Liderando em tempos incertos: o que o mundo espera dos C-levels do futuro?
É comum na jornada dos CEOs passar por momentos de crise e instabilidade, mas, certamente, nunca passaram por algo avassalador como a pandemia. Ela trouxe muitos desafios, acelerou diferentes processos, especialmente os tecnológicos.
Além dos diferentes entraves, a meu ver, o que provocou a necessidade dos líderes reavaliarem o seu estilo de gestão foram as pessoas dentro das empresas. Os liderados estão mais atentos ao comportamento dos seus gestores, estão mais exigentes e mais críticos.
E os gestores percebem que é necessário mudar. Segundo uma pesquisa recente da consultoria Egon Zehnder, obtida pelo Valor Econômico, revela que 78% dos CEOs entrevistados consideram primordial a reflexão sobre o seu modo de liderança no pós-Covid 19.
Não cabe mais aquele tradicional perfil de alto executivo que atua de forma isolada, que não tem dúvida e foca apenas em aumentar a eficiência e os resultados.
É claro que obter elevada performance nos negócios é essencial, mas mesmo os acionistas e demais stakeholders querem mais dos executivos, em razão das demandas ESG, que requerem das corporações ações efetivas em questões sociais e ambientais.
O futuro é agora, e as altas lideranças precisam aprimorar e desenvolver novas habilidades. São muitas as competências desejáveis aos C-levels, há estudos que apontam a existência de 67 delas.
No entanto, acredito que as que são mais valorizadas são as associadas ao comportamento, às atitudes do gestor, pois são elas que geram engajamento e melhoram o clima organizacional e, consequentemente, trazem resultados relacionados à sustentabilidade do negócio.
3 habilidades indispensáveis aos CEOs de agora
As chamadas soft skills, que de softs, ou seja, leves, nada são, pois creio que requerem mais esforço e tempo que as habilidades técnicas para serem desenvolvidas, são a bola da vez quando o assunto é liderar, que, aliás, está intrinsecamente relacionado ao lidar com pessoas. Nesse sentido, selecionei cinco das que considero as mais importantes para hoje e para o amanhã:
1. Empatia
O estudo “The Power of Empathy in Times Of Crisis and Beyond”, elaborado pela Catalyst, aponta que lideranças empáticas obtêm mais resultados em inovação, engajamento e na redução do esgotamento, o burnout. Portanto, mover-se para entender as perspectivas do outro faz bem para o desempenho do CEO.
2. Escuta ativa
Mais que prestar atenção no que a pessoa está dizendo, a escuta ativa refere-se a um posicionamento verdadeiramente ativo. Não apenas palavras importam, mas também as emoções do outro durante o diálogo. A soma ajuda a lembrar do que foi dito e a reagir de forma adequada, minimizando possíveis conflitos.
3. Comunicação clara
Ainda segundo a pesquisa da Egon Zehnder, mais da metade dos CEOs participantes do estudo revelaram que entre os principais feedbacks que receberam foi a de que a sua comunicação é fraca. Mais do que nunca, a habilidade de se comunicar bem é fundamental. A comunicação clara e que considera as diferentes personalidades e meios, facilita a busca por mais produtividade e qualidade.
Como desenvolver e evoluir tantas competências sociais?
Além das três citadas, existem outras relevantes, como a adaptabilidade, a inteligência emocional, gestão de estresse, senso de colaboração, entre outras tantas. Para todas, o autoconhecimento é o ponto crucial.
É por meio dele que o C-level consegue entender e gerir as suas emoções, aumentar a sua resiliência e a confiança em si, fatores preponderantes para liderar com equilíbrio, propósito e audácia, e assim, deixar um legado.
O autoconhecimento é uma jornada. Tem começo, mas não tem fim, porém traz inúmeros benefícios tanto para a vida empresarial quanto para a pessoal.
Você, CEO, pode obter isso por meio de apoio psicológico e também por meio de treinamentos, que vão capacitá-lo a aprimorar e desenvolver as competências sociais que demanda o mercado para os C-levels. Com ampla experiência, estou à disposição para guiá-lo nessa trajetória.