Você já escolheu a playlist da sua próxima call?
Assim como eu, deve fazer parte do seu dia a dia participar de milhares de reuniões semanais. Reuniões com clientes, reuniões com departamentos, reuniões 1:1 com colaboradores de seu time, reuniões de onboarding, kickoff, enfim, os nomes são os mais variados e criativos nos dias de hoje, mas todas tem algo em comum: é uma reunião virtual e a possibilidade de alguém estar perdendo o foco e realizando qualquer outra atividade é imensa.
Se essa é uma preocupação sua como líder, gestor, empreendedor, prazer, estamos todos no mesmo barco.
Eu lidero uma empresa remota há mais de 10 anos. Mesmo antes da pandemia, nossa premissa principal sempre foi o officeless, ou seja, trabalhe de onde desejar. Um modelo antes visto como totalmente improdutivo, foi digerido por todas as empresas na pandemia e agora vemos o movimento massivo de des-homeofficiar os colaboradores.
De qualquer forma, o grande desafio em uma reunião remota, principalmente com colaboradores de sua empresa é e sempre será manter o foco das pessoas na própria call, além de estimular a colaboração e a participação positiva de todos na mesma.
Esta pulga sempre me incomodou até que, voltando de sua primeira aula do mestrado, minha esposa comentou sobre a experiência atípica que teve. Aula de... filosofia.
Ao entrar na sala, todos os alunos se depararam com o professor de olhos fechados, sentado na mesa, ao lado de uma caixa de som JBL, ouvindo músicas bem altas e estimulantes. Uma música, duas músicas, 5 músicas. Ao fim da quinta, o professor levanta-se, desliga a caixa de som e inicia sua aula: "Boa noite alunos".
Este ritual, se assim podemos dizer, continuou em todas as aulas, as quais eram extremamente massivas de conteúdo, pelo assunto da matéria, mas surpreendentemente participativas, com incríveis debates relevantes e que somavam ao assunto da aula.
Isto acendeu uma lâmpada de curiosidade em minha cabeça: "Será?"
Ao pesquisar sobre o tema, encontrei o artigo Música e Neurodesenvolvimento: em busca de uma poética musical inclusiva do Prof. Dr. Mauro Muszkat, neurologista e neuropediatra formado pela Faculdade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo com residência na Universidade de São Paulo, o qual entre os muitos benefícios da música em nossas vidas, pontua a relação entre a música e nossa velha conhecida, a dopamina.
A música estimula os neurotransmissores que produzem a dopamina, que é conhecida como a "molécula da motivação" e está diretamente relacionada ao sistema de prazer & recompensa. Ao comer um chocolate ou quando inesperadamente ouvimos nossa música favorita no rádio ou quando recebemos muitos LIKES em um post (nosso amigo Mark também fez sua lição de casa), isso nos deixa... feliz.
Ela é diretamente responsável por:
E a partir dai tudo fez sentido. O professor da aula de filosofia estava preparando o cérebro de seus alunos a não somente receber uma grande carga de conhecimento, mas processar este conhecimento e argumentar sobre ele em suas aulas, da maneira mais efetiva possível: através da música.
Ligando o A com B, resolvi aplicar esta mesma estratégia em minhas reuniões de All Hands, onde uma vez por mês reunimos todos da empresa, em formato virtual, e realizando uma reunião massiva de 3 horas sobre resultados e o roadmap futuro da empresa.
E o resultado após 1 ano desta prática? Vamos lá. Como bom empreendedor e gestor, fiz questão de elencar algumas métricas no início deste experimento e colher fielmente os resultados a cada término de reunião.
Métricas analisadas:
Com a ajuda de meu querido RH, obviamente, coletamos estas métricas.
E o resultado?
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Nosso querido professor de filosofia estava certo.
Santa música, batman!
Pequenas estratégias fazem toda a diferença no nosso relacionamento e dia a dia empresarial. Meu objetivo? Sempre melhorar esta experiência, por mais complexa e desafiadora que seja.
Aplico também algumas outras estratégias em reuniões, como a gamificação e dinâmicas rápidas, mas é assunto para outro artigo.
E você? Já escolheu a playlist da sua próxima reunião?