Valentina Bandeira expõe versão pouco conhecida do público em projeto autoral: 'Profundidade'

Foi então que eles começaram a pirar falando que queriam fazer um programa parecido. "Nós também tínhamos referências do Provocações, da TV Cultura. Nesse mesmo final de semana, a gente assistiu ao Provocações e conversou muito sobre isso. Então eu e o Lucas começamos a desenvolver a ideia, e não demorou muito, botamos a coisa para acontecer e gravamos", afirma.

Os episódios do Passa Lá em Casa foram gravados para serem colocados no ar enquanto Valentina estava em Paris, cobrindo as Olimpíadas. Ela fez parte do time "Paris é Brasa", grupo de influenciadores que esteve acompanhando in loco os eventos alternativos e fazendo reportagens sobre comportamento durante os Jogos de Paris.

No Passa Lá em Casa, Valentina literalmente abre sua casa e entrevista os convidados em uma versão dela 'que as pessoas conhecem pouco'. "É uma versão mais elaborada, com perguntas mais profundas e mais sofisticadas. O quadro é gravado na minha casa exatamente para acessar a minha intimidade. Um 'eu' que normalmente reservo só para as pessoas que frequentam a minha casa", explica.

Nascida na França, mas criada no Rio, a atriz é carioca de coração e alma. E, como costuma acontecer com quem mora na cidade, também convida as pessoas, com o usual 'Passa lá em casa', mas fica só no convite. "Acho que faço isso como todo carioca, porque é uma expressão popular muito utilizada no Rio, mesmo que ela não signifique nada. Na verdade, não significa necessariamente que a pessoa vai passar lá na sua casa, mas a minha casa está realmente sempre aberta para todo o mundo (risos). E assim... Gosto muito de receber pessoas em casa, gosto muito de casa, tenho muita relação com casa, então acaba que faz muito sentido mesmo", diverte-se.

Valentina quer entregar profundidade ao público com o Passa Lá em Casa. "O programa realmente serve para explorar tanto as minhas profundidades quantas as profundidades dos entrevistados. E também tem um lado mais intimista e uma quebra com as entrevistas de rua, que trazem uma certa dinâmica, um ritmo mais acelerado. Por mais que a gente explore profundezas, a gente permeia e costura isso com dinâmica, que são as entrevistas de rua. Então é bem excitante, é um carrossel de emoções", descreve.

Segundo ela, o critério para selecionar os entrevistados é a afinidade. "Penso em quem funcionaria muito conversando comigo e quem eu realmente tenho curiosidade para conhecer. Eu acho que isso foi uma linha fundamental para eu fazer esse programa com estímulo. Eu gosto muito de gente, então é difícil eu não ter curiosidade sobre algum ser humano. Mas eu acho que são os seres humanos dos quais eu tinha mais curiosidade. Foi assim que a gente escolheu", diz ela, que já entrevistou Deborah Secco, Fernanda Bande e Patrícia Ramos, entre outros.

Além de atriz e apresentadora, Valentina se tornou uma influenciadora amada por todos por conta do seu jeito espontâneo. "Eu peguei uma internet ainda muito perfeita. Com blogueiras perfeitas, com um certo ideal de perfeição. E eu vim quebrando tudo isso, sabe? Sempre aparecendo meio descabelada e nua -- no sentido de crua. Acho que esse jeito cativou as pessoas. Eu me permiti ter essa liberdade para ser quem eu sou. Posso atribuir também [o sucesso na web] ao poder de comunicação. Eu não quero me jogar elogios, mas é isso", avalia, aos risos.

"Gente como a gente", a atriz fica feliz quando as pessoas falam que querem ser amigas dela. "Eu acho que essa é a máxima, a mais poderosa. Isso que me faz ser quem eu sou hoje, que faz meu conteúdo alcançar tantas pessoas. Eu acho que eu desperto um desejo das pessoas de ser amiga. E acho que por isso fizemos o Passa Lá em Casa também, porque as pessoas estão interessadas em estar na minha vida pessoal, em frequentar os mesmos lugares que eu. Então, nada mais natural do que eu trazer essas pessoas para minha casa, né? Eu acho que essa é a coisa que eu mais ouço na rua e nas redes: 'quero ser sua amiga'", afirma.

Questionada sobre como se descreveria para quem não a conhece, Valentina filosofa: "Parafraseando Marília Gabriela, eu sou uma pessoa caótica, cheia de dúvidas, angústias existenciais, mas com uma alegria de viver que não combina com nada disso. Eu acho que é isso, eu tenho um transbordamento que eu tento conter a todo momento, então eu estou sempre contendo meu transbordamento, e isso é bem nítido para quem me conhece mais profundamente. Estou sempre contendo um derramamento de emoções, às vezes um choro preso. Eu tenho essa relação muito íntima, com uma certa melancolia, mas, ao mesmo tempo, uma vontade de viver e uma tendência à felicidade."