Jaguaré (distrito de São Paulo): diferenças entre revisões
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O Jaguaré foi uma das muitas áreas rurais situadas além dos rios [[Rio Tietê|Tietê]] e [[Rio Pinheiros|Pinheiros]] cuja ocupação e exploração só se iniciou após o expressivo crescimento do [[parque industrial]] paulistano e da [[explosão demográfica]] a que o município assistiu a partir das primeiras décadas do [[século XX]]. Por volta de 1925, alguns [[Imigração no Brasil|imigrantes]] [[Europa|europeus]] encontram-se instalados nos arredores do futuro distrito, ocupado por [[fazenda]]s, [[sítio]]s e [[chácara]]s. A região que compreende o Jaguaré propriamente dito era uma grande fazenda de 165 [[alqueire]]s, pertencente à |
O Jaguaré foi uma das muitas áreas rurais situadas além dos rios [[Rio Tietê|Tietê]] e [[Rio Pinheiros|Pinheiros]] cuja ocupação e exploração só se iniciou após o expressivo crescimento do [[parque industrial]] paulistano e da [[explosão demográfica]] a que o município assistiu a partir das primeiras décadas do [[século XX]]. Por volta de 1925, alguns [[Imigração no Brasil|imigrantes]] [[Europa|europeus]] encontram-se instalados nos arredores do futuro distrito, ocupado por [[fazenda]]s, [[sítio]]s e [[chácara]]s. A região que compreende o Jaguaré propriamente dito era uma grande fazenda de 165 [[alqueire]]s, pertencente à Companhia Suburbana Paulista, empresa responsável pelo [[loteamento]] de terras, fundada por [[Ramos de Azevedo]]. O nome "Jaguaré" deve-se ao [[ribeira|ribeirão]] homônimo, que nascia em [[Osasco]] e cortava a região até desembocar no rio Pinheiros. Existem três hipóteses para o significado de "Jaguaré"ː |
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*teria sua origem no [[Língua tupi|tupi]] e significaria "lugar onde existem [[Onça-pintada|onças]]", em referência aos felinos (em [[Língua tupi|tupi]], "''jaguar''", ou "''jaguaretê''") que habitavam as matas dessa região; |
*teria sua origem no [[Língua tupi|tupi]] e significaria "lugar onde existem [[Onça-pintada|onças]]", em referência aos felinos (em [[Língua tupi|tupi]], "''jaguar''", ou "''jaguaretê''") que habitavam as matas dessa região; |
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*teria sua origem no [[Língua tupi|tupi antigo]] ''îagûarema'', que significa "[[cão]] fedorento" (''îagûara'', cão e ''rema'', fedorento);<ref name="NAVARRO, E. A. 2013. p. 579">NAVARRO, E. A. ''[[Dicionário de Tupi Antigo|Dicionário de Tupi Antigoː a Língua Indígena Clássica do Brasil]]. São Paulo. Global. 2013. p. 579.</ref> |
*teria sua origem no [[Língua tupi|tupi antigo]] ''îagûarema'', que significa "[[cão]] fedorento" (''îagûara'', cão e ''rema'', fedorento);<ref name="NAVARRO, E. A. 2013. p. 579">NAVARRO, E. A. ''[[Dicionário de Tupi Antigo|Dicionário de Tupi Antigoː a Língua Indígena Clássica do Brasil]]. São Paulo. Global. 2013. p. 579.</ref> |
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*designaria uma espécie de animal.<ref name="NAVARRO, E. A. 2013. p. 579"/><ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 980.</ref> |
*designaria uma espécie de animal.<ref name="NAVARRO, E. A. 2013. p. 579"/><ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 980.</ref> |
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[[Ficheiro:Jaguaré - Torre do Relógio (Mirante).JPG|thumb|right|Torre do relógio do Jaguaré]] |
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Em 1935, a fazenda é adquirida pela Sociedade Imobiliária do Jaguaré, empresa criada por |
Em 1935, a fazenda é adquirida pela Sociedade Imobiliária do Jaguaré, empresa criada por Henrique Dumont Villares, [[engenheiro agrônomo]] formado na [[Bélgica]], [[Parentesco|sobrinho]] e [[afilhado]] de [[Santos Dumont]]. Henrique Dumont Villares idealizou um projeto de [[urbanização]] para a região, dividindo-a em áreas residenciais, comerciais e industriais. As ruas foram desenhadas de modo que o [[comércio|centro comercial]] fosse rodeado por [[residência]]s e estas pelas [[indústria]]s. Foram construídas 42 [[praça]]s e diversas casas para os funcionários da empresa. No ponto mais alto do Jaguaré, ergueu-se um [[Mirante do Jaguaré|mirante]] dotado de uma [[torre]] com [[relógio]] e [[sino]], cuja função era servir de [[símbolo]] ao novo bairro. [[Canal]]izou-se o ribeirão Jaguaré e executou-se o traçado do sistema viário. |
