Academia Brasileira de Letras

instituição literária brasileira
 Nota: Não confundir com Academia Brasileira de Literatura.

Academia Brasileira de Letras (ABL - Pronúncia) GCSE • MHSE é uma instituição literária brasileira fundada na cidade do Rio de Janeiro em 20 de julho de 1897 pelos escritores Machado de Assis, Lúcio de Mendonça, Inglês de Sousa, Olavo Bilac, Afonso Celso, Graça Aranha, Medeiros e Albuquerque, Joaquim Nabuco, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay e Ruy Barbosa.[2] É composta por quarenta membros efetivos e perpétuos (por isso alcunhados imortais)[3] e por vinte sócios estrangeiros.[4]

Academia Brasileira de Letras
(ABL)
Academia Brasileira de Letras
Símbolo oficial da ABL

Sede da ABL no Rio de Janeiro.
Lema "Ad immortalitatem (Rumo à imortalidade)"
Tipo Associação literária
Fundação 20 de julho de 1897 (127 anos)[1]
Sede Brasil Rio de Janeiro
Membros Cf. Index Academicorum
Línguas oficiais Português
Presidente Merval Pereira
Sítio oficial www.academia.org.br

Tem por objetivo o cultivo da língua portuguesa[5] e da literatura brasileira. É-lhe reconhecido o mérito por esforços históricos em prol da unificação do idioma, do português brasileiro e do português europeu. Nomeadamente, teve um papel importante no Acordo Ortográfico de 1945, conseguido em conjunto com a Academia das Ciências de Lisboa,[6] assim como foi de novo interlocutora quanto ao Acordo Ortográfico de 1990.

A instituição é responsável pela edição de obras de grande valor histórico e literário, e atribui diversos prêmios literários.[6][7] A ABL remonta ao final do século XIX, quando escritores e intelectuais brasileiros desejaram criar uma academia nacional nos moldes da Academia Francesa.[8]

História

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Fundação

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Lúcio de Mendonça

No final do século XIX, duas figuras importantes defenderam a criação de uma academia literária nacional nos moldes da Academia Francesa: Afonso Celso Júnior, ainda no período do Império, e Medeiros e Albuquerque, já na República. O sucesso da Revista Brasileira, dirigida por José Veríssimo, deu coesão a um grupo de escritores e fortaleceu essa ideia.[9]

Lúcio de Mendonça tomou a iniciativa de propor a fundação de uma Academia de Letras, inicialmente sob o patrocínio do Estado. No entanto, em um último momento, o governo declinou o apoio, levando à criação da Academia Brasileira de Letras como uma instituição privada e independente. As sessões preparatórias começaram em 15 de dezembro de 1896, às três da tarde, na redação da Revista Brasileira, localizada na Travessa do Ouvidor, nº 31. Já na primeira reunião, Machado de Assis foi aclamado presidente.[9]

Em 28 de janeiro de 1897, ocorreu a sétima e última sessão preparatória, oficializando a criação da Academia. Entre os presentes estavam grandes nomes da literatura brasileira, como Araripe Júnior, Artur Azevedo, Graça Aranha, Guimarães Passos, Inglês de Sousa, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Pedro Rabelo, Rodrigo Otávio, Silva Ramos, Teixeira de Melo e o Visconde de Taunay. Outros que participaram das sessões anteriores, como Coelho Neto, Filinto de Almeida, José do Patrocínio, Luís Murat e Valentim Magalhães, também aderiram à iniciativa, além de Afonso Celso Júnior, Alberto de Oliveira, Alcindo Guanabara, Carlos de Laet, Garcia Redondo, Pereira da Silva, Rui Barbosa, Sílvio Romero e Urbano Duarte.[9]

 
Edifício do Silogeu Brasileiro, sede da academia até sua mudança para a sede atual (Acervo: Instituto Moreira Salles).

Com a presença de trinta membros, surgiu a necessidade de completar o número de quarenta, em conformidade com o modelo da Academia Francesa. Os dez membros adicionais foram eleitos: Aluísio Azevedo, Barão de Loreto, Clóvis Beviláqua, Domício da Gama, Eduardo Prado, Luís Guimarães Júnior, Magalhães de Azeredo, Oliveira Lima, Raimundo Correia e Salvador de Mendonça. Os Estatutos foram assinados por Machado de Assis como presidente; Joaquim Nabuco, secretário-geral; Rodrigo Otávio, 1º secretário; Silva Ramos, 2º secretário; e Inglês de Sousa, tesoureiro. A sessão inaugural da Academia Brasileira de Letras ocorreu em 20 de julho de 1897, em uma sala do museu Pedagogium, na Rua do Passeio. Dezesseis acadêmicos estiveram presentes. Machado de Assis fez a alocução de abertura, Rodrigo Otávio leu a memória dos atos preparatórios e Joaquim Nabuco proferiu o discurso inaugural.[9]

Estrutura

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Petit Trianon

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 Ver artigo principal: Petit Trianon (Brasil)
 
Petit Trianon, sede da ABL no Rio de Janeiro.

