• Lara Castelo
Atualizado em

Livros, snacks e até produtos para os amantes de carros. Os clubes de assinatura atraem empresas e consumidores de nichos diversos. Por seu modelo de negócio com base digital e entrega individualizada – em geral, no conforto do lar –, eles se tornaram uma alternativa para muitos empreendedores que migraram para o universo virtual durante a pandemia. Foi o caso de Luciana Pimenta, de 32 anos.

Luciana Pimenta, fundadora do Hub Home Box (Foto: Divulgação)

Luciana Pimenta, fundadora do Hub Home Box (Foto: Divulgação)

A empreendedora trabalhava com eventos e teve de reinventar o seu negócio devido à pandemia. Nesse período, descobriu os clubes de assinatura e se apaixonou pelo conceito e pelas pessoas por trás deles. “A maioria dos clubes de assinatura no Brasil são fundados por pequenos empreendedores com muito potencial e pouca visibilidade. Por isso, decidi criar uma plataforma que reunisse todos eles num mesmo espaço virtual e os tornasse mais acessíveis”, conta Pimenta.

Em novembro de 2020, surgiu o Hub Home Box, um marketplace digital que, nas palavras da fundadora, “funciona como o Booking”, marketplace internacional de acomodações de viagens, só que para clubes de assinatura. Hoje, o negócio concentra 100 clubes de todo o Brasil, conta com 400 assinaturas fixas e fatura, em média, R$ 40 mil por mês.

Pimenta se diz empreendedora desde o útero, já que sua mãe e seu pai também tinham suas próprias empresas. Ela cresceu imersa numa dinâmica de negócios e, depois de se formar em administração de empresas, em São Paulo, trabalhou por 11 anos na empresa da mãe, uma agência de marketing especializada em eventos.

Com a pandemia, teve de criar novas soluções para promover os negócios dos clientes sem precisar tirar as pessoas de casa. Por isso, começou a pesquisar sobre clubes de assinatura. “Percebi que era um mercado em expansão e ainda pouco explorado no Brasil. Comecei a desenvolver campanhas para os clientes da agência com base em clubes de assinatura”, relata.

O que era para ser uma solução provisória, porém, acabou se tornando um novo empreendimento. Ao conhecer mais sobre o segmento e as empresas que atuam nele, Pimenta quis criar algo que pudesse ajudá-las na divulgação. Com base na sua experiência pessoal com o Booking, decidiu criar uma plataforma que reunisse os clubes de assinatura em um só espaço virtual.

Pote do Bem, clube de assinatura presente na Hub Home Box (Foto: Divulgação)

Pote do Bem, clube de assinatura presente na Hub Home Box (Foto: Divulgação)

A ideia demorou seis meses para sair do papel. Durante esse período, Pimenta usou como base de pesquisa clubes de assinatura de sucesso dos Estados Unidos. Para desenvolver a plataforma, entrou em contato com um antigo colega do seu pai, Bruno Barasch, que é engenheiro eletrônico. Barasch gostou tanto da proposta que não só topou ajudar, como acabou entrando como sócio no empreendimento.

Com um investimento inicial de R$ 25 mil, os empreendedores desenvolveram o site, captaram os 12 primeiros clubes de assinatura e investiram em marketing, com foco nas redes sociais e no contato com influenciadores digitais. Em novembro de 2020, o Hub Home Box foi oficialmente lançado.

Segundo Pimenta, a plataforma tem crescido em torno de 30% ao mês. Com a expansão, novos clubes de assinatura começaram a procurar os empreendedores para entrar no Hub. Os interessados em participar realizam um cadastro e, depois, são chamados para uma entrevista. Segundo Pimenta, os principais critérios de seleção dos clubes dizem respeito ao potencial, à estrutura e à viabilidade do negócio.

Pomarzinho, clube de assinatura disponível no Hub Home Box (Foto: Divulgação)

Frutas e legumes do Pomarzinho, clube de assinatura disponível no Hub Home Box (Foto: Divulgação)

A receita do Hub Home Box vem da cobrança de uma taxa média de 13% sobre o valor das assinaturas vendidas pelo marketplace. Para estimular pequenos empreendimentos a aderir ao modelo de negócio, o Hub Home Box também oferece consultorias sobre como montar um clube de assinatura, pelo valor de R$ 1.480.

O marketplace é dividido em 12 categorias, como alimentos, decoração, livros, pets, maternidade e bebidas – sendo esta última a mais importante para o faturamento. Hoje, o Hub Home Box recebe em torno de 15 mil acessos e vende cerca de 150 assinaturas por mês. A empresa conta com uma equipe de 10 pessoas, nas áreas de marketing, atendimento ao cliente, comercial e tecnologia.

Para o futuro, o objetivo do Hub Home Box é conseguir mais investimentos para poder inserir clubes de assinatura unicamente digitais no Hub. Até o final de 2021, a empresa espera crescer 48% em relação ao último ano, com foco em alavancar negócios de microempreendedores.

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