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Mamba

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 Nota: Para o jogo do mesmo nome, veja pega-pega.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaMamba
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Família: Elapidae
Género: Dendroaspis
Espécies

Mambas são serpentes africanas do gênero Dendroaspis, família Elapidae. Quatro espécies existentes são reconhecidas atualmente; sendo três essencialmente arbóreas e de cor verde, enquanto a chamada mamba-negra, Dendroaspis polylepis, é amplamente terrestre e geralmente de cor marrom ou cinza. Todas as espécies do gênero são nativas de várias regiões na África subsariana, temidas em toda a extensão, especialmente a mamba-negra. Na África, existem muitas lendas e histórias sobre mamba.[1][2][3] São extremamente venenosas; seu veneno contém neurotoxinas que podem ser fatais sem o tratamento e o antídoto.

Comportamento

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As três espécies verdes de mambas são arbóreas, enquanto que a mamba-negra é amplamente terrestre. A mamba-negra é uma das maiores e mais venenosas da África. Todas as quatro espécies são caçadores diurnos ativos, atacando pássaros, lagartos e pequenos mamíferos. Ao cair da noite, algumas espécies, especialmente a mamba negra terrestre, abrigam-se em uma toca. Uma mamba pode manter o mesmo covil por anos.

Mambas e cobras são da mesma família: Elapidae. Quando ameaçada, uma mamba recua, com as bocas abertas e o pescoço ligeiramente expandido ou achatado (formando um "capuz").[4]

Histórias de mambas-negras que perseguem e atacam humanos são comuns, mas na verdade as cobras geralmente evitam o contato com humanos.[5] Os casos mais aparentes de perseguição provavelmente são exemplos de onde as testemunhas confundiram a tentativa da cobra de se retirar para seu covil quando um humano está no caminho.[6] A mamba negra geralmente usa sua velocidade para escapar de ameaças, e os humanos, na verdade, são seus principais predadores, ao invés de suas presas.[1]

Uma mamba-verde-oriental assustada.

Todas as mambas são altamente venenosas. Seus venenos consistem principalmente de neurotoxinas, particularmente a dendrotoxina, que interfere com os canais de K+ dependentes de voltagem, causando paralisia e, possivelmente, morte pelo bloqueio de sinais dos nervos para os músculos.[7] Além das neurotoxinas, também carregam cardiotoxinas[1][8] e fasciculinas.[9][10][11] Outros componentes podem incluir calcicludina, que é um componente conhecido do veneno da mamba-verde-oriental,[12] e calciseptina, que é um componente do veneno da mamba-negra.[13]

A toxicidade de espécimes individuais dentro da mesma espécie e subespécie pode variar muito com base em vários fatores, como região geográfica, clima e altitude.[14]

Uma mordida pode ser fatal para humanos sem acesso a tratamento adequado, primeiros socorros e subsequente soro antiofídico, uma vez a toxina desativa os pulmões e o coração. Antes do soro antiveneno estar disponível, envenenamentos por mambas carregavam uma alta taxa de mortalidade. Mordidas de mamba-negra não tratadas têm uma taxa de mortalidade de 100%.[5][15] Atualmente, todavia, as fatalidades tornaram-se muito mais raras devido à ampla disponibilidade do tratamento.[16]

A toxina Mamba (ou dendrotoxina) consiste em vários componentes, com alvos diferentes. Exemplos são:

  • Dendrotoxina 1, que inibe os canais de K+ no nível pré e pós-sináptico no músculo liso intestinal. Também inibe os canais de K+ sensíveis ao Ca2+ do músculo esquelético de ratos‚ incorporado em bicamadas planas (Kd = 90 nM em 50 mM KCl).[17]
  • Dendrotoxina 3, que inibe os receptores M4 de acetilcolina.[18]
  • Dendrotoxina 7, comumente referido como toxina muscarínica 7 (MT7) inibe os receptores de acetilcolina M1.[18]
  • Dendrotoxina K, estruturalmente homólogo aos inibidores de proteinase do tipo Kunitz[19] com atividade como um bloqueador seletivo de canais de potássio dependentes de voltagem[20]

