Carlos González - Criar com apego

Por Carlos González

Autor da coluna "Criar com apego"

 


Às vezes, os novos pais esperam que, à medida que seu filho cresce, ele seja, logicamente, mais independente, que procure menos a mãe, que aceite melhor as outras pessoas...

Mas o que acontece é justamente o contrário. Os recém-nascidos preferem a mãe, mas aceitam bem a atenção de qualquer pessoas. Um bebê de 2 a 5 meses deixa que o peguem no colo, se acalma se estiver chorando e dorme nos braços dos avós, dos tios, de vizinhos, mesmo que ele nuca os tenha visto antes.

Mãe e bebê em seu colo sentada na cama — Foto: Freepik
Mãe e bebê em seu colo sentada na cama — Foto: Freepik

Porém, mais para a frente, especialmente entre os 8 e os 12 meses, vem a chamada angústia ou ansiedade de separação. O bebê chora desesperado quando fica longe da mãe. Ela tem que ir ao banheiro escondida, aproveitar para tomar banho enquanto a criança dorme... ou tomar banho com o filho no colo.

O bebê ainda sorri para desconhecidos enquanto está seguro nos braços da mãe, mas se incomoda quando chegam muito e fica atordoado se tentam pegá-lo no colo. Os avós, que até algumas semanas antes podiam acalmar e fazer o neto dormir, agora podem ser rejeitados como se fossem vis sequestradores de crianças. Até a relação com o pai esfria: alguns o rejeitam 100%, outros ficam mais ou menos tranquilos com o pai por um tempinho, mas é melhor que não vejam quando a mãe sai de casa.

A criança de 2 anos que está com o pai porque a mãe saiu pode ficar tranquila e alegre durante um tempo, mas talvez exija que o pai se esforce continuamente o tempo todo"
— Carlos González

Mais tarde, com o passar dos meses (às vezes, muitos meses) os bebês começam a aceitar de novo o pai, a avó, o avô (normalmente nessa ordem). Mas continuará existindo uma diferença clara.

A criança de 2 anos que está com o pai porque a mãe saiu pode ficar tranquila e alegre durante um tempo, mas talvez exija que o pai se esforce continuamente o tempo todo, falando, brincando e lendo histórias para que, depois de meia hora ou de uma hora e meia, ela comece a choramingar "Cadê a mamãe?".

Em troca, quando é o pai que sai, parece que a criança nunca pergunta por ele e consegue até ficar sem atenção contínua por um tempo, desde que veja a mãe a alguns metros de distância, enquanto brinca no chão.

Para alguns pais (e avós) pode ser uma fase difícil. O mesmo bebê que tantas vezes fizeram dormir e trocaram as fraldas, de repente, não quer saber nem de olhar para ele. É preciso entender que não é nada pessoal. A criança apenas está ficando mais inteligente e distinguindo com maior clareza a mãe de outras pessoas (incluindo si própria). Lá na frente, ela vai entender que, sim, existem outras pessoas, além da mãe, em que ela pode confiar.

Carlos González tem três filhos,  é um dos pediatras mais famosos na Espanha e autor de livros como “Bésame mucho” e “Meu filho não come!” (Foto: Divulgação) — Foto: Crescer
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