Em 1923, graças à iniciativa de seu presidente à época, Afrânio Peixoto e do então embaixador da França, Raymond Conty, o governo francês doou à Academia o prédio do Pavilhão Francês, edificado para a Exposição do Centenário da Independência do Brasil, uma réplica do Petit Trianon de Versalhes, erguido pelo arquiteto Ange-Jacques Gabriel, entre 1762 e 1768.[10] A 22 de Setembro de 1941 foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal e a 26 de Novembro de 1987 foi feita Membro-Honorário da mesma Ordem de Portugal.[11]

Essas instalações encontram-se tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, desde 9 de novembro de 1987. Os seus salões funcionam até aos dias de hoje abrigando as reuniões regulares, as sessões solenes comemorativas, as sessões de posse dos novos acadêmicos, assim como para o tradicional chá das quintas-feiras. Podem ser conhecidas pelo público em visitas guiadas ou em programas culturais como concertos de música de câmara, lançamento de livros dos membros, ciclos de conferências e peças de teatro.[12]

Prêmios e publicações

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A Academia Brasileira de Letras agracia personalidades com os seguintes prêmios:[13]

 
Uma edição da Revista Brasileira exposta numa biblioteca municipal.

Pontualmente são atribuídos os seguintes prêmios:

Em 1900 o governo federal do Brasil expediu o decreto n.º 726, de 8 de dezembro de 1900, Conhecido por Lei Eduardo Ramos, que autorizou a Academia ser instalada em edificação pública e publicar na Imprensa Nacional as publicações oficiais da Academia e as obras de escritores brasileiros falecidos reconhecidos de grande valor e cuja propriedade autoral esteja prescrita.[14] O diploma legal vigorou plenamente até 2002, pois por força do decreto Nº 4 260, de 6 de junho de 2002, extinguiu a atividade de impressão plana da Imprensa Nacional.[15]

Em 1910 a instituição lançou seu periódico oficial, a Revista da Academia Brasileira de Letras, posteriormente a instituição encampa a tradicional Revista Brasileira, para resgatar e dar prosseguimento ao periódico, que assim passa — em 1941 — por sugestão de Levi Carneiro,[16] a ser a revista da Casa de Machado de Assis.[17]

A ABL publicou ainda o Dicionário de Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras, impresso pela Imprensa Nacional em 1967, e o Dicionário Ilustrado da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras, editado pela Bloch Editores em 1972.

Mausoléu

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Mausoléu da ABL

O Mausoléu da Academia Brasileira de Letras se encontra no Cemitério São João Batista, Rio de Janeiro - RJ. Ele é uma construção retangular com dois andares na qual estão sepultados alguns membros da ABL. Ele foi construído entre 1958 e 1961, durante a gestão de Austregésilo de Athayde (1959 - 1993).[18]

Membros

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De pé: Rodolfo Amoedo, Artur Azevedo, Inglês de Sousa, Olavo Bilac, José Veríssimo, Sousa Bandeira, Filinto de Almeida, Guimarães Passos, Valentim Magalhães, Rodolfo Bernardelli, Rodrigo Octavio, Peixoto; sentados: João Ribeiro, Machado de Assis, Lúcio de Mendonça e Silva Ramos.

A Academia tem quarenta cadeiras, ocupadas por quarenta membros efetivos perpétuos (no mínimo vinte e cinco devem morar na cidade que sedia a Academia, o Rio de Janeiro), sendo cada novo membro eleito pelos acadêmicos para ocupar uma cadeira vaga devido ao falecimento do último titular. Há ainda vinte membros estrangeiros correspondentes.[8] No quadro atual, o membro mais idoso é Evanildo Bechara, aos 96 anos, enquanto o mais jovem é Marco Lucchesi, com 60 anos.
O decano dos Imortais é José Sarney, eleito em 17 de julho de 1980, e a mais recente a assumir um assento na Academia é Lilia Schwarcz, eleita no dia 07 de março de 2024.[19]

