O palco “Grandes Encontros” recebeu três nomes importantes do cenário cultural nesta sexta-feira (04), último dia do Menos30 Fest, festival de inovação e empreendedorismo da Globo. Os atores Eduardo Sterblitch e Lázaro Ramos, e a empresária e produtora Paula Lavigne, refletiram sobre os impactos da pandemia e, apesar de tantos desafios, exaltaram o poder de reinvenção da arte.
Lázaro e Eduardo revelaram que se sentiram “iniciantes” diante de tanta mudança provocada pelo isolamento social. Com talento, eles buscaram novos formatos e encontraram um universo de possibilidades. Embora sintam falta dos teatros cheios e do contato com o público, eles usaram a arte para se reinventar.
– O legal é que a gente está vendo pela primeira vez, e a gente que está inventando isso. A pandemia apressou essa questão. A gente tem que se adaptar, não tem jeito – disse Sterblitch, que comanda de casa o “Sterblitch não tem um Talk Show: o Talk Show”.
Lázaro revelou que mudou de mentalidade quando viu a possibilidade de gravar em casa, ao lado da esposa Taís Araújo, também atriz, a série “Amor e Sorte”, que estreia na próxima terça-feira (08) na Globo.
– Apesar do cansaço, foi o que mudou nossa mentalidade. A partir daí a gente entendeu que tinha que absorver outra cultura, isso gerou em mim movimento de ir à caça de novos formatos – afirmou.
Para Paula Lavigne, a pandemia trouxe modelos e ideias que podem ampliar o acesso à cultura quando tudo passar. As lives musicais serviram de exemplo. Um dos caminhos, para a empresária, é vender ingressos para eventos digitais e possibilitar que a arte chegue mais longe.
– Tem um lado otimista nisso tudo. Quando passar a pandemia, acho que é um modelo que a gente pode continuar tendo, é mais democrático e a gente pode chegar a mais gente – considerou.
Apesar da adaptação ao digital, todos vivem a expectativa da retomada do modelo tradicional, não apenas pela saudade do contato físico e da aglomeração, mas pela preocupação com todo o contexto que faz a cultura acontecer.
– Tenho várias perguntas. Como vai ficar a economia da cultura, como se remunera? Tem muita gente que faz parte da construção dessa cultura e que está parado – lembrou Lázaro.
Falta de apoio do governo preocupa
A falta de apoio governamental para a cultura também foi apontada pelos debatedores. Apesar da regulamentação da Lei Aldir Blanc (que prevê auxílio financeiro ao setor cultural), o dinheiro ainda não foi liberado.
– A gente não pode ter ansiedade de tentar voltar antes da hora. Não é possível que a gente não consiga dar uma verba para essa turma que está parada. Temos uma lei aprovada, falta boa vontade. É uma perseguição maluca – afirmou Paula.
Lázaro Ramos engrossou o apelo ao pedir que o governo tenha consciência de que cultura é estratégico para a economia. Ele acredita que a pandemia resgatou o poder e a força da cultura:
– Quando a gente voltar, prevejo os espetáculos mais lindos do mundo, isso que me acalenta. A gente está com tanta saudade que a arte vai vir como uma explosão.
Sobre o Menos30 Fest
O Menos30 Fest, com patrocínio de SEBRAE e SENAI|SESI, tem como tema principal “É hora de empreender mudanças”. Após abordar os temas sociedade digital, nova aprendizagem, saúde e meio ambiente e impacto social, o festival de inovação e empreendedorismo da Globo fecha com o tema cultura. A programação da tarde tem transmissão do menos30fest.globo.com, G1 e canal da Globo no Youtube. O conteúdo das mesas de debates também ficará disponível no Globoplay.