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Rhinoptera bonasus

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaGavião-do-mar

Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Chondrichthyes
Ordem: Myliobatiformes
Família: Myliobatidae
Género: Rhinoptera
Espécie: R. bonasus
Nome binomial
Rhinoptera bonasus
Mitchill, 1815

O Rhinoptera bonasus, comummente conhecido como raia-focinho-de-vaca [2], é uma espécie de peixe seláquio elasmobranquiado, que habita em profundidades bentopelágicas e se distribui pelo Atlântico Ocidental.[3]

Além de «raia-de-focinho-de-vaca» esta espécie dá ainda pelos seguintes nomes comuns: gavião-do-mar [4] (não confundir com a espécie Rhinoptera marginata, que consigo partilha este nome comum),[5] arraia-boca-de-gaveta,[3] arraia-gaveta[3], ticonha[3], raia-sapo[3] e raia-ticonha.[3]

Do que toca ao nome científico, Rhinoptera bonasus:

  • O nome genérico, Rhinoptera,[6] resulta da aglutinação dos étimos gregos ῥινός (rhinos) que significa «nariz»[7] e πτερόν (pteron) que significa asa ou barbatana.[8]
  • O epíteto específico, bonasos, que advém do étimo latino bonāsus[9] o qual, por seu turno provém do étimo grego clássico βόνασος (bonasus), que significa «bisonte europeu; touro bravo».[10]

Os gaviões-do-mar pautam-se pelo corpo de formato losangular.[11] Caracterizam-se pela sua coloração matizada entre o acastanhado e o oliváceo no dorso[6] e esbranquiçada ou amarelada no ventre.[12] Têm uma cabeça grande com um focinho bilobado, que lembra o de um bovino,[11] daí o epíteto específico alusivo ao bisonte-europeu e os nomes populares «raia-de-focinho-de-vaca», «raia-sapo» e «arraia-boca-de-gaveta».

O maior espécime alguma vez registado era um macho que media 120 centímetros de comprimento.[6]

Em média, os machos costumam medir cerca de 90 centímetros de largura e pesar à volta de 12kg, ao passo que as fêmeas, por seu turno, atingem os 71 centímetros de largura, pesando à volta de 16kg.

Distribuição

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Marcam presença no Atlântico Ocidental, grassando desde da Nova Inglaterra até ao Norte da Argentina,[13] abarcando ainda o Norte da Flórida, o Golfo do México, a ilha da Trindade, a Venezuela e o Uruguai.[12]

Trata-se de uma espécie bentopelágica, que privilegia as plataformas continentais e insulares; também marca presença em baias e estuários; formando numerosos cardumes junto à costa.[13]

Hábitos e alimentação

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Alimenta-se mormente de invertebrados bênticos e de moluscos.[13]

Por vezes, para demarcar o território, as raias-de-focinho-de-vaca saltam fora de água, por forma a produzir chapas ruidosas sobre a superfície do mar.[6]

Migram em grandes cardumes que partem do Norte da Flórida, dirigindo-se para o Norte da América do Sul.[6]

Gestação e Reprodução

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Os gaviões-do-mar reproduzem-se de junho a outubro. Nos cardumes de gaviões-do-mar reúnem-se espécimes das mais variegadas idades e sexos. Na época de acasalamento, enquanto as fêmeas nadam com as extremidades das barbatanas peitorais, saindo da água, os machos seguem-nas tentando agarrá-las para acasalar.

Trata-se de uma espécie ovovípara, sem placenta.[3][14] Pelo que os embriões se nutrem inicialmente das gemas do próprio ovo.[3][14] Posteriormente, recebem nutrição adicional da mãe, por via de absorção indirecta do fluído uterino, enriquecido com muco, gorduras ou proteínas, o qual lhes lhe chega através de estruturas anatómicas especializadas para o efeito.[14] A duração da gestação é objecto de controvérsia entre especialistas, mas acredita-se que dure entre 11 e 12 meses, sendo certo que é variável. Quando nascem, as crias saem primeiro com a cauda de fora.

Tempo de Vida

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A maturidade sexual para os machos e as fêmeas é atingida por volta dos 4 a 5 anos de idade. No Golfo do México , as fêmeas vivem até aos 18 anos e os machos vivem apenas até aos 16 anos.

Referências

  1. «IUCN red list Rhinoptera bonasus». Lista Vermelha da IUCN. Consultado em 10 de abril de 2023 
  2. «raia-focinho-de-vaca». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  3. a b c d e f g h «Common Names List - Rhinoptera bonasus». www.fishbase.se. Consultado em 21 de março de 2023 
  4. «gavião-do-mar». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  5. «Common Names List - Rhinoptera marginata». fishbase.mnhn.fr. Consultado em 21 de março de 2023 
  6. a b c d e «Rhinoptera bonasus, Cownose ray : fisheries, aquarium». www.fishbase.se. Consultado em 21 de março de 2023 
  7. «ῥινός - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 21 de março de 2023 
  8. «πτερόν - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 21 de março de 2023 
  9. «bŏnāsus | ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 21 de março de 2023 
  10. «βόνασος - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 21 de março de 2023 
  11. a b Smith, C. Lavett (1997). National Audubon Society field guide to tropical marine fishes of the Caribbean, the Gulf of Mexico, Florida, the Bahamas, and Bermuda. National Audubon Society 1.ª ed. New York: Alfred A. Knopf. OCLC 36511289 
  12. a b Bortone, Stephen A.; Robins, C. R.; Ray, G. C.; Douglass, J. (11 de fevereiro de 1987). «A Field Guide to Atlantic Coast Fishes of North America». Copeia (1). 258 páginas. doi:10.2307/1446071. Consultado em 21 de março de 2023 
  13. a b c Last, Peter; Naylor, Gavin; Séret, Bernard; White, William; Carvalho, Marcelo de; Stehmann, Matthias (2016). Rays of the World (em inglês). [S.l.]: Csiro Publishing. p. Clayton South, Victoria, Australia. 800 páginas. ISBN 0643109153 
  14. a b c Dulvy, Nicholas K.; Reynolds, John D. (22 de setembro de 1997). «Evolutionary transitions among egg–laying, live–bearing and maternal inputs in sharks and rays». Proceedings of the Royal Society of London. Series B: Biological Sciences (em inglês) (1386): 1309–1315. ISSN 0962-8452. doi:10.1098/rspb.1997.0181. Consultado em 21 de março de 2023 
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