Dendroaspis, deriva do grego antigo déndron (δένδρον), que significa "árvore",[21] e aspis (ασπίς), que é entendido como "escudo",[22] mas também denota "cobra" ou simplesmente "serpente", em particular "cobra com capuz (escudo)". O gênero foi descrito pela primeira vez pelo ornitólogo e herpetólogo alemão Hermann Schlegel em 1848.[23] As evidências sugerem que Dendroaspis, Ophiophagus, Bungarus e Hemibungarus formam um clado Afro-Asiático de cobra não-coral.[24]

Distribuição e características

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Espécies[25] Autoridade[25] Imagem Subesp.*[25] Nome comum Ocorrência geográfica
Dendroaspis angusticeps (Smith, 1849) 0 Mamba-verde-oriental Encontrada no Quênia, Tanzânia, Malawi, Moçambique, Zimbabwe, República do Congo, África do Sul oriental, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Sudão, Níger, República Centro-Africana, Chade
Dendroaspis jamesoni (Traill, 1843) 2 Mamba-de-Jameson Encontrada na África Central, em Sudão, Gabão, Angola, Zâmbia, República do Congo, Camarões, Nigéria, Quênia , Uganda, Ruanda, República Centro-Africana, Gana
Dendroaspis polylepis Günther, 1864 0 Mamba-negra Encontrada na África Oriental e no sul da África, no nordeste da República Democrática do Congo, sudoeste do Sudão à Etiópia, Eritreia, Somália, Quênia, leste de Uganda, Tanzânia, ao sul de Moçambique, Essuatíni, Malawi, Zâmbia, Zimbabwe, Lesoto, Ruanda, Djibouti e Botswana à KwaZulu-Natal na África do Sul e Namíbia; Angola.
Dendroaspis viridis (Hallowell, 1844) 0 Mamba-verde-ocidental Encontrado apenas na África Ocidental, no sul do Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Gana, Togo, Benin e sudoeste da Nigéria.
  • Incluindo as subespécies nominais.
  1. a b c «Black Mamba, Dendroaspis polylepis». National Geographic Society. Arquivado do original em 12 de junho de 2007 
  2. Jan Knappert (1 janeiro 1985). Myths and Legends of Botswana, Lesotho, and Swaziland. [S.l.]: Brill Archive. pp. 53–. ISBN 90-04-07455-4 
  3. Burdon Ellis, Alfred (1887). South African Sketches (em inglês). [S.l.]: Chapman and Hall 
  4. «Mamba | snake». Encyclopedia Britannica (em inglês). Consultado em 14 de outubro de 2020 
  5. a b O'Shea, Mark (2005). VENOMOUS SNAKES OF THE WORLD. multiple places: US and Canada: Princeton University Press; Europe: New Holland (UK) Ltd. pp. 78–79. ISBN 978-0-691-15023-9 
  6. The new encyclopedia of Reptiles (Serpent). [S.l.]: Time Book Ltd. 2002 
  7. Nelson, David L.; Cox, Michael M. (2018). Princípios de Bioquímica de Lehninger 7 ed. Porto Alegre: Artmed Editora. p. 430. ISBN 9788582715345 
  8. Van Aswegen, G.; Van Rooyen, J.M.; Fourie, C.; Oberholzer, G. (1996). «Putative cardiotoxicity of the venoms of three mamba species». Wilderness & Environmental Medicine. 7 (2): 115-121. PMID 11990104. doi:10.1580/1080-6032(1996)007[0115:PCOTVO]2.3.CO;2 
  9. «Fasciculin - Proteopedia, life in 3D». proteopedia.org. Consultado em 14 de outubro de 2020 
  10. «Neurotoxins in Snake Venom». Consultado em 26 de dezembro de 2019 
  11. Karlsson, E.; Mbugua, P. M.; Rodriguez-Ithurralde, D. (1984). «Fasciculins, anticholinesterase toxins from the venom of the green mamba Dendroaspis angusticeps». Journal De Physiologie (4): 232–240. ISSN 0021-7948. PMID 6530667. Consultado em 14 de outubro de 2020 
