Um estudo realizado por pesquisadores do Centro John Innes, da Universidade de Kyoto e do Laboratório Sainsbury, no Reino Unido, descobriu que as plantas podem detectar a proximidade e a densidade da vegetação vizinha usando fotorreceptores de fitocromo, um pigmento presente nos vegetais com a função de detectar a passagem da luz para a escuridão.
Publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o material explica que em plantas mais sensíveis à sombra, quando a cobertura de suas folhas se intensifica, a espécie começa a alongar seus caules para tentar alcançar mais luz.
No entanto, isso pode ser prejudicial em situações de recursos limitados. O estudo, então, buscou entender como o fitocromo-A pode, ainda, ajudar a reduzir a tendência da planta de evitar a sombra, e chegou à conclusão que isso é graças ao relógio circadiano das plantas.
Assim como os humanos, as plantas também têm um relógio circadiano, uma espécie de "relógio interno" que controla a resposta biológica à luz e temperatura do ambiente ao longo do dia e da noite.
Desta forma, durante o dia, o fitocromo-A desempenha um papel importante por auxiliar a planta na busca por sol, enquanto, de noite, a característica aumenta a quantidade de certas proteínas que fazem parte do relógio circadiano da planta, evitando que ela se desgaste e seja mais eficiente em sobreviver no ambiente escuro.
As espécies que precisam evitar sombra ainda usam deste artifício para detectar a presença de concorrentes, evocando, segundo o estudo, respostas de fuga antes de serem cobertas pela copa de árvores. "O alongamento rápido do caule facilita a busca por luz e permite que as plantas ultrapassem os concorrentes", explica o conteúdo.
Esta resposta, por outro lado, é crédito do fitocromo-B, fotorreceptor que se torna inativado em ambientes claros com uma baixa proporção de luz vermelha ou vermelha distante, característica da "sombra vegetal".