Crise política na Tunísia em 2013–2014
Uma crise política se desenvolveu na Tunísia após o assassinato do líder esquerdista Mohamed Brahmi no final de julho de 2013, durante o qual a oposição essencialmente secular do país organizou vários protestos contra a aliança governista Troika que era dominada pelos islamistas do Movimento Ennahda de Rashid al-Ghannushi. Os eventos surgiram como parte das consequências da Revolução de Jasmim que depôs o presidente de longa data do país Zine El Abidine Ben Ali, seguida de uma eleição geral onde o Ennahda obteve uma pluralidade juntamente com o aliado Congresso para a República (CPR) de Moncef Marzouki. A crise diminuiria gradativamente quando o primeiro-ministro Ali Laarayedh renunciou e uma nova constituição foi aprovada em janeiro de 2014.
Muitos incidentes alimentaram os protestos, incluindo o assassinato dos importantes líderes seculares Chokri Belaid em 6 de fevereiro de 2013 e Mohamed Brahmi em 25 de julho. [1] Outros fatores incluem o fracasso do governo em lidar com a ascensão de grupos salafistas radicais incluindo Ansar al-Sharia, que foi amplamente considerado como estando por trás dos assassinatos, assim como muitos outros ataques a agentes de segurança e as instituições do estado. [2][3] Isto levou o governo a listar o grupo como uma organização terrorista em meio à crescente pressão pelos grupos de oposição. [4]
Os protestos intensificaram em 23 de outubro de 2013, quando milhares de manifestantes tomaram as ruas exigindo que o governo renunciasse horas antes das negociações entre os dirigentes da coligação islamita e os líderes oposicionistas que concluíram com o Ennahda prometendo renunciar em três semanas, encerrando assim um mês de impasse político. [5] Em troca da renúncia do Ennahda, a oposição concordou em aprovar uma constituição em que a liberdade religiosa fosse garantida, porém ao mesmo tempo daria um maior papel da religião na vida pública do que antes. [6]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Tunisia: Protesters demand to know who killed opposition leaders Belaid and Brahmi». Citizen Side. 2 de outubro de 2013. Consultado em 20 de maio de 2016. Arquivado do original em 23 de setembro de 2015
- ↑ «After Another High-Profile Assassination, Tunisia Lurches Toward Crisis». Time World. 25 de julho de 2013
- ↑ «Tunisian Minister: Ansar al-Sharia Linked to Political Assassinations». Al-Monitor (Al-Hayat). 29 de janeiro de 2013
- ↑ «Tunisia declares Ansar al-Sharia a terrorist group». BBC News
- ↑ «Thousands protest before Tunisia crisis talks». Reuters. 23 de outubro de 2013
- ↑ «Tunisia assembly passes new constitution». BBC. 27 de janeiro de 2014
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Na Tunísia, uma esperança para a Primavera Árabe — CartaCapital