Henrique Möller
Henrique Möller | |
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Titular da Feitoria Hanseática de Lisboa | |
Nascimento | 1708 provavelmente Hamburgo |
Morte | 18 de agosto de 1780 Lisboa, Reino de Portugal |
Sepultamento | Cemitério Inglês de Lisboa |
Parentesco | sogro de João Guilherme Christiano Müller,
avô de Daniel Pedro Müller, bisavô de Carlos Augusto Bresser |
Cônjuge | Anna Dorothea Roocks |
Empregador(a) | Liga Hanseática |
Henrique Möller ou Heinrich Möller (provavelmente nascido em Hamburgo, 1708 - Lisboa, Portugal, 18 de agosto de 1780) foi um rico negociante da Feitoria Hanseática da Bolsa de Lisboa e o patriarca da família Möller em Portugal.[1][2]
Entre seus descendentes em Portugal, muitos destacaram-se no exercício de relevantes funções e por sua influência na sociedade lusitana.
Família
[editar | editar código-fonte]Möller casou-se com a lisboeta D. Ana Doroteia Roocks (1735 - 1805) em 20 de maio de 1756, na cidade de Lisboa (São Julião).
Ela era filha de Jacob Roocks e D. Maria Elisabeth Holf, casal que migrou a Portugal por integrar o séquito de D. Maria Ana de Áustria, Rainha de Portugal, esposa do rei João V de Portugal.[1]
Filhos e Netos
[editar | editar código-fonte]O matrimônio entre Henrique e D. Ana deu-lhes três filhos que permitiu-lhes ter 22 netos e vasta descendência.:
- Anna Elizabeth ou Ana Isabel Möller (Lisboa,14/3/1757-21/7/1797): luterana, casou com João Guilherme Christiano Müller, em 19 de janeiro de 1779, tendo 5 filhos. Seu esposo foi Censor Régio por decreto da rainha Maria I de Portugal, diretor e sócio supranumerário da Academia Real das Sciencias de Lisboa, "professor da Corte", "general" e "bibliotecário da rainha",[3] assessorando os príncipes Augusto Frederico, Duque de Sussex e Cristiano Augusto, Príncipe de Waldeck em suas estadas em Portugal.[4][5]
- Tomás Peter ou Tomás Pedro Möller: morreu solteiro e sem descendência.
- Georg Peter ou Jorge Pedro Möller (Lisboa, 5/3/1774-23/3/1827): foi um rico comerciante, morando no Palácio Mitra (Junqueira) e mudando-se para o Palácio dos Condes da Ponte. Realizava festas "de grande gosto e estilo"[1] as com os mais seletos convidados, principalmente aos domingos. Teve 13 filhos com sua sobrinha, Dorotéia, filha de Ana Isabel.
Dentre seus netos, destacam-se:
- Marechal Daniel Pedro Müller, filho de Ana Isabel e João Guilherme Christiano Müller, assessor de Dom Pedro I e Governador de Armas da Província de Santa Catarina. Segundo o filho do Visconde de Taunay, Affonso, Daniel Pedro Müller é o "Patriarcha da Estatística no Brasil", devendo ter seu retrato a "figurar sempre nas repartições onde se cultiva a sciencia [estatística]".[6]
- Guilhermina Müller, filha de Ana Isabel e João Guilherme Christiano Müller, casou-se com Adolfo Frederico Lindenberg. Comerciante, nasceu em 1768, na cidade de Lübeck, estabelecendo-se em Lisboa por finais do século XVIII. Em Portugal, desempenhou as funções de cônsul-geral das Cidades Hanseáticas; presidente da Congregação Evangélica Alemã; secretário, tesoureiro e presidente da Irmandade de São Bartolomeu e foi um dos fundadores do Cemitério Alemão. Adolfo foi tutor dos filhos do barão de Wiederhold, tendo sido membro da Real Academia das Ciências e um notável bibliófilo, a herdar parte da biblioteca de seu sogro, João Guilherme Christiano Muller, general de Portugal, Johann Caspar Lindenberg, sogro de Guilhermina, foi burgomestre e senador de Lübeck.[7]
- Henrique Möller, filho de Jorge Pedro Möller, nasceu em Lisboa, no dia 30/03/1811. Foi negociante e contabilista do Banco Mercantil do Porto, sendo marido de Henriqueta Sophie Lindenberg e pai de Adolfo Frederico Lindenberg Möller.
