Nas últimas semanas os famosos vêm se posicionando sobre o polêmico Projeto de Lei n. 1904, que visa equiparar o aborto ao crime de homicídio e aumentar a pena máxima do crime de aborto para 20 anos para quem realizar o procedimento a partir da 22ª semana de gestação.
Algumas celebridades se posicionaram a favor do projeto de lei, como Cássia Kis e Juliano Cazarré, que foram criticados por outros colegas. Outros, por sua vez, têm feito campanha para a não aprovação da PL1904. O texto foi criado pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Confira como os famosos se posicionaram sobre o polêmico Projeto de Lei.
Famosos a favor da PL1904
- Cássia Kis
A atriz apareceu em vídeo divulgado amplamente nas redes sociais em defesa do projeto de lei. "Imagine um bebê no ventre de sua mãe, com 5, 6, 7, 8 meses, e ele recebendo uma injeção de cloreto de potássio direto no seu coraçãozinho. É dito que a dor é comparável a um infarto fulminante. Então, precisamos parar isso imediatamente", disse.
Cássia Kis é a favor da PL em favor da criminalização do aborto
- Juliano Cazarré
O artista também se mostrou a favor do projeto de lei, argumentando que o feto poderia viver fora do útero após as 22 semanas: "quem não quiser criar o filho pode entregá-lo para adoção".
Juliano Cazarré se posiciona sobre projeto de lei que envolve criminalização do aborto
Artistas contra a PL 1904:
- Débora Bloch
A artista compartilhou um vídeo em que mostra a deputada Sâmia Bomfim explicando e se posicionando contra o projeto de lei.
A Câmara pode aprovar um projeto que, se aprovado, crianças vítimas de abuso podem perder o direito ao aborto legal, caso a gestação tenha mais de 22 semanas. Nos casos de violência sexual infantil é mais difícil identificar a gravidez, por isso a demora no reconhecimento. E, por isso, nossas crianças precisam ser asseguradas do aborto legal. O projeto equipara o aborto ao homicídio até mesmo nos casos permitidos por lei, que são: risco à vida da gestante e anencefalia, e o estupr*o. Este projeto de lei nada mais é que um incentivo ao estup*o. Pressione Arthur Lira e as lideranças da Câmara para que não coloquem em pauta o #pldagravidezinfantil Entre no site e vote *DISCORDO TOTALMENTE*
- Ana Paula Padrão
A jornalista trouxe dados para argumentar seu posicionamento contra a PL 1904 e destacou que a violência é um dos fatores principais impeditivos de denúncias de estupradores no país no momento.
Ana Paula Padrão se posiciona contra projeto de lei
O Brasil é um país no qual 75 mil mulheres são estupradas por ano. A maioria é de crianças. A maioria dentro de casa, por um parente próximo. Dados oficiais. Esse é um contexto que dificulta denúncias e procedimentos ágeis de apoio à vítima. Delegacias da mulher, a justiça e os hospitais não facilitam o cumprimento da lei que permite a interrupção da gravidez nesses casos. O tempo passa e, se o PL 1904 for aprovado, essas meninas serão consideradas homicidas. O Brasil não é um país que comporte esse tipo de medida de combate ao aborto.
- Paulo Vieira
O ator lamentou e falou especificamente sobre a previsão do aumento de pena para o caso de aborto realizado após 22 semanas de gestação. "A pessoa é estuprada. Aí ela fica grávida. Aí ela faz um aborto do estupro. Ela é presa. Aí, se o estuprador for preso, pega seis anos, enquanto ela pode pegar até 20 anos de prisão! A vida de uma mulher vale menos que a de um estuprador. Isso é um resumo dessa desgraça de PL #PL1904Não"
- Paolla Oliveira
A atriz debateu em longo texto o seu posicionamento contra a PL 1904, destacando que as crianças que sofrem abusos devem ter seu direito de infância. Na publicação, ela ainda compartilhou uma charge que ilustra mulheres dentro de uma delegacia sendo apontadas como criminosas. Em seu texto, Paolla lamenta sobre a possibilidade de uma pessoa ter pena de até 20 anos por conta do aborto.
Existe uma realidade que me assusta e que a gente precisa encarar: no Brasil, cerca de 60 mil casos de estupros de vulneráveis acontecem todo ano. Criança deve ter o direito de ser criança. Criança não é mãe. E nossas leis e políticas públicas devem assegurar isso. Como mulher, fico estarrecida vendo homens decidindo sobre nossos corpos, nossa liberdade, nossos direitos. Quando uma criança vítima de estupro engravidar e optar por interromper a gravidez, o PL 1904 da Gravidez Infantil, pode prendê-la por até 20 anos! O aborto legal se torna crime pior do que o estupro. Isso é absurdo! A vida de uma criança, de uma mulher, vale menos do que a de um estuprador? #PL1904Não #CriançaNãoÉMãe
- Marcela McGowan
A ex-BBB Marcela McGowan, que é médica ginecologista, também mostrou o seu posicionamento como profissional da saúde em vídeo explicativo em seu Instagram. Nas imagens, ela fala sobre dados de casos de abuso sexual na infância e adolescência e as implicâncias de um parto na situação. Ela também comentou como o procedimento é feito segundo orientações da OMS.
