• Paulo Gratão
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Diversidade e inovação são duas palavras que têm caminhado juntas nos últimos anos. Inclusive no empreendedorismo. Grupos diversos têm ganhado cada vez mais força no discurso de consumo, obrigando marcas a repensarem não só os produtos que vendem, mas o processo de desenvolvimento, comunicação, canais, entre outros aspectos.

Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta, participou da Feira do Empreendedor, do Sebrae-SP, que termina nesta terça-feira (11/10) e falou sobre como o mercado tem se aberto para essas discussões. “O mercado mudou e as pessoas estão cada vez mais conectadas com as suas identidades. Os consumidores não consomem só um produto, eles consomem também a história. E isso está ligado às nossas identidades, de onde a gente vem”, diz a empreendedora.

Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta (Foto: Divulgação/Marcus Steinmeyer)

Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta (Foto: Divulgação/Marcus Steinmeyer)

Ela contou que todas as empresas que passam pela aceleração da PretaHub, hub de inovação ligado à Feira Preta, são avaliadas sob quatro pilares: criação, produção, distribuição e consumo. Veja como pensar diferenciais em cada um deles:

Criação

Qualquer produto ou serviço precisa ter um diferencial, mesmo que seja uma história diferente, que se conecte com um público específico. “Brigadeiro tem em todo lugar, mas qual é a história do seu brigadeiro?”, provoca Barbosa. Ela ainda diz que os negócios não precisam necessariamente se basear em outras empresas do próprio nicho. “Se eu faço moda, vou buscar referência não só na moda, mas posso observar projetos de arquitetura, gastronomia, cultura.”

Produção

Mais do que nunca, o empreendedor precisa se atentar à construção da sua cadeia de fornecimento. De onde vêm os insumos? Qual o impacto no meio ambiente? Toda a mão de obra é regularizada? “Até quem faz tudo por conta própria, que é a grande maioria, pode estabelecer parcerias. Mesmo se não tiver dinheiro, tem boca e consegue negociar.”

Distribuição

Em quais canais o produto ou serviço vai ser vendido? Onde o seu público-alvo está? Mire nesses quesitos, mas mantenha o olhar atento para outras possibilidades. “Hoje eu tenho uma loja da Feira Preta dentro do Mercado Livre. Não é uma plataforma étnica, mas eles querem ter produtos para atender a esse público”, diz Barbosa.

Consumo

Quem vai ser o agente consumidor e disseminador de sua marca dentro das comunidades? Barbosa chama especial atenção para o público jovem, que tem ajudado a ditar o consumo em suas famílias.

Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta, durante a Feira do Empreendedor, em São Paulo (Foto: Editora Globo / Paulo Gratão)

Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta, durante a Feira do Empreendedor, em São Paulo (Foto: Editora Globo / Paulo Gratão)

A empreendedora ainda deixou alguns recados para quem pretende tirar o sonho de empreender do papel. O primeiro deles é não recusar uma mão amiga, em qualquer etapa do negócio. “Precisamos aprender a pedir ajuda e se deixar cuidar. Se alguém estiver ofertando uma ajuda, aceite. Com certeza, vocês devem ter ajudado alguém e o universo está mandando alguém para retribuir. Não conseguimos produzir nada de forma solitária. Ninguém conquista nada sozinho”

A outra mensagem é que as coisas nem sempre vão dar certo. “Vai dar ruim, mas isso não vai te impedir de subir novamente. Em algum momento você pode se sentir fracassada, se ver endividada e descredibilizada. Tome seu tempo para se recuperar e continue, peça ajuda e se reerga. Empreendedorismo é persistência”, diz.

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