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[[Ficheiro:Igreja de São José do Jaguaré 1.JPG|thumb|left|Igreja de São José do Jaguaré]] |
[[Ficheiro:Igreja de São José do Jaguaré 1.JPG|thumb|left|Igreja de São José do Jaguaré]] |
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Desde a fase de implementação do projeto, no entanto, o [[rio Pinheiros]] já constituía uma barreira natural que limitava a circulação das pessoas e atrapalhava o plano de instalar um centro industrial na região. Em 1940, para sanar o problema, Henrique Dumont Villares doou, à prefeitura, a quantia de 700 [[réis]] a serem aplicados na construção da [[ponte do Jaguaré]], ligando o distrito à também incipiente região de [[Vila Leopoldina]] e, em seguida, à [[Lapa (distrito de São Paulo)|Lapa]]. O [[Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo|Grupo Matarazzo]] foi o primeiro a instalar uma [[fábrica]] na região. Com a conclusão da [[ponte]], na [[década de 1940]], outras dezenas de indústrias se instalariam no Jaguaré, incentivando o estabelecimento de funcionários e comerciantes e iniciando um período de grande crescimento econômico e demográfico. Em meados do [[século XX]], o bairro já era considerado um dos mais industrializados do município, com mais de 125 fábricas e indústrias de pequeno, médio e grande porte. |
Desde a fase de implementação do projeto, no entanto, o [[rio Pinheiros]] já constituía uma barreira natural que limitava a circulação das pessoas e atrapalhava o plano de instalar um centro industrial na região. Em 1940, para sanar o problema, Henrique Dumont Villares doou, à prefeitura, a quantia de 700 [[réis]] a serem aplicados na construção da [[ponte do Jaguaré]], ligando o distrito à também incipiente região de [[Vila Leopoldina]] e, em seguida, à [[Lapa (distrito de São Paulo)|Lapa]]. O [[Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo|Grupo Matarazzo]] foi o primeiro a instalar uma [[fábrica]] na região. Com a conclusão da [[ponte]], na [[década de 1940]], outras dezenas de indústrias se instalariam no Jaguaré, incentivando o estabelecimento de funcionários e comerciantes e iniciando um período de grande crescimento econômico e demográfico. Em meados do [[século XX]], o bairro já era considerado um dos mais industrializados do município, com mais de 125 fábricas e indústrias de pequeno, médio e grande porte. |
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[[Ficheiro:Jaguaré - Casa no Alto do Jaguaré.JPG|thumb|left|180px|Antiga subestação de energia no alto do Jaguaré]] |
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Em 1945, um grupo de [[missionário]]s [[Canadá|canadenses]] fundou a |
Em 1945, um grupo de [[missionário]]s [[Canadá|canadenses]] fundou a Igreja de São José do Jaguaré, a primeira do bairro, e, em 1947, em parceria com os [[padre]]s da [[Congregação de Santa Cruz]], Henrique Dumont fundou o Externato Jaguaré, primeiro colégio da congregação no país, em meados de 1975 passou a ser a Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau Henrique Dumont Villares, com 8 salas e 3 turnos (Manhã, Tarde e Noite), tornando-se a primeira escola estadual do bairro. Henrique Dumont também doou à prefeitura uma área de aproximadamente 150 mil [[metro quadrado|metros quadrados]] para que, nela, fosse implantada uma área de lazer. O espaço, no entanto, nunca foi aproveitado, e passou a ser invadido a partir das [[década de 1960|décadas de 1960]] e [[década de 1970|1970]], com a intensificação da [[Migração no Brasil|migração para São Paulo]]. Hoje, a área constitui a favela Vila Nova Jaguaré. Com 12 mil habitantes, é considerada a maior da localidade em área contínua (sem ruas pavimentadas). |