Esse sempre vai ser um tema delicado, e eu entendo que esbarre em emoções, mas esse não é o momento de olhar individualmente e sim coletivamente. Tanto o que é proposto na PL1904 quanto essa votação em caráter de urgência, mostra como nossos direitos estão constantemente ameaçados. A criminalização só vai servir para vulnerabilizar e vitimizar ainda mais mulheres e crianças que já estão vulneráveis. Eu gostaria de coração que não precisasse existir uma menina ou mulher submetida a um aborto em caso de violência mas para isso, nossa urgência deve ser deslocada para outras situações. Garantir acesso à informação e saúde. Proteger mulheres e crianças de violência e punir os verdadeiros criminosos nesses casos! Criança não é mãe! Acesse: https://criancanaoemae.org e ajude a impedir esse retrocesso!
Marcela McGowan explica projeto de lei que criminaliza aborto após vinte e duas semanas
- Alane Dias
A ex-BBB e atriz fez apelo para os fãs conhecerem o projeto de lei e os incentivou a votar contra a PL 1904. "Existe uma enquete no site da Câmara dos Deputados sobre esse PL e precisamos votar contra a proposta, para isso basta buscar no Google: enquete PL 1904/24 e clicar em “vote nessa enquete”.
Alane Dias fala sobre projeto de lei polêmico que prevê criminalização de aborto
- Daniela Mercury
Em conversa com a Quem, Daniela Mercury relatou que acredita que o texto não prosseguirá. "Não vai ser aprovado, não vai chegar a virar lei. Mas isso mostra a cabeça da Câmara, com o que ela está preocupada em vez da gente avançar em direitos. Eles estão preocupados em votar algo que é afrontoso contra as mulheres brasileiras contra as crianças brasileiras contra direitos já adquiridos. E isso fere a nossa alma", afirmou.
- Juliana Paiva
A atriz Juliana Paiva se manifestou sobre a liberdade da mulher: "Eu acredito que a mulher tem que ser livre. Nenhuma mulher escolhe fazer aborto de forma feliz e tranquila; algo aconteceu que a levou a tomar essa decisão difícil. Todas as mulheres que conheço e que já passaram por isso consideram essa experiência uma parte traumática de suas vidas. Portanto, acho que a mulher deve ser respeitada, principalmente em casos de desrespeito relacionados a estupro. Estupro de menor é algo extremamente grave, e uma criança não é mãe. Então, acredito que, cada vez mais, quando falamos de liberdade, devemos ter voz em todos os sentidos. Estamos aqui para sermos felizes da maneira que pudermos, e acho que cabe à pessoa que viveu aquela situação decidir o que é melhor para ela".
- Ingrid Guimarães
Ingrid Guimarães também demonstrou sua insatisfação com a propagação da PL: "Eu sou completamente contra isso. É uma das coisas que mais têm me mobilizado nos últimos tempos. Não é possível que a pena de uma mulher que foi estuprada por violência doméstica seja maior do que a do estuprador. Isso mostra todo o ódio que existe contra a mulher neste país. Isso é um absurdo, e eu sou completamente contra".
- Danielle Winits
Danielle Winits declarou, em conversa com a Quem: "Olha, acho que essa é uma questão tão óbvia, né? E não só as mulheres, mas todos deveriam enxergar isso de forma global. Estamos falando do Brasil, mas essa questão do aborto é mundial. Eu estou do lado das mulheres e sempre estarei. Acho que existe uma hipocrisia muito grande no mundo hoje em dia, e é isso. Não dá para ser hipócrita. Precisamos estar sempre ao lado das mulheres"
- Alinne Moraes
A atriz mencionou a importância da educação sexual nas escolas para que as crianças aprendam desde cedo como tentar se proteger adequadamente.
A gente não tem nem nas escolas, né? A gente fala e estuda com as crianças e os adolescentes, mas tudo é muito tardio. Então, eles não têm como se proteger nem como se informar adequadamente. Esse é um assunto muito delicado e importante, que precisa ser cada vez mais discutido. A internet nos trouxe essa possibilidade de entender melhor o que está acontecendo, mas ainda é complicado. Uma vírgula pode mudar tudo. Por isso, eu prefiro me posicionar em outros contextos, não assim, com meu filho aqui. Acho que não é o caso. É um assunto muito delicado.