Outros descendentes
[editar | editar código-fonte]- Adolfo Frederico Möller (Lisboa, 31/10/1842-20/6/1920): neto de Jorge Pedro Möller, bisneto de Henrique Möller e João Guilherme Christiano Müller, foi um naturalista. Mudou-se para a Alemanha em 1857, onde se formou em Silvicultura, regressando a Portugal em 1860, para a Administração-Geral das Matas do Reino. Foi Inspector do Jardim Botânico de Coimbra. Publicou vários trabalhos em Portugal e na Alemanha, tendo feito um levantamento na Ilha de São Tomé, trazendo mais de mil espécies animais e vegetais, além de uma larga coleção mineralógica e etnográfica. Deixou seu nome em várias espécies animais e vegetais. Além disso, Adolfo foi sócio da Sociedade Farmacêutica Lusitana, da Sociedade de Geografia e da Sociedade Promotora da Indústria Fabril.[1] Segundo o Livro de Outro da Nobreza, casou com Matilde Coelho.[8]
- Adolfo Henrique de Lemos Möller, Diretor-Geral das Contribuições e Impostos, em Portugal;
- Cristiano Frederico Möller, Capitão de Infantaria na Inglaterra;
- Damon Basílio Müller de Sousa, genro do 2° Visconde de S. Tiago de Cayola.
Heráldica da Família Möller
[editar | editar código-fonte]As armas da família Möller têm cor prata e meia roda azul. Seu timbre é tradicionalmente caracterizado por Netuno nascente, usando coroa e tridente de ouro, à destra.[1][9]
Na obra do Conde de Castro e Sola, Cerâmica Brasonada,[10] encontra-se a reprodução de um serviço de lavatório com o brasão dos Möller. Parte de tal conjunto encontrava-se na coleção do comerciante e colecionador Heinrich Katzenstein.[1]
Sepultamento
[editar | editar código-fonte]Henrique Möller e D. Ana Doroteia morreram em terras portuguesas e foram sepultados no Cemitério Inglês de Lisboa.[1] Tal como sua filha, Ana Isabel.
Seus filhos Tomás e Jorge Pedro, por sua vez, foram sepultados no Cemitério Alemão de Lisboa.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d e f g Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. XVII, pp. 560-561: Möller. 2ª Edição.
- ↑ http://www.heraldrysinstitute.com/lang/pt/cognomi/M%C3%B6ller/Portugal/idc/602228
- ↑ VERRI, Gilda Maria Whitaker (2006). Tinta sobre papel: livros e leituras em Pernambuco no século XVIII (1759-1807). Recife: Ed. Universitária da UFPE. p. 498. ISBN 85-7315-348-2
- ↑ Morato, Francisco Manoel Trigozo d'Aragão (1815). Memórias da Academia Real das Sciencias de Lisboa, Volume 1, Tom. IV, Part. II (Lisboa [s.n.]).
- ↑ Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. XVIII, p. 115: Müller. 2ª Edição.
- ↑ TAUNAY, Afonso de Escragnolle (1939). Historia do café no Brasil, Volume 3. Brasil: Departamento Nacional do Café. p. 89-98
- ↑ Trindade, Bernardo. «HISTOIRE DE L'ADMIRABLE DON QUICHOTTE DE LA MANCHE». https://www.livrariacampostrindade.com/pt/products/books/don-quichotte-de-la-manche/.
Adolfo Frederico Lindenberg, comerciante nascido em Lübeck em 1768 e que se estabeleceu em Lisboa por finais do século XVIII, onde também desempenhou as funções de cônsul-geral das Cidades Hanseáticas; presidente da Congregação Evangélica Alemã; secretário, tesoureiro e presidente da Irmandade de São Bartolomeu e foi um dos fundadores do Cemitério Alemão. O seu pai, Johann Caspar Lindenberg, foi burgomestre e senador de Lübeck. Adolfo Frederico foi tutor dos filhos do barão de Wiederhold, tendo sido igualmente membro da Real Academia das Ciências e um distinto bibliófilo, herdando parte da biblioteca de seu sogro, João Guilherme Christiano Muller, general de Portugal, pastor luterano e director da Real Academia das Ciências.
- ↑ Livro de Ouro da Nobreza. Vol. III, p. 24.
- ↑ KATZENSTEIN, Heinrich (1948). Notas genealógicas acerca de algumas das mais antigas famílias de origem germânica fixadas na Estremadura portuguesa. Boletim da Junta da Província da Estremadura, série II
- ↑ Conde de Castro e Sola, Amadeu (1928–1930). Cerâmica Brasonada. I. Estampa LXXXVIII. Lisboa: Of. Graf. do Museu Comercial. 148 páginas