  12. Schweitz, H.; Heurteaux, C.; Bois, P.; Moinier, D.; Romey, G.; Lazdunski, M. (1 de fevereiro de 1994). «Calcicludine, a venom peptide of the Kunitz-type protease inhibitor family, is a potent blocker of high-threshold Ca2+ channels with a high affinity for L-type channels in cerebellar granule neurons». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (3): 878–882. ISSN 0027-8424. PMC 521415Acessível livremente. PMID 8302860. doi:10.1073/pnas.91.3.878. Consultado em 14 de outubro de 2020 
  13. de Weille, J. R.; Schweitz, H.; Maes, P.; Tartar, A.; Lazdunski, M. (15 de março de 1991). «Calciseptine, a peptide isolated from black mamba venom, is a specific blocker of the L-type calcium channel». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (6): 2437–2440. ISSN 0027-8424. PMC 51247Acessível livremente. PMID 1848702. doi:10.1073/pnas.88.6.2437. Consultado em 14 de outubro de 2020 
  14. Ernst, Carl H.; Zug, George R. (1996). Snakes in question : the Smithsonian answer book. [S.l.]: Washington, DC : Smithsonian Institution Press 
  15. Davidson, Terence. «Immediate first aid». University of California, San Diego. Consultado em 22 de setembro de 2011. Arquivado do original em 2 de novembro de 2012 
  16. Grzimek, Bernhard; Olendorf, Donna; American Zoo and Aquarium Association. (2003). Grzimek's animal life encyclopedia. 2 ed. Detroit: Gale. p. 491. OCLC 49260053 
  17. Newitt RA, Houamed KM, Rehm H, Tempel BL. (1991). «Potassium channels and epilepsy: evidence that the epileptogenic toxin, dendrotoxin, binds to potassium channel proteins». Epilepsy Research Supplement. 4: 263–73. PMID 1815606 
  18. a b Rang, H. P. (2003). Pharmacology. Edinburgh: Churchill Livingstone. 139 páginas. ISBN 0-443-07145-4 
  19. Berndt KD, Güntert P, Wüthrich K. (5 dezembro 1993). «[Nuclear magnetic resonance solution structure of dendrotoxin K from the venom of Dendroaspis polylepis polylepis.]». jornal of Molecular Biology. 234 (3): 735–50. PMID 8254670. doi:10.1006/jmbi.1993.1623 
  20. Harvey AL, Robertson B. (2004). «Dendrotoxins: structure-activity relationships and effects on potassium ion channels.». Curr. Med. Chem. 11 (23): 3065–72. PMID 15579000. doi:10.2174/0929867043363820 
  21. «dendro-». HarperCollins publicados. Consultado em 4 março 2014 
  22. «Definition of "aspis" - Collins English Dictionary». collinsdictionary.com. Consultado em 15 fevereiro 2015 
  23. «Dendroaspis» (em inglês). ITIS (www.itis.gov). Consultado em 9 dezembro 2013 
  24. Castoe, TA; Smith, EN; Brown, RM; Parkinson, CL (2007). «Higher-level phylogeny of Asian and American coralsnakes, their placement within the Elapidae (Squamata), and the systematic affinities of the enigmatic Asian coral snake Hemibungarus calligaster (Wiegmann, 1834)» (PDF). Zoological jornal of the Linnean Society. 151 (4): 809–831. doi:10.1111/j.1096-3642.2007.00350.x. Consultado em 26 abril 2014 
  25. a b c «Dendroaspis». Integrated Taxonomic Information System. Consultado em 5 julho 2013. Arquivado do original em 12 março 2009 
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