Dentre os membros, é eleito aquele para presidir a academia por um período. O primeiro presidente da ABL foi Machado de Assis, eleito por aclamação e também seu "presidente perpétuo". Durante quase 34 anos consecutivos, Austregésilo de Athayde presidiu o Silogeu (1959-1993), imprimindo, na sua gestão, um caráter de vitaliciedade ao cargo que fugia aos princípios originais - e que foi abandonado por seus sucessores. O presidente atual é Merval Pereira para o biênio 2022/2023.[20]

Composição atual

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A Academia conta atualmente com 39 imortais, desde a morte de Antonio Cicero em 23 de outubro de 2024.[21] Destes, 34 são homens e cinco mulheres, desde a eleição de Lilia Schwarcz, em 7 de março de 2024.[22] Abaixo a tabela completa dos membros atuais:

N.º da cadeira Patrono Titular atual
Nome UF de origem Ano de eleição Idade Tempo na vaga
Na eleição Atual
01  
Adelino Fontoura
 
Ana Maria Machado
  Rio de Janeiro 2003 61 anos e 121 dias 82 anos e 312 dias 21 anos, 6 meses e 7 dias
02  
Álvares de Azevedo
 
Eduardo Giannetti
  Minas Gerais 2021 64 anos e 296 dias 67 anos e 251 dias 2 anos, 10 meses e 15 dias
03  
Artur de Oliveira
 
Joaquim Falcão
  Rio de Janeiro 2018 74 anos e 221 dias 81 anos e 51 dias 6 anos, 6 meses e 12 dias
04  
Basílio da Gama
 
Carlos Nejar
  Rio Grande do Sul 1988 49 anos e 23 dias 84 anos e 365 dias 35 anos, 11 meses e 7 dias
05  
Bernardo Guimarães
 
Ailton Krenak
  Minas Gerais 2023 70 anos e 6 dias 71 anos e 32 dias 1 ano e 26 dias
06  
Casimiro de Abreu
 
Cícero Sandroni
  São Paulo 2003 68 anos e 211 dias 89 anos e 248 dias 21 anos, 1 mês e 6 dias
07  
Castro Alves
 
Cacá Diegues
  Alagoas 2018 78 anos e 103 dias 84 anos e 165 dias 6 anos, 2 meses e 1 dia
08  
Cláudio Manuel da Costa
 
Ricardo Cavaliere
  Rio de Janeiro 2023 69 anos e 306 dias 71 anos e 128 dias 1 ano, 6 meses e 4 dias
09  
Gonçalves de Magalhães
 
Lilia Schwarcz
  São Paulo 2024 66 anos e 71 dias 66 anos e 309 dias 7 meses e 24 dias
010  
Evaristo da Veiga
 
Rosiska Darcy
  Rio de Janeiro 2013 69 anos e 15 dias 80 anos e 218 dias 11 anos, 6 meses e 20 dias
011  
Fagundes Varella
 
Ignácio de Loyola Brandão
  São Paulo 2019 82 anos e 227 dias 88 anos e 92 dias 5 anos, 7 meses e 16 dias
012  
França Júnior
 
Paulo Niemeyer Filho
  Rio de Janeiro 2021 69 anos e 223 dias 72 anos e 205 dias 2 anos, 11 meses e 13 dias
013  
Francisco Otaviano
 
Ruy Castro
  Minas Gerais 2022 74 anos e 222 dias 76 anos e 248 dias 2 anos e 25 dias
014  
Franklin Távora
 
Celso Lafer
  São Paulo 2006 64 anos e 348 dias 83 anos e 85 dias 18 anos, 3 meses e 10 dias
015  
Gonçalves Dias
 
Marco Lucchesi
  Rio de Janeiro 2011 47 anos e 84 dias 60 anos e 327 dias 13 anos, 7 meses e 28 dias
016  
Gregório de Matos
 
Jorge Caldeira
  São Paulo 2022 66 anos e 199 dias 68 anos e 316 dias 2 anos, 3 meses e 24 dias
017  
Hipólito da Costa
 
Fernanda Montenegro
  Rio de Janeiro 2021 92 anos e 19 dias 95 anos e 15 dias 2 anos, 11 meses e 27 dias
018  
João Francisco Lisboa
 
Arnaldo Niskier
  Rio de Janeiro 1984 48 anos e 327 dias 89 anos e 184 dias 40 anos, 7 meses e 9 dias
019  
Joaquim Caetano
 
