O músico David Gilmour disse que nunca mais tocará com seu ex-amigo e hoje desafeto Roger Waters, seu ex-colega de Pink Floyd. O artista de 78 anos expôs seu posicionamento e revelou uma série de incômodos com o ex-companheiro de estúdios e palcos em entrevista recém-concedida ao jornal britânico The Guardian.
A última reunião do Pink Floyd foi em 2005, durante o festival Live 8, em Londres. Perguntado se haveria alguma possibilidade da banda voltar a se reunir, Gilmour foi enfático: “Definitivamente não”.
A resposta completa de David Gilmour à pergunta sobre a possível reunião da banda foi: “Definitivamente não. Eu prefiro me manter explícitamente distante de pessoas que apoiam ativamente ditadores genocidas e autocráticos como [Vladimir] Putin [presidente da Rússia] e [Nicolas] Maduro [presidente da Venezuela]”.
Depois Gilmour completou: “Nada me faria dividir o palco com alguém que acha que esse tratamento [dado por Putin e Maduro] às mulheres e à comunidade LGBT é aceitável. Por outro lado, eu adoraria estar de volta ao palco com [o tecladista do Pink Floyd] Rick Wright [morto em 2008], que foi uma das pessoas mais gentis e musicalmente talentosas que já conheci”.
Apesar de não ter citado Waters nominalmente, ficou explícito que Gilmour se referia ao ex-colega. As tensões entre os dois são antigas.
O Pink Floyd foi criado em 1965 por Syd Barret (1946-2006), Nick Mason, Roger Waters e Richard Wright (1943-2008). Gilmour entrou para a banda em 1967. Ele, Mason, Waters e Wright foram a formação mais célebre do grupo.
Ao longo dos últimos anos, a esposa de Gilmour, a escritora Polly Samson, usou as redes sociais para também fazer críticas públicas aos posicionamentos políticos de Roger Waters.
Samson escreveu em um de seus posts: “Infelizmente, Roger Waters, você é antissemita abominável. Também um apoiador de Putin e um mentiroso, ladrão, hipócrita, sonegador de impostos, faz playback, misógino, invejoso, megalomaníaco. Chega de suas bobagens”.
Gilmour não só curtiu o post, mas depois o compartilhou com o comentário: "Cada palavra é demonstradamente verdade".
Em 2021 Gilmour também já havia negado categoricamente qualquer possibilidade de retorno do grupo: “Não. Acabou para mim. Eu tive uma vida inteira com o Pink Floyd por vários anos, muitos desses anos, no começo, com o Roger [Waters]. E esses anos que hoje são considerados o nosso ápice foram 95% realizados musicalmente felizes, divertidos e cheios de risadas. E definitivamente não quero os outro 5% encobrindo o que foi um período longo e fantástico”.
Assista a seguir ao vídeo da apresentação do hit 'Money', no último show do Pink Floyd em 2005: