Artista visual é aquele que se expressa pela arte que será compreendida, inicialmente, através da visão. Estamos falando de pinturas, esculturas, fotografias, instalações e muito mais. O que a gente sabe é que isso tudo pode até começar pelos olhos, mas toca também do lado de dentro.
O cenário das artes no estado do Espírito Santo é muito rico em técnicas, estilos e materiais. Espalhados pelos 78 municípios, suas comunidades, culturas e subculturas, estão artistas extraordinários que compartilham o coração capixaba na produção de suas obras.
A TV Gazeta trouxe a iniciativa #QuemCria com a intenção divulgar o trabalho desses artistas, além de exposições, ateliês, museus, galerias e manifestações desse universo. Bora conhecer 5 artistas capixabas e descobrir os criativos que estão aqui, pertinho de você?
1. Leandro Queiroz (@queirozleandro)
Leandro Queiroz é fotógrafo e professor dos cursos de comunicação da Universidade Vila Velha. Seu projeto Diário Visual, um diário fotográfico do cotidiano pela câmera do celular, existe há mais de 10 anos, mas a captação de momentos do dia-a-dia vem desde a década de 90.
“Quando eu era estudante, eu tive aula de Fotografia na UFES, estava muito ansioso para essa matéria e gostei, claro (...) Surgiu a oportunidade de viajar para Machu Picchu e foi quando eu comprei uma camerazinha, uma Pentax K1000, peguei alguns filmes e virei fotógrafo exatamente nessa viagem. Quando eu voltei, já expus fotos daquilo que eu fotografei lá do cotidiano”, conta. “Antes de começar o Diário Visual, eu vendi tudo e fui morar na Espanha para fazer curso”.
2. Mariana Miguel (@marimiguelarts)
Mariana Miguel é pintora de retratos femininos. A canela-verde é designer há 14 anos e se formou pensando em continuar na área artística. Apesar da aptidão, se distanciou do desenho e somente na pandemia do Covid-19 experimentou uma nova forma de criar.
“Eu arrisquei comprando uma tela, tinta acrílica e fui experimentando as possibilidades e tomei gosto por todo o processo”, conta Mari. “Pinto em essência retratos femininos exatamente pelos mesmos motivos, mas às vezes gosto de variar ao pintar animais e outras coisas da vida cotidiana”.
3. Jully Ludgero (@jully_artistt e @jully.studioh)
Jully Ludgero é pintora e tatuadora, natural de Colatina e residente de Vitória. Com o suporte de uma amiga tatuadora, descobriu um espaço feminino seguro na profissão e se aventurou na tattoo depois de se mudar para a capital:
“Como já era cliente dela e conversamos sobre o assunto, recebi o convite de ser aprendiz no seu novo estúdio! Foi muito empolgante! Resumindo, fiquei trabalhando com ela por 2 anos e meio até abrir meu próprio estúdio privado”, conta Jully.
Em 2021, redescobriu outra paixão em paralelo, que já vinha dando sinais desde a infância: a pintura. Começou os estudos em Vitória e foi cativada pela pintura a óleo, continuando seu trajeto até o exterior em busca de conhecimento, em workshops e cursos intensivos.
“Desde então já pintei mais de 30 telas para testar estilos diferentes e recentemente para comercialização. Hoje ainda tento conciliar a tatuagem e pintura, mas acredito que vejo na pintura mesmo minha verdadeira paixão!”
4. Romário Batista (@romariobatista20)
Romário Batista é artista plástico, baiano residente de Vila Velha desde 2009. A partir dos 7 anos de idade começou a desenhar, tomando inspiração pelas imagens religiosas nas paredes da igreja e por sua avó, que desenhava com carvão. Depois, vieram as pinturas, o artesanato e as esculturas. Trabalha com sustentabilidade, utilizando descartes na construção da maioria de suas obras e encabeça o projeto social Resíduo Vira Arte, ensinando as pessoas a produzirem arte com materiais recicláveis e gratuitos.
“Gosto de refletir sobre seres imaginários do folclore popular. Tenho um estilo geométrico, meio indefinido, vim do expressionismo. Tenho uma arte voltada para a arte popular, contemporânea…”, conta. “Ultimamente, tenho gostado muito de um movimento novo que conheci, chamado ‘Arte bruta’. Ele considera que o artista verdadeiro é aquele que tem sua própria essência, não aquele que é formado em escola, não. É aquele que já nasceu artista”.
5. Cesar Lima (@cesarfranscoviat19)
Cesar Lima é pintor, natural de Vitória e morador de Cariacica. Pinta desde a infância, sem a preocupação de tornar a arte sua profissão e hoje, faz parte do movimento de Arte naïf, que ele caracteriza como ingênuo, mais popular e simples, sem a preocupação com as escolas de arte.
“Para você ser Naif legítimo, você tem que ser autodidata, você não pode ter formação nas artes. Esse é um dos detalhes que marca esse estilo, para ele se tornar um estilo popular.”, explica Cesar. “O Naif é isso, ele trata das festas populares, da cultura, da história, da religiosidade, do plantio, da caça, da pesca… Ele retrata o cotidiano de um povo em diversos aspectos".