O parto natural ou, pelo menos, com o menor número possível de intervenções tem despertado um interesse crescente nas mães. Com isso, os métodos naturais para estimular o início das contrações, no caso em que é recomendado acelerar o trabalho de parto, também vêm sendo mais discutidos e utilizados. Uma das substâncias que tem chamando a atenção nesse sentido é o óleo de prímula. Esse óleo vegetal tem várias aplicações medicinais, algumas delas relacionadas às funções hormonais femininas.
O que é o óleo de prímula?
Extraído de plantas do gênero Primula L., da família Primulacea, nativa da América do Norte, o óleo de prímula é rico em ácidos graxos benéficos à saúde. Esse óleo tem sido usado para tratar diversas condições, como problemas de pele, sintomas de menopausa, TPM, dor nos ossos, saúde arterial e saúde do coração, entre outros, incluindo o estímulo ao parto.
Óleo de prímula para induzir o parto
Os ácidos graxos abundantemente presentes no óleo de prímula estimulam a prostaglandina, um hormônio que desencadeia o trabalho de parto. De acordo com a obstetriz Gisele Almeida Lopes, da equipe Lavinda (SP) e doutoranda da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP), existem diferentes teorias que explicam por que o trabalho de parto se inicia. “Algumas apontam que o motivo é o feto; outras, que é a placenta; e outras, ainda, atribuem aos hormônios”, explica. “Uma das teorias é a de que, no final da gestação, quando a mulher entra em trabalho de parto, há um aumento do hormônio prostaglandina, que leva a uma diminuição da progesterona. Isso levaria ao desencadeamento do trabalho de parto”, descreve.
Os ácidos graxos presentes no óleo de prímula atuariam no aumento do nível da prostaglandina, acelerando o processo. No entanto, de acordo com a especialista, isso não é suficiente para induzir o trabalho de parto, já que o nível necessário do hormônio é muito mais alto do que o óleo de prímula é capaz de estimular. “Na verdade, usamos o óleo de prímula no preparo do colo do útero”, explica.
Óleo de prímula prepara o colo do útero
Ao longo da gestação, o colo do útero vai amolecendo e afinando, para depois dilatar. A obstetriz explica que o hormônio responsável por esta função é, justamente, a prostaglandina. “Embora não tenha o poder de induzir, o óleo de prímula pode ser usado nesse preparo”, afirma.
Quando tomar óleo de prímula na gestação?
Como não oferece risco de indução de parto, o óleo de prímula pode ser usado a partir de 37 semanas, com o objetivo de ajudar na preparação do colo do útero.
Embora exista essa associação dos ácidos graxos do óleo de prímula com as prostaglandinas, Gisele lembra que mais estudos são necessários, já que não há evidências de eficácia. Porém, como o óleo de prímula não tem efeitos colaterais e não oferece riscos à saúde da mãe e do bebê, pode ser usado por qualquer mulher durante a gravidez.
O óleo de prímula tem custo baixo, o que é uma vantagem. No entanto, a sugestão é que seja usado como uma ajuda extra, em conjunto com outros métodos.
É seguro usar óleo de prímula na gestação? Precisa de indicação médica?
Como não há riscos ou efeitos colaterais, não há necessidade de prescrição médica. Em geral, o óleo de prímula é indicado pela equipe de assistência ao parto. “É sempre importante conversar com a obstetriz, enfermeira obstetra e com o médico, mas não precisa de uma prescrição”, afirma Gisele.
Como usar o óleo de prímula?
“Geralmente, indicamos o uso vira oral e via vaginal”, explica a especialista. Segundo ela, não existe uma diferença no efeito de acordo com o modo de uso, apenas as formas de administração do óleo de prímula se complementam. “Só recomendamos não utilizar via vaginal após o rompimento da bolsa, para evitar o risco de infecção. "De resto, não há contraindicação ou cuidado especial”, completa.
Por que confiar nos conteúdos da CRESCER?
Por que confiar nos conteúdos da CRESCER?
Fontes confiáveis
Equipe especializada
Informações atualizadas
Referência no mercado