Presente em todos os estados brasileiros e com uma produção diária de três toneladas de produtos naturais para cães e gatos, a foodtech carioca Pet Delícia anunciou um novo movimento de expansão. A marca acaba de desembarcar no Peru e já aposta no crescimento do negócio em outros países da América Latina.
Anirudh Deb, CEO da empresa, diz que a decisão de explorar o mercado latino surgiu após uma análise aprofundada do setor de alimentação para pets fora do Brasil. De acordo com Deb, embora a categoria de pet food premium ainda não esteja consolidada em outros países latino-americanos, a empresa entendeu o cenário como uma oportunidade de negócio.
Atualmente, o Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial de maior mercado pet, atrás apenas de Estados Unidos e China. O Brasil é seguido por Reino Unido (que representa 4,66% do faturamento mundial do segmento), Japão (4,61%), Alemanha (4,5%), França (4%), Canadá (3,26%), Itália (2,74%) e Rússia (2,59%), segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET). Em 2023, mais da metade do faturamento brasileiro no setor foi referente apenas à categoria de pet food.
De acordo com Renata Adas, gerente de ações comerciais da foodtech, a escolha por iniciar a expansão pelo Peru veio de uma oportunidade com distribuidores locais e de estudos que apontaram Lima, a capital peruana, como um mercado com perfil de compra favorável para produtos nichados. A expectativa da empresa é atingir um público equivalente ao que concentra no Rio de Janeiro, onde está localizada a fábrica do negócio.
“Sabemos que o produto não vai se vender sozinho, mas existe uma oportunidade muito grande de pessoas com poder de compra e uma concorrência menor do que a que temos no Brasil”, diz Adas. A empresa afirma que Lima será o canal de entrada dos seis produtos da Pet Delícia que chegam ao país, sendo o principal foco, mesmo com a distribuição se estendendo por outras regiões do Peru.
A proposta é inserir no mercado internacional as receitas de maior sucesso no Brasil, aquelas que carregam a identidade brasileira em seus nomes, como Escondidinho, Jardineira e Caçarolinha. A estratégia para os canais de venda copia o modelo já aplicado no território brasileiro, com comercialização em petshops, lojas especializadas e grandes marketplaces. A produção continuará baseada no espaço de 3 mil m² na Zona Central do Rio.
Segundo o CEO, expectativa é que, em 2025, o mercado internacional represente 5% do faturamento. Depois de captar R$ 2,5 milhões em uma rodada de equity crowdfunding em agosto de 2024, a empresa projeta saltar de uma receita de R$ 23 milhões ao ano para R$ 30 milhões em 2025. Uma nova rodada de investimento deve ser pensada a partir do segundo semestre deste ano.