Desde outubro, a TV Gazeta botou pra rodar a iniciativa #QuemCria, que tem como intenção divulgar o trabalho de artistas visuais capixabas. Queremos conhecer melhor os pintores, designers, escultores, desenhistas e muito mais, além de exposições, ateliês, museus, galerias e manifestações desse universo. Mas se liga! Ainda temos muitos talentos, técnicas e estilos para descobrir pelo Espírito Santo e fortalecer o cenário artístico do nosso estado. Então, bora conferir mais 5 artistas capixabas?
1. Ana Luzes (@analuzes_)
Ana Luzes é fotógrafa documental. Desde 2020, é fotógrafa voluntária do Instituto Serenata de Favela, onde desenvolveu seu estilo artístico dentro do ambiente e das criações da favela. Mas a paixão por eternizar momentos em imagens veio desde cedo, com 13 anos, como uma forma de canalizar sentimentos e de se comunicar com o mundo:
“Eu aprendi a falar a partir da fotografia, fiz muitos amigos”, conta Ana. “Com 17, comecei a faculdade e aprendi o segmento que eu queria, que era fotografia documental e artística, e segui isso à risca. Eu não sabia exatamente como ou o que eu ia fotografar, mas lembrei da minha jornada de fotografar o meu cotidiano no Morro do Quadro, no bairro de Santa Tereza e voltei o meu olhar pra isso”.
Sua exposição, Gênesis, a Criação, relaciona as 7 etapas da criação do mundo, segundo a Bíblia, ao universo criativo dos bairros do Quadro, Cabral, Jesus de Nazareth, Inhanguetá e Grande Vitória. Segundo Ana, a exposição é um divisor de águas da sua carreira, porque consolida tudo que vem sendo construído com os anos de trabalho.
“Quando eu tô fotografando, eu sinto que eu tô me fotografando, porque é impossível eu não estar ali. É impossível não ser um autorretrato”.
Gênesis, a Criação fica até dia 25 de janeiro na Galeria Homero Massena, em Vitória, e conta também com oficinas educativas nos dias 14 de dezembro e 18 de janeiro, ambas das 13h30 às 16h.
2. Vitor Brandão (@vitorba27)
Vitor Brandão é multiartista. Desde cedo, teve a influência do pai e do primo, que desenhavam, dando inspiração para que ele também desenvolvesse a afeição pela arte, que o acompanha até hoje. Hoje, trabalha como tatuador, mas pelo contato e observação de diferentes técnicas em visitas à exposições, vem descobrindo outras formas de criar e buscar seu estilo:
“Foi aí que pensei que eu também podia tentar reproduzir algo diferente do que eu já fazia, só desenhava no papel”, conta. “Foi aí que surgiu (a ideia de) pintar telas, ir pro graffiti, ilustrações… Minha paixão, atualmente, está sendo pintar. Quadro a óleo, acrílica, giz pastéis”.
3. Vania Cáus (@vaniacaus.art)
Vania Cáus é artista multilinguagens, restauradora de mosaicos, historiadora e arte-educadora, natural de Linhares e neurodivergente. Como ela descreve, utiliza do “mosaico contemporâneo”: sustentável, com materiais provenientes do descarte, reciclados e ressignificados. Circula diversas cidades do Brasil e do exterior com a ocupação de espaços urbanos com um estilo próprio de mosaico em pixels, que condensa numa só manifestação a dualidade entre a arte milenar do mosaico com a atualidade, em sua qualidade de era digital e tecnológica:
“A arte, para mim, é a razão da minha vida, embora a arte seja espírito e emoção. Se eu não fosse artista, eu não sei o que eu seria (...) É a forma de eu me comunicar com o mundo. Eu acho que a forma mais eficaz de um artista original, genuíno, se comunicar com o mundo é através do seu fazer artístico”, conta. “Os desafios são muito grandes porque a gente vai muito na contramão do modelo hegemônico de consumo. O mundo ocidental não nos educa a dar vida aos objetos, nós somos educados a descartar os objetos para fazer a economia do mundo se sustentar através da produção industrial. Então, o artista e o artesão caminham um pouco na contramão desse processo evolutivo da sociedade, então é um desafio muito grande, porque estamos na era do descarte”.
Desde 2022, o mosaico “Amar se aprende amando”, através da poesia de Drummond, ocupa espaços democráticos e sensíveis, utilizando da cidade como suporte em exposição permanente. Está em 2 países, 8 estados brasileiros e 57 cidades.
4. Juno Coutinho (@junotatu)
Juno Coutinho é desenhista e tatuadora, natural de Aracruz e residente de Vila Velha. Artista desde criança, se graduou em Arquitetura e Urbanismo pela proximidade com o desenho, mas a tattoo chegou junto com a formatura. No mesmo dia em que se formou, iniciou também a carreira de tatuadora com o suporte e mentoria de uma amiga que já era profissional da área e assim já se foram 5 anos:
“A partir do momento em que eu comecei (a tatuar), eu passei a estudar desenho e aprendi desenho digital, o que me abriu muitas portas para muitos trabalhos para além da tatuagem”, conta Juno. “Eu adoro ver meu trabalho na pele das pessoas, nos lugares e meu grande objetivo, com certeza, é ver meus desenhos chegando a mais pessoas e mais lugares. Eu acredito que a arte é possível e deve ser uma via disponível para todos que querem se expressar, como uma via para um melhor cenário como sociedade”.
5. Acélio Rubens (@aceliorubens)
Acélio Rubens é pintor e escultor, natural de Morada Nova, no Ceará, e residente de Vitória há mais de 45 anos. Quando criança, sonhava com os brinquedos de barro que encontrava nas feiras da cidade, encontrando no fazer artístico do barro sua forma de conquistar o que desejava, mas não podia comprar. O que se iniciou como forma de diversão foi, com o tempo, se transformando em um chamado do coração e depois, uma forma de matar a saudade de casa, quando chegou às terras capixabas. Hoje, se encontra na argila, pintura com engobe, polimento com pedra, mas não quer jamais parar de aprender:
“Minha arte é figurativa, gosto de incluir em minhas criações elementos de culturas passadas e populares. Todos nós temos dons, basta colocarmos em prática para adquirir conhecimento”, conta. “Em uma prática incansável, hoje cheguei a um estilo próprio com técnicas, matérias-primas e história, identidade (...) Hoje, com 6 décadas de aprendizado, busco a cada dia aprender, só tenho certeza de que nada sei. Sou um eterno aprendiz”.