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08/04/07 - 03h53 - Atualizado em 08/04/07 - 08h25

Brasileiros apóiam mais pena de morte, diz pesquisa

Pesquisa Datafolha revela aumento no número de brasileiros que apóiam a pena.
Levantamento mostra ainda a rejeição por mudanças na Lei do aborto.

Do G1, em São Paulo

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Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (8) pelo jornal Folha de S.Paulo mostra que aumentou o número de pessoas que apóiam a pena de morte no Brasil. O levantamento, realizado nos dias 19 e 20 de março, revela ainda que a maioria da população é contra mudanças na legislação sobre o aborto, que permite a interrupção da gravidez apenas em casos de estupro e risco de morte da mãe ou do bebê.

Segundo os dados divulgados pelo jornal, 55% das 5.700 pessoas ouvidas em 25 estados disseram ser favoráveis à pena de morte e 40% contra. Na pesquisa anterior, realizada em agosto de 2006, 51% eram favoráveis à pena de morte e 42% contrários.

 

O índice de apoio à punição se iguala ao divulgado em fevereiro de 1993, quando havia sido registrado, até então, o maior percentual em 14 anos de pesquisa.

O aumento no número de apoiadores da pena mais severa coincide com a divulgação pela mídia de casos que comoveram a opinião pública, como a morte do menino João Hélio, que foi arrastado, preso ao cinto de segurança do carro, por assaltantes em um trajeto de 7 quilômetros nas ruas do Rio de Janeiro.

Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, não acredita que o aumento da preocupação dos brasileiros com a violência esteja interligado com os resultados da pesquisa.

"Esse apoio à pena de morte já é histórico. Neste momento cresceu um pouco, mas não apenas porque cresceu a percepção de violência. Entre os que apontam a violência como principal problema, a taxa de apoio à pena de morte é exatamente a mesma da média", disse Paulino.

Segundo o jornal, desde 91, quando o Datafolha iniciou a pesquisa sobre a opinião dos brasileiros sobre a pena de morte, o índice favorável à punição nunca foi inferior a 48%.

No entanto, para Viviane de Oliveira Cubas, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo, que foi entrevistada pelo jornal, a atenção dada pela mídia ao tema violência e sensação de insegurança vivida pelas pessoas refletiu na pesquisa.

"Normalmente quando você faz pesquisas em um momento de crise, os resultados despontam", teria dito a pesquisadora.

No Rio de Janeiro, onde ocorreu o caso João Hélio, o índice de apoio à pena de morte saltou de 38%, em maio de 2006, para os 51% atuais. O percentual é igual ao de Minas Gerais, mas menor que em São Paulo, que registrou 57% de apoio à punição.

  Lei do aborto

A pesquisa Datafolha revela também que cresce constantemente desde 1993 o percentual de brasileiros que rejeitam qualquer tipo de mudança na legislação sobre o aborto. Os dados divulgados mostram que apenas 16% da população apóiam mudanças na lei, que permite o aborto apenas em casos de estupro ou risco de morte da mãe ou do bebê. Para 65% dos entrevistados, a legislação deve continuar como está, maior índice desde que a pesquisa foi criada, em 1993.

  Adoção por casais homossexuais

O levantamento feito pelo Datafolha revela também que mesmo com a Justiça liberando a adoção de crianças por casais homossexuais, a sociedade ainda desaprova a medida. Segundo os dados divulgados neste domingo, 52% dos entrevistados são contra a adoção de crianças por casais do mesmo sexo e 49% é contrária à legalização da união civil entre homossexuais. Entre os homens, 54% rejeitam a união e apenas 37% apóiam. Entre as mulheres, o percentual de apoio é de 46%, sendo 45% das entrevistadas contrárias à legalização.

A pesquisa revela ainda que 57% dos entrevistados rejeitam a prática da eutanásia. O ato que abrevia a vida de um doente incurável é aprovado por 36% dos brasileiros ouvidos pelo Datafolha.

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