brito Cruz, amplia o impacto dos artigos cient�ficos paulistas tanto pelo avan�o na qualidade quanto pela visibilidade.