Antônio Carlos Secchin
  Rio de Janeiro 2004 51 anos e 359 dias 72 anos e 143 dias 20 anos, 4 meses e 28 dias
020  
Joaquim Manuel de Macedo
 
Gilberto Gil
  Bahia 2021 79 anos e 138 dias 82 anos e 127 dias 2 anos, 11 meses e 20 dias
021  
Joaquim Serra
 
Paulo Coelho
  Rio de Janeiro 2002 54 anos e 335 dias 77 anos e 68 dias 22 anos, 3 meses e 6 dias
022  
José Bonifácio
 
João Almino
  Rio Grande do Norte 2017 66 anos e 162 dias 74 anos e 34 dias 7 anos, 7 meses e 23 dias
023  
José de Alencar
 
Antônio Torres
  Bahia 2013 73 anos e 55 dias 84 anos e 48 dias 10 anos, 11 meses e 24 dias
024  
Júlio Ribeiro
 
Geraldo Carneiro
  Minas Gerais 2016 64 anos e 138 dias 72 anos e 142 dias 8 anos e 4 dias
025  
Junqueira Freire
 
Alberto Venancio Filho
  Rio de Janeiro 1991 57 anos e 183 dias 90 anos e 282 dias 33 anos, 3 meses e 6 dias
026  
Laurindo Rabelo
 
Marcos Vilaça
  Pernambuco 1985 45 anos e 285 dias 85 anos e 123 dias 39 anos, 6 meses e 20 dias
027  
Maciel Monteiro
 
vago
028  
Manuel Antônio de Almeida
 
Domício Proença Filho
  Rio de Janeiro 2006 70 anos e 57 dias 88 anos e 280 dias 18 anos, 7 meses e 8 dias
029  
Martins Pena
 
Geraldo Holanda Cavalcanti
  Pernambuco 2010 81 anos e 116 dias 95 anos e 268 dias 14 anos, 4 meses e 29 dias
030  
Pardal Mallet
 
Heloísa Teixeira
  São Paulo 2023 83 anos e 268 dias 85 anos e 97 dias 1 ano, 6 meses e 11 dias
031  
Pedro Luís Pereira de Sousa
 
Merval Pereira
  Rio de Janeiro 2011 61 anos e 221 dias 75 anos e 7 dias 13 anos, 4 meses e 29 dias
032  
Manuel de Araújo Porto-Alegre
 
Zuenir Ventura
  Minas Gerais 2014 83 anos e 151 dias 93 anos e 152 dias 10 anos e 1 dia
033  
Raul Pompeia
 
Evanildo Bechara
  Pernambuco 2000 72 anos e 289 dias 96 anos e 248 dias 23 anos, 10 meses e 20 dias
034  
Sousa Caldas
 
Evaldo Cabral de Mello
  Pernambuco 2014 71 anos e 43 dias 81 anos e 51 dias 10 anos e 8 dias
035  
Tavares Bastos
 
Godofredo de Oliveira Neto
  Santa Catarina 2022 71 anos e 18 dias 73 anos e 162 dias 2 anos, 4 meses e 22 dias
036  
Teófilo Dias
 
Fernando Henrique Cardoso
  Rio de Janeiro 2013 82 anos e 9 dias 93 anos e 135 dias 11 anos, 4 meses e 4 dias
037  
Tomás António Gonzaga
 
Arno Wehling
  Rio de Janeiro 2017 70 anos e 58 dias 77 anos e 295 dias 7 anos, 7 meses e 22 dias
038  
Tobias Barreto
 
José Sarney
  Maranhão 1980 50 anos e 84 dias 94 anos e 190 dias 44 anos, 3 meses e 14 dias
039  
Francisco Adolfo de Varnhagen
 
José Paulo Cavalcanti
  Pernambuco 2021 73 anos e 188 dias 76 anos e 163 dias 2 anos, 11 meses e 6 dias
040  
José Maria da Silva Paranhos
 
Edmar Bacha
  Minas Gerais 2016 74 anos e 263 dias 82 anos e 260 dias 7 anos, 11 meses e 28 dias
N.º da cadeira Patrono Nome
UF de origem Ano de eleição Na eleição Atual Tempo na vaga
Idade
Titular atual

Sócios correspondentes

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O número de sócios correspondentes da Academia Brasileira de Letras é 20 (18 homens e 2 mulheres). Abaixo a tabela completa dos membros atuais:

Críticas

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Posse de Getúlio Vargas como membro da Academia Brasileira de Letras, em 29 de dezembro de 1943. Mídia sob a guarda do Arquivo Nacional.

