Quando chega esta época, a casa ganha naturalmente mais atenção. Para os que, como eu, gostam de reunir amigos e família nas festividades de fim de ano, é tempo de ajustar o que não está funcionando bem e tirar os desejos de pequenas reformas da gaveta a fim de deixar a casa mais alegre e acolhedora. Dia desses experimentei essa sensação olhando para o que pretendo modificar em casa.
A lista é grande, pois, ao editar os projetos a serem publicados na revista e no site, é comum eu me surpreender com alguma ideia ou solução em que não havia pensado antes. As mudanças nem sempre são grandiosas. Algumas envolvem apenas alterar peças de lugar ou dispô-las de forma diferente, como fiz recentemente com um trio de cabeças de barro de Cida Lima.
Outras pedem mais planejamento, como a revitalização do jardim e a aquisição de mais plantas, uma paixão que descobri desde que entrei em Casa e Jardim. Cada pequeno reparo ou organização deixa a vida mais fluida. Longe de fazer deste editorial um diário, convido você a experimentar as boas sensações de olhar para sua casa com carinho, como fizeram os moradores e profissionais envolvidos nesta edição especial.
O casal de arquitetos Daniel Fromer e Maraí Valente revela como ocupou os espaços da casa modernista erguida pelo arquiteto Vilanova Artigas em 1944, não só respeitando a história de sua arquitetura, como se valendo dela para viver de maneira mais tranquila com tudo o que amam: arte, mobiliário assinado e um jardim convidativo para receber os filhos e amigos.
No Rio de Janeiro, o arquiteto João Panaggio e o marido, o cabeleireiro Fil Freitas, encantaram-se pelo apartamento em edifício modernista dos anos 1960. No caso de João, foi a luz natural proveniente dos janelões na área social e a vista para o Cristo Redentor que o fisgaram. A reforma valorizou ainda mais a paisagem, que ganhou protagonismo tal como uma obra de arte. O casal fez uso de uma paleta suave em contraste com a marcenaria escura no living.
Ainda no Rio de Janeiro, o morador Filippo Renner buscava um espaço aberto, cuja sala estivesse integrada à área externa. Com o apoio do amigo e arquiteto Rodrigo Cardoso, do escritório House in Rio Arquitetura, o morador encontrou o projeto ideal e realizou o desejo de fugir do padrão, trazendo referências mediterrâneas ao projeto.
Neste mês, apresentamos na seção Arquitetura duas casas. Em "Modernismo à beira-mar", a construção de 1.156 m² com volumes de concreto armado aparente com brises, laje-jardim, generosos balanços e vãos-livres foi projetada pelo escritório Una BV no litoral sul de Alagoas.
Na sequência, em "Traços suaves", a construção térrea pensada a partir de dois volumes perpendiculares, que privilegia a vista do lago em condomínio fechado na cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo, é de autoria do escritório Jacobsen Arquitetura.
Em Paisagismo, confira como a arquiteta-paisagista Flávia D’Urso trouxe vida e verde a um terreno de 9 mil m² no litoral sul da Bahia, vencendo dificuldades características da restinga, como solo encharcado, salinidade, vento e calor intenso. Imagine que ela pesquisou e usou cerca de 70 espécies nativas da restinga, além de criar um lago artificial de 614 m² para drenar o terreno.
Para quem não tem tanto espaço, mas adora plantas, vale explorar as soluções propostas por diferentes profissionais com jardineiras ideais para apartamentos.
Encerro a nossa conversa desejando a você uma virada de ano leve e alegre como esta edição. Voltamos a nos ver em fevereiro. Beijo, até lá!
Thaís Lauton (diretora de redação): [email protected] e @thaislauton.