Todos os segredos de bastidores de 'A Casa do Dragão', primeiro filhote de 'Game of Thrones'

'Game of Thrones' sem dúvida é um dos maiores fenômenos da cultura pop dos últimos tempos, principalmente por se tratar de uma produção pensada exclusivamente para ser exibida semanalmente na TV, que acabou rivalizando em igualdade de forças com os lançamentos do streaming, serviço que viu crescer e se consolidar como forte concorrente ao longo de suas oito temporadas.

Passados 11 anos do lançamento do primeiro episódio da série, a saga escrita por George R. R. Martin ganha um spin-off – 'A Casa do Dragão' – que surge em um novo momento, sendo lançado também na plataforma HBO Max, com um público ávido por novas aventuras de Westeros e das poderosas famílias que lutam pelo poder do trono de ferro.

"'A Casa do Dragão' está em desenvolvimento há vários anos (embora o título tenha mudado algumas vezes durante esse processo)”, escreveu Martin em seu blog, quando foi questionado sobre o projeto, anunciado no já longínquo 2019. “Este foi o primeiro conceito que lancei para a HBO quando começamos a falar sobre um programa sucessor [de 'Game of Thrones'], no verão de 2016”, concluiu o escritor. Na realidade, muito se especulou sobre o lançamento de diversos derivados da famosa série depois de seu término, em maio de 2019, falando-se em até seis produções do mesmo universo, mas A Casa do Dragão é a primeira que, de fato, vingou.

As outras produções de que se tem notícia são 'Ten Thousand Ships', que se passa cerca de mil anos antes da trama original; 'The Sea Snake', sobre Corlys Velaryon; uma adaptação de 'O Cavaleiro dos Sete Reinos'; a animação 'The Golden Empire', que se passa em Yi Ti; e 'Snow', série solo do personagem vivido pelo astro Kit Harington. 

Atendendo a uma grande demanda de fãs, a nova série tem a dura tarefa não só de conquistar o êxito, como também de reverter a opinião dos espectadores que se decepcionaram com o desfecho de 'Game Of Thrones'. Em um dado momento, a produção, que seguia à risca os livros já lançados, desviou para histórias autônomas, já que o próprio Martin até hoje não concluiu sua trama nos livros.

Muitos acharam controversos os rumos que os personagens tomaram e não concordaram em vários pontos da conclusão da saga. Mas em 'A Casa do Dragão', a trama promete ser fiel a escritos já consolidados e concluídos. O autor mesmo indicou o que deve ser lido por aqueles que desejam se preparar para o lançamento: as antologias 'Dangerous Women' e 'Rogues', além de 'Fogo & Sangue', este último a principal fonte usada pelos roteiristas. Todas as obras cobrem períodos importantíssimos da Casa Targaryen e o auge do poder dos ancestrais de Daenerys e de Jon Snow. 

PARENTE É SERPENTE… OU DRAGÃO?
Se a história de 'Game of Thrones' era centrada nos jogos de força e nos embates políticos de diversos clãs em torno da posse do Trono de Ferro, 'A Casa do Dragão' acaba reunindo todos esses mesmos elementos, mas com toda a ação focada na guerra interna dos Targaryen pelo poder. A prometida “Dança dos Dragões” nada mais é que uma verdadeira guerra familiar pelo trono em que dois irmãos travam pela supremacia do reino, mas, até a história chegar aí, muita lenha – com fogo de dragão – vai queimar.

Os Targaryen não são só uma família poderosa por seus títulos; eles também têm as suas temíveis criaturas mitológicas. Mais do que ostentação de força, os monstros alados são verdadeiras armas de conquista e montá-los não só é uma demonstração de habilidade como também de poder. Na liderança da família está o Rei Viserys Targaryen (Paddy Considine), escolhido para suceder seu avô, Jaehaerys, O Conciliador, no Grande Conselho em Harrenhal. Mas para comandar um mundo como o de Westeros, é preciso um tanto de dureza. Para ascender ao trono, ele superou a prima e herdeira natural Rhaenys (Eve Best), que só não foi coroada por ser mulher.

Esta questão, aliás, é definitiva na trajetória de Rhaenyra (Emma D’Arcy), que vai tentar quebrar esse injusto precedente. Fecham o núcleo duro da família o príncipe Daemon Targaryen (Matt Smith), irmão caçula de Viseys e exímio montador de dragões; Alicent Hightowe (Olivia Cooke), a mulher mais bela dos Sete Reinos e filha de Otto Hightower (Rhys Ifans), a Mão do Rei (principal conselheiro e executor da política da coroa); e o Lorde Corlys Velaryon (Steve Toussaint), aventureiro, dono de uma verdadeira potência dos mares e marido de Rhaenys. 

OSTENTAÇÃO
No quesito investimento, em comparação a 'Game of Thrones', 'A Casa do Dragão' é uma produção muito mais ambiciosa, já que a “série-mãe” chegava a custar 100 milhões por temporada, e o spin-off “queimará” aproximadamente o dobro desse orçamento em seus dez capítulos.

Mas pelas prévias exibidas e pela exigência de efeitos, locações e afins, a nova produção certamente carece de mais dinheiro por conta não só das várias locações, mas dos efeitos visuais, já que 'A Casa do Dragão' propriamente dita tem pelo menos 15 desses monstros.

“Vi cortes brutos de mais alguns episódios e fiquei tão satisfeito quanto com os episódios anteriores. [Os produtores] Ryan [Condal] e Miguel [Sapochnik] e seu elenco e equipe estão fazendo um ótimo trabalho. Aqueles de vocês que gostam de personagens complexos e conflitantes (como eu) vão gostar dessa série, acho. Haverá muitos dragões e batalhas, com certeza, mas a espinha dorsal da história são os conflitos humanos, o amor e o ódio; é um drama de personagens em vez de ação/aventura”, escreveu Martin, ressaltando as qualidades que fizeram de 'Game of Thrones' um grande fenômeno e que todos esperam ver se repetir no novo programa. 

Fora das telas, 'A Casa do Dragão' travará um duelo interessante pela audiência com 'O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder', superprodução do Prime Video que estreia em setembro. Ambas têm um séquito de seguidores fanáticos e surgem para ocupar a lacuna deixada em aberto desde 2019, quando Bran Stark se tornou Rei e Jon Snow foi para o exílio no último episódio de 'Game of Thrones'.

Os dois seriados têm à disposição tudo o que deu certo e de errado com seus antecessores na televisão e no cinema, além de terem adequado narrativas e terem feito castings prezando a diversidade. Sob esses aspectos, irão ao ar em pé de igualdade. Mas lembremos da máxima das grandes batalhas de Westeros: na guerra, quem tem dragões sai em vantagem.

Confira abaixo o trailer de 'A Casa do Dragão.

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