Sustentabilidade

Ter uma casa ecoeficiente ajuda a reduzir o consumo de energia e água, além de preservar o meio ambiente, o que pode fazer bem para o bolso e o planeta. Mas você sabe como planejar esse tipo de moradia? Os passos envolvem tanto atitudes mais conscientes, como também tecnologias sustentáveis aplicadas no dia a dia e em reformas ou construção. Abaixo, você confere algumas dicas!

1. Identifique os pontos de desperdício

Verificar se há desperdícios de água e energia elétrica em casa é essencial para melhorar a eficiência dos sistemas e reduzir o impacto ambiental — Foto: Freepik/pvproductions/Creative Commons
Verificar se há desperdícios de água e energia elétrica em casa é essencial para melhorar a eficiência dos sistemas e reduzir o impacto ambiental — Foto: Freepik/pvproductions/Creative Commons

Em primeiro lugar, é preciso verificar se há desperdícios em casa e de onde eles vêm. "Mapear a situação é o primeiro passo para melhorar a eficiência e reduzir o impacto ambiental", diz o arquiteto Paulo Tripoloni. "Para identificar perdas ocultas de água, por exemplo, use ferramentas como medidores de vazão", sugere Ramon Gomes, gerente de marketing da T&D Sustentável. Veja abaixo os principais pontos de desperdício:

  • Consumo de energia: equipamentos obsoletos, iluminação ineficiente e falta de isolamento térmico.
  • Desperdício de água: torneiras, descargas e chuveiros convencionais sem controle de fluxo ou com vazamentos, falta de sistemas de reúso de água e irrigação excessiva no jardim.
  • Perda de calor e frio: janela com baixa vedação, paredes sem isolamento térmico e telhados sem proteção contra o sol.

2. Invista em equipamentos eficientes

Painéis solares fotovoltaicos são boas opções para o bolso e meio ambiente, pois geram energia limpa e renovável, reduzindo a dependência da rede elétrica tradicional — Foto: Freepik/Creative Commons
Painéis solares fotovoltaicos são boas opções para o bolso e meio ambiente, pois geram energia limpa e renovável, reduzindo a dependência da rede elétrica tradicional — Foto: Freepik/Creative Commons

Para ter uma casa ecoeficiente, o investimento em equipamentos e sistemas eficientes pode fazer uma grande diferença, tanto para economizar água quanto energia.

  • Substitua torneiras e chuveiros por modelos com aeradores, que reduzem o fluxo de água sem comprometer o conforto. Outra dica é priorizar itens com sensores de movimento.
  • Use descargas com caixa acoplada e mecanismos de duplo acionamento, permitindo a escolha da quantidade de água a ser utilizada.
  • Aposte em iluminação com LED, que consome até 80% menos energia que as lâmpadas incandescentes.
  • Prefira eletrodomésticos com selo de eficiência. Certificações como Procel ou Energy Star ajudam a escolher aparelhos que consomem menos energia.
  • Sistemas de aquecimento de água solar podem reduzir em até 70% o consumo de eletricidade para esse fim.
  • No quesito ar-condicionado e aquecimento eficiente, o uso de equipamentos com tecnologia inverter reduzem o consumo de energia.
  • Painéis solares fotovoltaicos geram energia limpa e renovável, reduzindo a dependência da rede elétrica tradicional.
  • Procure também soluções que possam armazenar energia em baterias para utilizar em caso de crises climáticas e de abastecimentos.
  • Use a automação residencial, com sensores de movimento para iluminação e termostatos inteligentes para controlar a temperatura de maneira eficiente.

3. Adote práticas conscientes de consumo

A compostagem permite o reaproveitamento daquilo que iria para o lixo para servir de adubo orgânico — Foto: Freepik/Creative Commons
A compostagem permite o reaproveitamento daquilo que iria para o lixo para servir de adubo orgânico — Foto: Freepik/Creative Commons

A mudança de hábitos é fundamental para a economia de água e de energia, com atitudes simples:

  • Incentive os moradores a tomarem banhos mais curtos, fecharem a torneira enquanto escovam os dentes e lavarem louças, além de utilizarem a máquina de lavar roupa e louças apenas com carga completa.
  • Controle a temperatura, usando termostatos programáveis para esse fim, de maneira a evitar desperdício de energia com aquecimento ou resfriamento desnecessários.
  • Reduza o consumo de plásticos e embalagens descartáveis. Priorize materiais recicláveis e sustentáveis no dia a dia.
  • Detergentes à base vegetal podem trazer redução da poluição gerada por uma casa.
  • Para quem tem espaço, uma dica é implantar um sistema de compostagem, que ajuda a reduzir o lixo orgânico e cria fertilizante natural para plantas e jardim.
  • Para além da casa, o estilo de vida sustentável deve incluir a compra de produtos locais, o uso de transportes ecológicos (como bicicletas e carros elétricos) e a reciclagem de resíduos.

4. Reutilize a água sempre que possível

Implantar sistema de reúso de água em casa é uma forma de reduzir o consumo de água potável e contribuir para a sustentabilidade — Foto: Freepik/wirestock/Creative Commons
Implantar sistema de reúso de água em casa é uma forma de reduzir o consumo de água potável e contribuir para a sustentabilidade — Foto: Freepik/wirestock/Creative Commons

O reúso da água é uma excelente forma de reduzir significativamente o consumo de água potável e contribuir para a sustentabilidade.