No geral, os críticos da Academia consideram que ela deixou de ser séria, que virou um "agrupamento de escritores conformistas e políticos poderosos e vaidosos",[23] e que o jogo político influencia na escolha dos imortais.[24]

O jornalista Fernando Jorge, em "A Academia do Fardão e da Confusão: a Academia Brasileira de Letras e os seus 'Imortais' mortais", critica a eleição de "personalidades" para a ABL, ou seja, pessoas influentes na sociedade, mas cuja principal ocupaço não era a literatura e que, muitas vezes, produziam materiais apenas para que pudessem ser eleitos, nunca mais voltando a produzir qualquer obra de valor literário. O pesquisador também critica o processo eleitoral, pois este não seria feito com base nos méritos literários dos candidatos.[25] Jorge afirma que a Academia também não empreende projetos em favor da cultura da língua portuguesa, apesar de dispor de capital para, por exemplo, relançar edições esgotadas e promover campanhas de alfabetização e incentivo a leitura. Além disso, para o escritor, a instituição permaneceu calada diante das pesadas censuras do Governo Vargas e do Regime Militar brasileiro.[25]

Ver também

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Referências

  1. «Fundação». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 26 de junho de 2017 
  2. Fundação; academia.org.br
  3. «Membros». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 12 de dezembro de 2015 
  4. Quem somos; academia.org.br
  5. «Quem somos». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 12 de dezembro de 2015 
  6. a b Infopédia. «Academia Brasileira de Letras - Infopédia». Infopédia - Porto Editora. Consultado em 4 de abril de 2022 
  7. «Prêmios». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 12 de dezembro de 2015 
  8. a b «academia, iDicionário Aulete». Consultado em 15 de Março de 2014. Arquivado do original em 15 de Março de 2014 
  9. a b c d Academia Brasileira de Letras (ed.). «Fundação». Consultado em 19 de outubro de 2024 
  10. «Petit Trianon». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 1 de julho de 2012 
  11. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Academia Brasileira de Letras". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 2 de abril de 2016 
  12. Academia Brasileira de Letra (ed.). «Petit Trianon». Consultado em 19 de outubro de 2024 
  13. Academia Brasileira de Letras - Prêmios
  14. BRASIL. Decreto no 726, de 8 de dezembro de 1900 Arquivado em 12 de janeiro de 2018, no Wayback Machine.. Autoriza o Governo a dar permanente installação, em prédio público de que possa dispor, à Academia Brazileira de Lettras, fundada na capital da República, e decreta outras providencias. planalto.gov. Acesso em 23 de janeiro de 2017.
  15. DECRETO Nº 4.260, DE 6 DE JUNHO DE 2002. www.planalto.gov.br. Acesso em 23 de janeiro de 2018.
  16. «Revista Brasileira»  ABL. Acesso em 25 de dezembro de 2016.
  17. Facioli, Valentim. Um defunto estrambótico: análise e interpretação das Memórias póstumas de Brás Cubas. EdUSP, 2008, p.56. ISBN 8531410835
  18. «40 curiosidades sobre a ABL, fundada por Machado de Assis há 125 anos». BBC News Brasil. Consultado em 14 de julho de 2024 
  19. «Lilia Schwarcz é a nova imortal da Academia Brasileira de Letras; conheça a sua trajetória». ABL. 11 de março de 2024. Consultado em 25 de março de 2024 
  20. G1, Do; Paulo, em São (2 de dezembro de 2021). «Merval Pereira é eleito novo presidente da ABL». Pop & Arte. Consultado em 28 de agosto de 2023 
  21. «Antonio Cicero, escritor membro da ABL, morre na Suíça e deixa carta de despedida». G1. 23 de outubro de 2024. Consultado em 23 de outubro de 2024 
  22. «Lilia Schwarcz é a nova imortal da Academia Brasileira de Letras; conheça a sua trajetória». ABL. 11 de março de 2024. Consultado em 25 de março de 2024 
  23. Achcar, p. VII.
  24. «O xadrez político dos imortais». revista piauí. Consultado em 8 de abril de 2024 
  25. a b JORGE, Fernando. A Academia do Fardão e da Confusão: a Academia Brasileira de Letras e os seus 'Imortais' mortais. São Paulo: Geração Editorial, 1999.

Bibliografia

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  • Achcar, Francisco. "Introdução a Lima Barreto e Triste Fim de Policarpo Quaresma". Editora Sol.

Ligações externas

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