Empreendedorismo
Empresa oferece capacitação para afroempreendedores
A AfroBusiness fortalece o processo de inclusão social e econômica da população negra
2 min de leituraMetade (50%) dos negócios no Brasil são abertos por empreendedores negros, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios de 2013 (PNAD). Apesar disso, a turismóloga Fernanda Ribeiro, 31 anos, o advogado Marcio Valêncio, 47, e o publicitário Sergio All, 42, percebiam que esses empreendedores não recebiam as mesmas oportunidades e capacitações para abrir um negócio que os outros grupos étnicos. Foi para solucionar esse gap no mercado que o trio abriu a AfroBusiness em 2015.
A ideia surgiu quando os sócios perceberam a necessidade de fortalecer negócios que, assim como os seus, eram liderados por afroempreendedores. “Nossa ideia sempre foi formentar esses empreendedores por meio de capacitações feitas tanto no nosso portal, quanto nos nossos eventos”, afirma Fernanda.
A empresa oferece eventos de networking e workshops, que são promovidos por organizações parceiras. “Logo no início, fizemos uma parceria com a Etnus Afroconsumo que presta serviços de consultoria e de pesquisa. Levantamos dados sobre as características dos afroempreendedores brasileiros e de seus negócios. Descobrimos que a maior parte não tinha acesso ao comércio eletrônico e que, por isso, muitas vezes não tinham nem um site para a empresa. Essa se tornou a nossa principal área de capacitação”, afirma Fernanda. O investimento inicial feito pelo trio para abrir a empresa foi de R$ 30 mil.
O público alvo da AfroBusiness é composto, principalmente, por mulheres, de 26 a 37 anos, com negócios nas áreas de moda e beleza e voltados para as classes C e D. Todos os eventos são gratuitos. “Levamos especialistas para falarem nos eventos e recebemos de 100 a 120 participantes. Focamos os workshops nas áreas em que os afroempreendedores mais carecem de desenvolvimento, como o comércio eletrônico e as ferramentas jurídicas para internet e marketing digital. Como a maior parte dos alunos são mulheres, fazemos muitos trabalhos de empoderamento feminino”, diz Fernanda.
A capacitação das empreendedoras, inclusive, é um dos grandes focos da AfroBusiness. “Percebemos que a maioria tem dificuldade com o capital financeiro e com o gerenciamento desse capital. Nosso trabalho é capacitá-las e empoderá-las para que trabalhem com essas áreas”, diz.
Depois de cada evento, a empresa realiza pesquisas com os participantes para norteá-los às demais demandas.
O negócio ainda não é rentável, mas o trio espera monetizá-lo em 2017 por meio de ferramentas financeiras. Uma das ideias é criar um aplicativo gratuito que oferecerá microcrédito aos empreendedores. “Além disso, já estamos trabalhando em uma expansão. Por enquanto só atuamos no estado de São Paulo, mas esperamos atingir todo o país em até dois anos”, afirma Fernanda.