• Paulo Gratão
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Depois de 34 anos atuando exclusivamente como distribuidora de moda bebê e infantil para pequenos varejistas, a Brascol inaugura nesta quinta-feira (18/11), sua primeira loja para venda direta ao consumidor, a KooKabu. Localizada no shopping Metrô Tatuapé, em São Paulo, a operação já nasce como franquia e prevê abrir mais 100 unidades em até três anos. A novidade foi antecipada a Pequenas Empresas & Grandes Negócios.

KooKabu abre as portas hoje, em São Paulo (Foto: Divulgação)

KooKabu abre as portas hoje, em São Paulo (Foto: Divulgação)

A Brascol funciona em uma loja de 11 mil metros quadrados na região do Brás, conhecido polo de varejo têxtil em São Paulo. Lá, eles vendem moda bebê e infantil, de 0 a 10 anos, para mais de 20 mil lojas multimarca de todo o país. A empresa também opera com sete marcas próprias — além da KooKabu, que está sendo lançada com a franquia — e tem um e-commerce exclusivo para venda aos lojistas, mas que corresponde a apenas 5% do faturamento total da companhia.

O atual CEO, Carlos Eduardo Padula, está na empresa há cerca de dois anos, e é o responsável pela formatação da franquia. “Quando fui convidado pelos acionistas, já foi com a ideia de usarmos a expertise e o estoque de 1,5 milhão de peças que temos para criar nossa própria plataforma de varejo”, explica. Padula tem mais de 20 anos de experiência com franquias, tendo passado pela elaboração e pela expansão de marcas como Puket, Loungerie e Hope.

Carlos Eduardo Padula, CEO da Brascol (Foto: Divulgação)

Carlos Eduardo Padula, CEO da Brascol (Foto: Divulgação)

O grupo aproveitou o período pandêmico para tirar o projeto do papel e, ao longo dos últimos dez meses, desenvolveu como seria a loja. Padula diz que o investimento no projeto foi de cerca de R$ 1 milhão. Além da estruturação logística, a empresa contratou um escritório de arquitetura, para o desenvolvimento do layout, e uma escritora infantil, a Claudia DiCarmo, para dar vida e contexto ao personagem da marca, KooKabu.

Padula diz que procurou desenvolver um novo modelo de negócio, que minimizasse as principais dores dos varejistas de moda. “Eu tenho um estoque com milhões de peças para 20 mil lojistas, tenho uma relação de credibilidade com os fornecedores. Tudo isso poderia ser usado também para uma rede nossa.” Um dos ganhos, de acordo com ele, é que o franqueado não precisa fazer compras com meses de antecedência e risco de perdas a cada estação. “Para compras em São Paulo eu consigo repor em um dia. Para Manaus, até seis dias. Temos toda essa estrutura já pronta e assumimos o risco de estoque do franqueado”, afirma.

A primeira loja será em shopping, mas a ideia também é levar a KooKabu para pontos de rua. Um dos primeiros desafios que a marca deve enfrentar é em relação à concorrência com os próprios clientes da Brascol. “Ser competitivo é o nosso maior desafio, mas eu consigo transbordar uma série de benefícios de ser o maior cliente dos fabricantes para os nossos franqueados, e com capacidade de escala”, diz.

Fachada da KooKabu: franquia abre as portas hoje, em São Paulo (Foto: Divulgação)

Projeto de fachada da KooKabu: franquia abre as portas hoje, em São Paulo (Foto: Divulgação)

A ideia é que a loja se diferencie com as marcas próprias, mas não está nos planos transformar a KooKabu em uma rede monomarca. De acordo com Padula, a característica multimarca é justamente o que favorece a capilaridade, pois ajuda a levar produtos com características regionais para cada franqueado, sem depender das coleções próprias. “Achamos que as marcas próprias terão uma participação importante, mas não é o projeto ser uma monomarca.”

A primeira franquia será operada pelo empreendedor Norberto Lichtenstein, que comanda mais de 20 operações franqueadas e já trabalhou com Padula em outras marcas. A disponibilidade do ponto do empreendedor fez com que a marca adiantasse os planos: inicialmente, a inauguração seria apenas em fevereiro de 2022.

Loja da Brascol, na região do Brás, em São Paulo (Foto: Divulgação)

Loja da Brascol, na região do Brás, em São Paulo (Foto: Divulgação)

A antecipação acabou deixando a omnicanalidade para o primeiro semestre do ano que vem. Os sistemas já estão sendo desenvolvidos, segundo Padula, e a ideia é que os franqueados possam vender pelo e-commerce da KooKabu, promover retirada em loja e ter acesso a diversas outras formas de complementar o faturamento do varejo físico.

Para o ano que vem, a marca pretende abrir 30 lojas, e Padula enxerga potencial para até 300 pontos em solo nacional. O investimento inicial para se tornar um franqueado é entre R$ 350 e R$ 400 mil, dependendo do local e do tamanho da loja, prevista para ter entre 40 e 60 metros quadrados.

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