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Nas décadas seguintes, prosseguiu a expansão da região e novos bairros foram incorporados ao distrito, como [[Parque Continental (bairro de São Paulo)|Parque Continental]] (na divisa com Osasco), |
Nas décadas seguintes, prosseguiu a expansão da região e novos bairros foram incorporados ao distrito, como [[Parque Continental (bairro de São Paulo)|Parque Continental]] (na divisa com Osasco), Vila Graziela, [[Vila Lageado]] e Conjunto Butantã. O longo [[História econômica do Brasil#Recessão e crise monetária (1973-1990)|período de recessão econômica]] iniciado nos [[década de 1970|anos 1970]] e agravado nos [[década de 1980|anos 1980]], no entanto, afetou, profundamente, o distrito, com a saída e fechamento de várias empresas. Apesar disso, o Jaguaré se mantém como importante centro industrial: no ano 2000, o distrito registrava a presença de 156 indústrias, que, juntas, respondiam por mais de 8 500 empregos diretos - mais do que o comércio (3 149) e o setor de [[Serviço (economia)|serviços]] (6 126). Sem embargo, vem crescendo a participação do [[setor terciário]] na economia do distrito: em 1975, foi inaugurado o Shopping Continental, o primeiro [[centro comercial]] da região, e grandes empreendimentos imobiliários têm influenciado a [[Verticalização (urbanismo)|verticalização]] em alguns bairros do Jaguaré, onde, em geral, predominam as casas térreas e [[Sobrado (arquitetura)|sobrados]]. |
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[[Imagem:Centro Industrial Jaguaré - 1, Acervo do Museu Paulista da USP (cropped).jpg|thumb|centro|400px|Planta do Centro Industrial do Jaguaré]] |
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== Demografia == |
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;Evolução demográfica do distrito do Jaguaré<ref>{{citar web |url=https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/urbanismo/infocidade/htmls/7_populacao_recenseada_1950_10491.html |titulo= População recenseada - Município de São Paulo, Subprefeituras e Distritos Municipais: 1950, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010|acessodata=19 de novembro de 2024|publicado=Prefeitura de São Paulo}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/22827-censo-demografico-2022.html?edicao=39499&t=resultados|titulo=Censo 2022 {{!}} IBGE|acessodata=19 de novembro de 2024|publicado=IBGE|formato=Em "Arquivos vetoriais (com atributos dos resultados de população e domicílios)", acesse "Malha de Distritos preliminares – por Unidade da Federação" (shp) e faça o download}}</ref> |
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* [[Osasco]] (Oeste e Norte) |
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* [[Vila Leopoldina]] e [[Alto de Pinheiros]] (Leste) |
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* [[Butantã]] (Sudeste) |
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* [[Rio Pequeno (distrito de São Paulo)|Rio Pequeno]] (Sul) |
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== Ver também == |
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Revisão das 20h38min de 19 de novembro de 2024
Jaguaré | |
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Ficheiro:JaguareVillaLobos.JPG | |
Área | 6,6 km² |
População | (81°) 55.382 hab. (2022) |
Densidade | 63,07 hab/ha |
Renda média | R$ 1 487,11 |
IDH | 0,849 - elevado (51°) |
Subprefeitura | Lapa |
Região Administrativa | Oeste |
Área Geográfica | 8 (Oeste) |
Distritos de São Paulo |
Jaguaré é um distrito situado na zona oeste do município de São Paulo e é administrado pela Prefeitura Regional da Lapa, possui uma área de aproximadamente 6,6 km²[1] e uma população de 42,4 mil habitantes, relativamente heterogênea e de classe média em sua maioria. Limita-se com os distritos paulistanos de Vila Leopoldina, Alto de Pinheiros, Butantã e Rio Pequeno, e com a zona centro-sul do município de Osasco.