  • Reutilize a água da chuva para irrigar jardins e lavar carros, e a água da máquina de lavar roupa para outros fins que não necessitem de água potável, como passar pano no chão.
  • Instale sistemas para captação de água da chuva, que pode ser usada para irrigação, lavagem de áreas externas e descargas sanitárias. Cisternas são uma excelente opção, com diversas opções práticas no mercado.
  • Com os sistemas de reúso de água cinza, a água do chuveiro e da máquina de lavar roupa pode ser filtrada e reutilizada para irrigação ou em descargas sanitárias.

Invista em manutenção preventiva e regular para que os sistemas de água e energia funcionem de maneira eficiente sem desperdícios — Foto: Freepik/Creative Commons
Invista em manutenção preventiva e regular para que os sistemas de água e energia funcionem de maneira eficiente sem desperdícios — Foto: Freepik/Creative Commons

5. Monitore o consumo e faça ajustes constantes

O monitoramento regular do consumo de água é essencial para avaliar a efetividade das medidas de economia e identificar oportunidades de melhorias. Isso pode ser feito com ferramentas fornecidas pelas companhias de água, energia e gás ou sistemas próprios.

  • Sistemas de monitoramento inteligente: instale dispositivos que monitoram o consumo de água, energia e gás em tempo real, que permitem identificar picos de uso e ajustar hábitos de consumo. Existem soluções conectadas a smartphones que facilitam esse controle.
  • Manutenção periódica: realize a manutenção regular de eletrodomésticos, sistemas hidráulicos, de energia, aquecimento e refrigeração para garantir que eles continuem funcionando de maneira eficiente, sem desperdícios.

6. Na reforma

Uma forma de começar a implementar atitudes para que sua casa seja ecoeficiente é a substituição de lâmpadas tradicionais por modelo LED, mais econômicas que as incandescentes  — Foto: Freepik/Creative Commons
Uma forma de começar a implementar atitudes para que sua casa seja ecoeficiente é a substituição de lâmpadas tradicionais por modelo LED, mais econômicas que as incandescentes — Foto: Freepik/Creative Commons

Mesmo em um apartamento já construído, é possível implementar diversas medidas para torná-lo mais ecoeficiente, incluindo os itens citados acima, como a substituição de lâmpadas tradicionais por modelos LED de alta eficiência energética, a instalação de dispositivos economizadores de água em torneiras, chuveiros e vasos sanitários e a utilização de eletrodomésticos com classificação energética A ou superior.

Além disso, o isolamento térmico pode ser melhorado, segundo Felipe Mendes, sócio da T&D Sustentável, com a instalação de películas nas janelas ou uso de cortinas térmicas, reduzindo a entrada de quentura no verão e a perda de calor no inverno.

Para o gerenciamento de resíduos, a implementação de um sistema de coleta seletiva no apartamento facilita a reciclagem. "Também a adoção de plantas de interior não apenas melhora a qualidade do ar, mas cria um ambiente mais agradável e conectado com a natureza, promovendo bem-estar e conscientização ambiental", diz Felipe.

Outra opção, conforme Paulo, é a instalação de painéis solares individuais. "Em alguns casos, é possível instalar os painéis conectados ao apartamento ou sistemas de aquecimento solar para água", diz ele.

7. Na construção

A madeira plástica, usada para revestir deques e fachadas, é feita a partir de resíduos plásticos de alta densidade, que oferecem resistência e durabilidade, além de reduzir os custos com manutenção — Foto: Creative Commons
A madeira plástica, usada para revestir deques e fachadas, é feita a partir de resíduos plásticos de alta densidade, que oferecem resistência e durabilidade, além de reduzir os custos com manutenção — Foto: Creative Commons

Segundo os profissionais, ao projetar uma casa ecoeficiente, é essencial considerar diversos aspectos desde o início do projeto, como orientação solar, escolha de materiais de construção sustentáveis, sistemas de isolamento térmico, automação residencial, telhado verde e paisagismo sustentável.

  • Orientação solar: é importante posicionar a casa para maximizar o aproveitamento da luz natural e controlar o ganho de calor durante o verão. "Janelas grandes voltadas para o norte (no hemisfério sul) ou sul (no hemisfério norte) ajudam a iluminar a residência e reduzir o uso de eletricidade", explica Paulo.
  • Materiais sustentáveis: para Felipe, optar por materiais sustentáveis, recicláveis ou de baixo impacto ambiental contribui para a ecoeficiência da residência. "Use produtos com baixa pegada de carbono, como madeira certificada, blocos ecológicos, bambu ou materiais reciclados", sugere Paulo.
  • Isolamento térmico: os profissionais orientam a investir em paredes, telhados e janelas bem isolados para reduzir a necessidade de aquecimento e ar-condicionado.
  • Telhado verde ou sistemas de cobertura refletiva: ajudam a controlar a temperatura interna, reduzindo a necessidade de climatização e contribuindo para a sustentabilidade urbana.
  • Paisagismo sustentável: a dica de Paulo é optar por jardins com plantas nativas, que exigem menos irrigação, além de considerar sistemas de irrigação automatizada com controle de umidade.
  • Certificações: ao construir ou reformar, Paulo sugere a seguir as orientações da certificação LEED + AQUA-HQE + SELO CAIXA AZUL + BREEAM, que podem ajudar a garantir que o projeto atinja um alto padrão de sustentabilidade. "Isso inclui não apenas eficiência energética, mas também a qualidade do ar interno, materiais de construção e gestão de resíduos", explica.

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