Uma ilhota de apenas 2.000 m² abriga uma das comunidades mais povoadas do planeta. A ilha de Migingo, que fica no lado nordeste do Lago Victoria, na fronteira entre Uganda e Quênia, é a residência de cerca de mil pessoas.
Embora Migingo seja pequena, ostenta uma história densa e foi palco do que os moradores locais apelidaram de "menor guerra da África". A ilha tem estado no centro de disputas territoriais por décadas, sendo agora co-administrada por Uganda e Quênia.
O Lago Vitória, que um dia já foi próspero para a pesca em toda a sua extensão, teve um decréscimo em sua fertilidade ao longo de séculos de exploração, o que foi um grande golpe para as comunidades que vivia nas suas margens em Uganda, Quênia e Tanzânia, levando os moradores a procurar locais com mais peixes.
Migingo era desabitada na época, mas gradualmente se tornou conhecida como um local fértil para pesca, atraindo muitos pescadores do Quênia, Uganda, Tanzânia, Somália, Etiópia e República Democrática do Congo.
O peixe perca do Nilo, abundante nas águas ao redor da Migingo, tornou-se uma mercadoria valiosa, custando cerca US$ 300 (R$ 1.820), por quilograma e aparecendo em cardápios de restaurantes britânicos e franceses chiques, o que aumentou o apelo da ilha para os pescadores.
O cineasta e youtuber Joe Hattab, natural da Jordânia, embarcou recentemente em uma viagem à ilha para gravar um documentário sobre como é a vida no local. Ele relatou que testemunhou quenianos e ugandenses "saindo juntos" sem problemas no local.
Joe mostra um impressionante mosaico de casas de ferro que agora cobre a ilha. O youtuber ainda conta que o local abriga quatro bares, um salão de beleza e um bordel.
Ali também existe uma força policial própria, bem como uma pequena clínica onde uma enfermeira trata de problemas menores de saúde, embora para situações médicas mais sérias, os habitantes tenham que viajar para o continente queniano.