O distrito de Jaguaré é constituído pelos bairros: Centro Industrial do Jaguaré, Super Quadra Jaguaré, Vila Nova Jaguaré, Parque Continental, Vila Graziela, Vila Jaguaré e Vila Lageado. Localizam-se no distrito o Mirante do Jaguaré, que é tombado pelo poder público municipal, e o Museu da Tecnologia de São Paulo, próximo à Cidade Universitária.
O distrito do Jaguaré foi projetado e construído pelo engenheiro Henrique Dumont Villares em 1935. Dono da Sociedade Imobiliária Jaguaré, Villares dividiu a região em áreas residenciais, comerciais e industriais, e incentivou sua ocupação, consolidada após a construção da ponte do Jaguaré, sobre o rio Pinheiros.[2] Nas décadas seguintes, atraiu centenas de fábricas, tornando-se um dos distritos mais industrializados do município. O lento crescimento econômico registrado na década de 1980 afetou profundamente o distrito, que perdeu grande parte de suas empresas. Conserva-se até hoje, no entanto, como importante centro industrial, ao mesmo tempo em que assiste ao crescimento do terceiro setor.[3] Nos últimos anos, registram-se investimentos no setor imobiliário, que começam a incentivar a verticalização das áreas residenciais, ainda predominantemente compostas por casas térreas e sobrados.[1]
História
O Jaguaré foi uma das muitas áreas rurais situadas além dos rios Tietê e Pinheiros cuja ocupação e exploração só se iniciou após o expressivo crescimento do parque industrial paulistano e da explosão demográfica a que o município assistiu a partir das primeiras décadas do século XX. Por volta de 1925, alguns imigrantes europeus encontram-se instalados nos arredores do futuro distrito, ocupado por fazendas, sítios e chácaras. A região que compreende o Jaguaré propriamente dito era uma grande fazenda de 165 alqueires, pertencente à Companhia Suburbana Paulista, empresa responsável pelo loteamento de terras, fundada por Ramos de Azevedo. O nome "Jaguaré" deve-se ao ribeirão homônimo, que nascia em Osasco e cortava a região até desembocar no rio Pinheiros. Existem três hipóteses para o significado de "Jaguaré"ː
- teria sua origem no tupi e significaria "lugar onde existem onças", em referência aos felinos (em tupi, "jaguar", ou "jaguaretê") que habitavam as matas dessa região;
- teria sua origem no tupi antigo îagûarema, que significa "cão fedorento" (îagûara, cão e rema, fedorento);[4]
- designaria uma espécie de animal.[4][5]
Em 1935, a fazenda é adquirida pela Sociedade Imobiliária do Jaguaré, empresa criada por Henrique Dumont Villares, engenheiro agrônomo formado na Bélgica, sobrinho e afilhado de Santos Dumont. Henrique Dumont Villares idealizou um projeto de urbanização para a região, dividindo-a em áreas residenciais, comerciais e industriais. As ruas foram desenhadas de modo que o centro comercial fosse rodeado por residências e estas pelas indústrias. Foram construídas 42 praças e diversas casas para os funcionários da empresa. No ponto mais alto do Jaguaré, ergueu-se um mirante dotado de uma torre com relógio e sino, cuja função era servir de símbolo ao novo bairro. Canalizou-se o ribeirão Jaguaré e executou-se o traçado do sistema viário.
Desde a fase de implementação do projeto, no entanto, o rio Pinheiros já constituía uma barreira natural que limitava a circulação das pessoas e atrapalhava o plano de instalar um centro industrial na região. Em 1940, para sanar o problema, Henrique Dumont Villares doou, à prefeitura, a quantia de 700 réis a serem aplicados na construção da ponte do Jaguaré, ligando o distrito à também incipiente região de Vila Leopoldina e, em seguida, à Lapa. O Grupo Matarazzo foi o primeiro a instalar uma fábrica na região. Com a conclusão da ponte, na década de 1940, outras dezenas de indústrias se instalariam no Jaguaré, incentivando o estabelecimento de funcionários e comerciantes e iniciando um período de grande crescimento econômico e demográfico. Em meados do século XX, o bairro já era considerado um dos mais industrializados do município, com mais de 125 fábricas e indústrias de pequeno, médio e grande porte.
