Pesquisa: IA é Importante para Empresas, mas Ainda Não é Prioridade nos Conselhos
Importância da IA e Falta de Prioridade nos Conselhos
A pesquisa “Governança e Ética de Inteligência Artificial nas Companhias Abertas”, coordenada pela Abrasca e o IBGC, revela que, embora as grandes empresas abertas no Brasil reconheçam a importância estratégica da IA, o tema ainda não é prioridade nas pautas dos conselhos de administração. A adoção de IA ocorre principalmente de forma pontual para resolver desafios específicos, com poucas iniciativas estruturadas e pouca capacitação dos colaboradores em governança e ética.
A pesquisa foi conduzida com entrevistas qualitativas em 20 grandes companhias e questionários enviados para centenas de empresas. Um ponto intrigante é a discrepância entre as respostas qualitativas e quantitativas: nas entrevistas aprofundadas, as empresas mostraram pouca estratégia definida para IA, enquanto nos questionários muitas afirmaram tê-la. Essa diferença sugere uma falta de clareza sobre o que constitui uma verdadeira estratégia de IA.
Recomendações da Pesquisa
Para avançar de forma estruturada e responsável no uso de IA, as principais recomendações incluem:
Além das recomendações acima, para maximizar os benefícios da inteligência artificial, é fundamental:
Para promover a adoção responsável da inteligência artificial, é crucial diminuir a assimetria de conhecimento entre gestores e equipes de TI, capacitando líderes e colaboradores para lidar com um ambiente de negócios impulsionado por sistemas habilitados por IA.
Papel do Conselho
A inteligência artificial é estratégica para a sustentabilidade do negócio e, portanto, deve compor a pauta de prioridades do conselho. Isso requer adquirir familiaridade com os meandros da tecnologia e criar canais permanentes de atualização, particularmente em relação à concorrência (direta e indireta). É aconselhável estabelecer uma agenda regular com o C-Level sobre o progresso, as barreiras e os desafios do processo de desenvolver e incorporar a IA, assim como incluir especialistas em IA no ecossistema de parceiros estratégicos, convidando-os para apresentações ao conselho com múltiplas abordagens (ética, economia, trabalho, governança, regulamentação, tecnologia, meio ambiente e social).
Conclusão
A adoção de IA pelas empresas brasileiras ainda está em fase inicial, marcada por iniciativas pontuais e desafios de governança. Os conselhos de administração precisam reconhecer a IA não apenas como uma ferramenta técnica, mas como uma peça estratégica essencial para a sustentabilidade e competitividade dos negócios.
Referências:
KAUFMAN, D.; ZAVAGLIA, A. C. 2024. Relatório final da Pesquisa Governança e Ética de IA nas Companhias Abertas. Realizada pela Associação Brasileira das Companhias Abertas – ABRASCA, sob a coordenação dos autores.
Advogado | Conselheiro | Mentor | Formação e Performance de Conselhos | Sucessão Familiar | Coordenador IBGC-PR | Fundador da •Pereira, Dabul Advogados e da •RCA Governança, Sucessão & Tributos | BRAngels Investor |
1 mExcelente e muito bem fundamentado o seu artigo, Valdir Viana . Obrigado por compartilhar.
VP e Diretora Executiva de Operações | Negócios I Supply Chain I Especialista em Food Service, Facilities, Hospitalidade e Offshore I Mentora I Top Interpersonal Skills Voice e Risk Management
1 mExcelentes pontos e reflexões. Como o artigo destaca, a adoção da AI exige visão estratégica e integração gradual, fortalecendo a governança e capacitando os times para um futuro mais ágil e competitivo. Obrigada por compartilhar Valdir Viana.
Conselheira de Administração▫️Governança Corporativa | Especialista Empresas Familiares | TEDx Speaker | Palestrante | Docente | Viajante | Autora
1 mValdir Viana vc é o melhor nesse assunto! parabéns! Tenho aprendido muito com vc! obrigada