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Língua baré

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Baré
Falado(a) em: Brasil
Total de falantes: 2 semi-falantes
Família: Arawak
 Médio Rio Negro
  Baré
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---

O baré é uma língua da família linguística arawak falada no alto Rio Negro até o período colonial, na fronteira entre o Brasil e a Venezuela.[1][2]

Os baré passaram por um processo de extinção da língua, a partir da retirada do povo de suas aldeias de origem para as chamadas repartições[3], os indígenas foram perdendo a língua materna, sendo assim, atualmente fluentes em Nheengatú e Português.

Dois dialetos extintos historicamente registrados são o ahini e o arihini.[1]

Sufixos baré (Ramirez 2019: 587):[1]

Sufixos nominais:

Baré Glosa
-(i)te alativo (“para”)
-(i)tei ablativo (“de”)
-wa perlativo (“ao longo de”)
-be, -nʊ, -nʊbe plural
-ti diminutivo
-mini- marca do defunto

Relacionadores:

Baré Glosa
-ʊkʊ, -ʊ em (a segunda forma usada em combinação com o alativo ou o ablativo, dando: -ʊ-te e -ʊ-tei)
-habi, -hasi em cima de
-dʊkhabi embaixo de
-babi na volta de
-bʊhʊ, -nabi atrás de
-baha em frente de
-iku para (beneficiário)
-ima, -ahaʊ com (comitativo)
-abi com (instrumental)
-(j)ehewa de (separativo)

Sufixos verbais:

Baré Glosa
-sa causativo
-tini reflexivo, recíproco
-na perfectivo, passado
-ni imperfectivo, presente
-ina, -ida incoativo
-ka declarativo, subordinativo
-waka a fim de que, para

Vocabulário baré e guinau (Ramirez 2019):[1]

Português Baré Guinau
animal de criação bija-be bija
tatu-canastra hajána hazána
capivara khiʊ kejʊ
cutia / paca wajʊrʊ + jaba wajuru
anta tema tsema
veado marahajʊ maraaju
onça kʊ(w)ati + tʃinʊ kuaʃi
morcego bijahaʊ bijawu / beesawe
pato ʊrʊma huruma
jacu maradi maradi
jacamim ja͂bi jabi
tucano ʊkʊwe kue
beija-flor bʊmidi humidi
lagarto kʊwidʊ kuedu
jacaré hadʊri haduri
jabuti kʊrimaʊ kurumaru
dʊkʊwahʊ tukuuru / tukurau
peixe kʊbati kubaʃi
piranha baʊmehe umahe
arraia namarʊ jamarui
saúva kʊte kuse
abelha maba maba
cupim kama(jʊ) kamada
pernilongo hanijʊ haniju
piolho tʊwida tʃiweda
pulga mabatini mabaʃini
árvore ada da-muna
inajá ʊkarisi kariki
açaí manaka manaka
abacaxi mawaháʊri mawari
batata-doce kahaʊ kaau
mandioca kaniti kani (-tʃeri)
tabaco ari iri
arco sewe-pi tʃebi
forno bʊdari betari
zarabatana widaba wataba

Vocabulário baré e nheengatú (Tellus 2019):[4]

Português Baré Nheengatú
eu nuni ixé
tu bini indé
ele kuhu ae
ela kuhũ
nós wani yandé
vocês ini penhẽ
eles/elas kuhuni/meni aintá
cabeça dúsia akanga
coração ákhani piá
mão khábi pu
ísi pi
tucunaré dápa tukunaré
piranha báumehe piranha
fogo itíki tatá
olho witi sesá
galho iwáku rakanga
arco sewépe mirá-para
ovo kudúbati supiá
terra kádi iwí
orelha dátini nambí
cão (onça) kuwáti yawara
Língua (linguagem) nenê-hei nheenga
Anta téma tapíra
peixe kubáti pirá
nariz
  • Aikhenvald, Alexandra Y. (1995). Bare. Languages of the World, Materials 100. Munich: Lincolm Europa.
  • Lopez-Sanz, Rafael (1972). El Baré: estudio lingüístico. Caracas: Universidad Central de Venezuela.
  • Oliveira, Christiane Cunha de (1993). Uma Descrição do Baré (Arawak) - Aspectos Fonológicos e Gramaticais. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil).
  • Pérez, Antonio (1988). Los Bále (Baré). Los Aborígenes de Venezuela 3(35): 413-479. Caracas.
  • Pérez de Borgo, Luisa Elena (1992). Manual Bilingüe de la lengua Baré. Puerto Ayacucho: Alcadía del Territorio Federal Amazonas, Dirección de Cultura.

Influência nas línguas macus

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O nadëb e o dâw, duas línguas macus, mostram influências baré. Exemplos do nadëb e do ihini baré (Ramirez 2019: 584; 2020: 60):[1][5]

Português Nadëb Ihini Baré
veado marajóʔ mará(h)ajʊ
lontrinha mo͂koʔjar bakʊ́jari
onça jaraak jaraka
urubu kuruidúʔ khʊrʊidʊ
pica-pau kawahéd kʊwédere
arara-vermelha kawéd kawéi
papagaio kujáʔ kʊjáʊ
piraíba mokúr mhʊ́kʊri
pirarara mapaǎh mapha
tucunaré daǎp dápa
abelha mabaa mába
cupim kamaʔráʔ kama(da)
caranguejo tahuʔú dʊ́hʊ
banana maçeér masérʊ

Referências

  1. a b c d e Ramirez, Henri (2019). Enciclopédia das línguas arawak: acrescida de seis novas línguas e dois bancos de dados. (no prelo)
  2. Ramirez, Henri, & França, Maria Cristina Victorino de. (2019). Línguas Arawak da Bolívia. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, 19, e019012. https://doi.org/10.20396/liames.v19i0.8655045
  3. Lima, Ademar dos Santos; Martins, Silvana Andrade; Pedrosa, Jéssica Nayara Cruz (3 de setembro de 2019). «Os últimos falantes da Língua Baré». Tellus: 207–226. ISSN 2359-1943. doi:10.20435/tellus.v19i39.584. Consultado em 18 de maio de 2023 
  4. Lima, Ademar dos Santos; Martins, Silvana Andrade; Pedrosa, Jéssica Nayara Cruz (3 de setembro de 2019). «Os últimos falantes da Língua Baré». Tellus: 207–226. ISSN 2359-1943. doi:10.20435/tellus.v19i39.584. Consultado em 18 de maio de 2023 
  5. Ramirez, Henri (2020). Enciclopédia das línguas Arawak: acrescida de seis novas línguas e dois bancos de dados 🔗. 3 1 ed. Curitiba: Editora CRV. 290 páginas. ISBN 978-65-251-0234-4. doi:10.24824/978652510234.4 

Ligações externas

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