Para qualquer estrela em ascensão, a chance de trabalhar ao lado de Tom Cruise em 'Missão: Impossível', uma das franquias mais bem estabelecidas da indústria cinematográfica, é como um sonho tornado realidade - e acredite, quando a oportunidade bate à porta, ninguém quer que o sonho acabe. Mas com Rebecca Ferguson, uma das principais estrelas femininas de toda a franquia de ação produzida por Cruise, a fantasia do sucesso finalmente veio ao fim. Entretanto, para ela, não há ressentimentos sobre sua saída da produção - muito pelo contrário.
Ferguson, que havia estrelado a série histórica da FOX sobre a Guerra das Rosas, 'The White Queen' (2013), como Elizabeth Woodville, apareceu pela primeira vez na série de filmes de Tom Cruise em 2015, na sequência 'Missão Impossível - Nação Secreta', como Ilsa Faust.
ATENÇÃO: SPOILERS SOBRE A FRANQUIA 'MISSÃO: IMPOSSÍVEL' A PARTIR DAQUI
Desde então, tornou-se um dos pilares da narrativa recente da franquia e uma favorita dos fãs da série -- até que, repentinamente durante o recente 'Missão Impossível: Acerto de Contas - Parte 1' (2023), viu sua personagem ser completamente extirpada dos filmes ao ser morta durante um confronto com o um dos malvados da vez, Gabriel (Esai Morales).
Apesar da óbvia frustração que qualquer um sentiria frente à decisão de ser completamente retirada de uma franquia de sucesso, Ferguson está mais calma (e feliz) do que nunca. Em participação recente no programa 'UnWrapped', ela deixou claro que sua morte abrupta na série de filmes não foi exatamente um ponto negativo em sua carreira em Hollywood - na verdade, esse era o fim perfeito para a personagem e um começo incrível para ela mesma.
"Eu a amo [a personagem Ilsa Faust] para além das palavras. Eu acho que ela é a personagem mais incrível e fantástica possível. Quando o quarto filme [da franquia 'Missão: Impossível' em que ela participa] iria ser escrito e eles vieram com a oferta, não havia muito a ser feito com a Ilsa. E a menos que você tenha bastante tempo de tela, é muito tempo gasto para ficar sentada esperando para gravar um filme gigantesco que pode levar um ano inteiro para ser feito. Eu quero trabalhar. Não quero ficar confinada em um trailer", afirmou.
Desde que apareceu pela primeira vez em 'Nação Secreta', Ferguson trabalhou como uma coadjuvante a altura do próprio Cruise - era como a nova 'Bond Girl' da série de ação. Nesse caso, a tal Ilsa Faust era outra dos vários empregados da MI6, que se infiltrou no Sindicato e ali teve a oportunidade de conhecer Ethan Hunt e salvá-lo das mãos dos terroristas que mudaram completamente a organização.
A partir de então, entre encontros e desencontros entre os personagens, Ilsa e Ethan dividem momentos diversos que passam de diálogos entre amigos até grandíssimas lutas e perigosas execuções que podem custar a vida de qualquer um dos dois. Nessa ida e vinda de violência, na primeira parte de 'Acerto de Contas', de 2023, Faust é morta após um duelo de facas com um dos mensageiros que sabem os segredos da Entidade.
Depois de oito anos de muito trabalho, Rebecca viu Ilsa Faust descansar e deu tempo para que sua própria carreira tivesse um tempo livre para respirar.
Segundo a atriz, a dinâmica bastante rápida da franquia é o que lhe deixou com o pensamento de que "ficar sentada em um trailer" não era lá das melhores ideias.
"É isso o que acontece com Missão Impossível; porque é tão extravagante e eles não têm exatamente um roteiro. Você em que pular quando eles te dizem para pular. E essa que é a parte legal: você é altamente treinado e cheio de habilidades. É muito animador, mas existe muita espera. Então quanto mais personagens novos eles trazem, mais espera acontece. Então quando outra proposta vem, você tem que sentar e ponderar: 'Eu tenho outras ofertas chegando, tenho outras coisas no caminho", descreveu.
Depois de sua morte no mais recente capítulo da franquia de ação, Ferguson realmente se arriscou em outros projetos: um dos mais recentes é a série da Apple TV+, 'Silo', em que a atriz interpreta a engenheira tornada xerife, Juliette Nichols. Para além das séries, Rebecca também já foi incluída no elenco de 'The Immortal Man', o filme que completará a história de Thomas Shelby, da série 'Peaky Blinders'.
Em 2024, Ferguson retornou para a sequência 'Duna: Parte II', novamente como Jessica Atraides.
Com tantas novas oportunidades batendo à porta, há quem considere que ter perdido a chance de retornar a 'Missão Impossível' é um mau sinal para a carreira da atriz -- Rebecca Ferguson logo desmente os boatos.
"Falando bem sinceramente, porque tem muita gente triste - e eu também estou triste, eu filmei três filmes. Meu contrato estava finalizado. Chega um momento em que você precisa pensar que vale a pena, e não apenas amar a personagem e abraçar o Tom e a história", declarou. "Mas ter vivido a Ilsa foi incrível. O resultado é o que é. É o que o McQ [Christopher McQuarrie, diretor e roteirista] decidiu que era melhor par a personagem. É assim que essas coisas funcionam".
Direta quanto ao seu fim na franquia, a atriz de 'Doutor Sono' (2018) não é a única a colocar na mesa o futuro da franquia de ação. O próprio Tom Cruise, astro da franquia, que esteve à frente (e nos bastidores) desde o primeiríssimo filme também já foi bastante sincero: depois de 'Acerto Final', Ethan Hunt terá seu descanso por algum tempo.
Depois de tanto trabalho, Cruise quer aposentar seu papel na franquia e, quem sabe, passá-lo para frente, para outro nome promissor.
Por mais triste que seja para alguns, o fim sempre acontece. E nem mesmo nossas franquias favoritas estão livres da conclusão de uma história. O jeito é lidar tão bem com ideia quanto os próprios atores conseguem, afinal, o legado deixado por 'Missão: Impossível', por Ethan Hunt e Ilsa Faust, são alguns daqueles difíceis de serem apagados. Ainda bem, sempre dá para revisitar o passado.
Assista aos trailers de 'Missão: Impossível - Acerto de Contas - Parte 1', com Rebecca Ferguson como Ilsa Faust em sua última aparição, e 'Missão: Impossível - O Acerto Final', que estreia em 2025 e deve finalizar a jornada de Ethan Hunt no cinema.
*Com edição de Luís Alberto Nogueira