Em 1945, um grupo de missionários canadenses fundou a Igreja de São José do Jaguaré, a primeira do bairro, e, em 1947, em parceria com os padres da Congregação de Santa Cruz, Henrique Dumont fundou o Externato Jaguaré, primeiro colégio da congregação no país, em meados de 1975 passou a ser a Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau Henrique Dumont Villares, com 8 salas e 3 turnos (Manhã, Tarde e Noite), tornando-se a primeira escola estadual do bairro. Henrique Dumont também doou à prefeitura uma área de aproximadamente 150 mil metros quadrados para que, nela, fosse implantada uma área de lazer. O espaço, no entanto, nunca foi aproveitado, e passou a ser invadido a partir das décadas de 1960 e 1970, com a intensificação da migração para São Paulo. Hoje, a área constitui a favela Vila Nova Jaguaré. Com 12 mil habitantes, é considerada a maior da localidade em área contínua (sem ruas pavimentadas).
Nas décadas seguintes, prosseguiu a expansão da região e novos bairros foram incorporados ao distrito, como Parque Continental (na divisa com Osasco), Vila Graziela, Vila Lageado e Conjunto Butantã. O longo período de recessão econômica iniciado nos anos 1970 e agravado nos anos 1980, no entanto, afetou, profundamente, o distrito, com a saída e fechamento de várias empresas. Apesar disso, o Jaguaré se mantém como importante centro industrial: no ano 2000, o distrito registrava a presença de 156 indústrias, que, juntas, respondiam por mais de 8 500 empregos diretos - mais do que o comércio (3 149) e o setor de serviços (6 126). Sem embargo, vem crescendo a participação do setor terciário na economia do distrito: em 1975, foi inaugurado o Shopping Continental, o primeiro centro comercial da região, e grandes empreendimentos imobiliários têm influenciado a verticalização em alguns bairros do Jaguaré, onde, em geral, predominam as casas térreas e sobrados.
Demografia
Distritos e municípios limítrofes
- Osasco (Oeste e Norte)
- Vila Leopoldina e Alto de Pinheiros (Leste)
- Butantã (Sudeste)
- Rio Pequeno (Sul)
Ver também
- Lista de distritos de São Paulo
- População dos distritos de São Paulo (Censo 2010)
- Área territorial dos distritos de São Paulo (IBGE)
- Telecomunicações em São Paulo
- Lista de subprefeituras do município de São Paulo
- Divisão territorial e administrativa da cidade de São Paulo
- História da cidade de São Paulo
- Zona Oeste de São Paulo
Referências
- ↑ a b Zanin, Ivanilson. «Um breve passeio pelos idos do bairro do Jaguaré». Jaguaré Fácil. Consultado em 10 de novembro de 2008[ligação inativa]
- ↑ Ponciano, 2001, pp. 107-108.
- ↑ Departamento do Patrimônio Histórico. «Lapa: onde os moradores ainda se reúnem para bordar e tecer suas histórias». Prefeitura de São Paulo. Consultado em 10 de novembro de 2008. Arquivado do original em 10 de outubro de 2007
- ↑ a b NAVARRO, E. A. Dicionário de Tupi Antigoː a Língua Indígena Clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 579.
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 980.
- ↑ «População recenseada - Município de São Paulo, Subprefeituras e Distritos Municipais: 1950, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010». Prefeitura de São Paulo. Consultado em 19 de novembro de 2024
- ↑ «Censo 2022 | IBGE» (Em "Arquivos vetoriais (com atributos dos resultados de população e domicílios)", acesse "Malha de Distritos preliminares – por Unidade da Federação" (shp) e faça o download). IBGE. Consultado em 19 de novembro de 2024
Bibliografia
- Ponciano, Levino (2001). Bairros paulistanos de A a Z. São Paulo: SENAC. pp. 107–108. ISBN 85-7359-223-0