Riscos e arranhões em piso de madeira: como evitar e repará-los

Abaixo, desvendamos os cuidados necessários para evitar danos no revestimento de madeira e, também, como reparar possíveis riscos e arranhões.

Arranhões e riscos não são incomuns em revestimentos de madeira, especialmente quando desapegamos de certos cuidados na rotina diária. As arquitetas Paula Passos e Danielle Dantas, do escritório Dantas & Passos Arquitetura, pontuam que arrastar móveis sem as devidas proteções de feltro e silicone são as principais causas para o surgimento de imperfeições na superfície.

“Ademais, animais de estimação, como gatos e cachorros, também podem danificar os pisos de madeira com suas unhas. É importante, também, atentar-se aos equipamentos de limpeza, como os ásperos e duros”, aponta Paula.

Os próprios sapatos também podem ser agentes causadores de riscos no chão de madeira, especialmente após terem sido levados à rua. Os calçados podem trazer consigo pedras, pequenos grãos de terra e galhos que, a olho nu, parecem inofensivos, mas podem danificar o piso conforme andamos, deixando marcas com o passar do tempo.

Nisso, saltos altos ou com solados rígidos também podem riscar os pisos, devido à sua aspereza e superfície pontiaguda.

“A madeira é um produto natural. Desta forma, mesmo após cortada e seca, ela ainda tem capacidade de absorver ou perder umidade, portanto, suas fibras continuam secando ou umedecendo ao longo da sua vida”, explica Danielle. Diferente de outros revestimentos, a madeira ainda pode ser afetada pelo clima e pela umidade, podendo rachar em tempos de seca e inchar em temporada de chuvas.

Danielle acrescenta que, em regiões com uma temporada de inverno seco e umidade do ar mais baixa, a madeira pode encolher e, nestes casos, comprometer os encaixes e as dobradiças. “Porém, algumas madeiras apresentam uma estabilidade maior que outras em relação ao clima, então não significa que todas as madeiras terão rachaduras – são vários pontos que podem influenciar nisso”, diz Danielle.

Portanto, a arquiteta recomenda fazer uma análise na hora de escolher o tipo de madeira para revestir os pisos, sendo necessário estar compatível com o tipo de clima da região, evitando imperfeições decorrentes do ambiente.

Apesar de muitos dos riscos e arranhões serem ocasionados por atividades próprias, os danos decorrentes do ambiente e seu clima também podem ser evitados. A arquiteta Danielle recomenda que, em temporadas secas, a limpeza do piso seja feita com um pano úmido, evitando abundância de água, além de manter a manutenção do verniz, assim, evitando que o revestimento perca sua umidade.

“Outra medida que pode ser bastante eficaz é a umidificação do ambiente onde está o piso – os nebulizadores e umidificadores cumprem bem esse papel, além de melhorar a respiração e auxiliar a não ressecar a madeira”, pontua.

Já para evitar riscos de móveis, Paula recomenda acrescentar protetores de silicone ou feltro as pernas e aos apoios dos móveis, dando uma superfície menos áspera e rígida contra o chão. Porém, é importante se atentar a realizar uma troca periódica destes itens, por acumularem sujeira e, por consequência, riscar a madeira.

A fim de garantir o maior cuidado possível do piso, é melhor levantar as peças do que arrastá-las. Porém, se for necessário, a arquiteta recomenda usar um pano macio embaixo, garantindo proteção.

Em lares com pets, é importante manter as unhas deles bem cortadas e aparadas, evitando que realizem riscos no chão com o impacto.

“A urina dos pets em pisos de madeira é outro grande problema. Se o revestimento sujar com urina, poderá manchar. Então, é importante limpar imediatamente a fim de evitar manchas. Secar com um pano ou papel-toalha e usar produtos que removam o cheiro de urina é necessário. Tapetes e passadeiras também ajudam a proteger os pisos”, complementa Paula.

A hora da limpeza também merece atenção. Priorize usar vassouras sem cerdas rígidas e panos macios, além de evitar produtos abrasivos, saponáceos, água sanitária, solventes, lustra móveis, álcool e esponjas de aço, que aceleram o desgaste do piso e do verniz.

“Madeiras secam e racham em contato direto com o sol, por isso, pisos deste material devem ser protegidos da incidência solar”, acrescenta Paula.

Caso haja riscos no piso, ainda é possível tomar algumas medidas para diminuir sua aparência ou eliminá-los, mas é importante lembrar que, em caso de danos mais fundos, é possível restar alguma marca ou precisar de lixamento.

“Uma vantagem dos pisos de madeira é a possibilidade de renovação sem ter que trocá-lo totalmente. Se não estiver com danos graves, riscos ou marcas muito profundos, a madeira é um material renovável. Caso aconteçam avarias, dependendo do tipo de piso, há a possibilidade de recuperar e revitalizá-lo”, explica Danielle.

Para riscos com menor profundidade, a dupla de arquitetas recomenda começar com cera para madeira, aplicando uma pequena quantidade sobre o dano com um pano limpo e, posteriormente, esfregar suavemente até que o arranhão seja menos perceptível. A cera ainda ajuda a preencher os riscos e dá um brilho renovado ao piso.

Também existem marcadores de retoque para pisos de madeira, projetados para combinar com o tom do piso de madeira. “Use um removedor de arranhões para madeira – que pode ser encontrado em lojas especializadas. Siga as instruções do fabricante para aplicar o produto corretamente. Geralmente, basta aplicar uma pequena quantidade sobre o risco e esfregar suavemente com um pano”, ensina Paula.

Em outros casos, é possível lixar a área danificada com uma lixa fina até que a imperfeição desapareça e, depois, aplicar um verniz ou selador. Já se os arranhões forem muito profundos, pode ser mais eficaz contratar um profissional para restaurar o piso.