As lições que aprendi em Harvard
Na última semana estive em Boston participando da Brazil Conference at Harvard & MIT . Foi um privilégio poder fazer uma apresentação sobre a Nomad e também sobre como minha experiência, desde que cheguei aqui em 2009, me trouxe até onde estou hoje.
Lembrei de quando cheguei na Harvard Business School em 2009 para fazer mestrado e todos os aprendizados que eu trouxe na mala depois do curso. Fazer o mestrado não não era exatamente algo que eu tinha planejado para a minha formação – após ter feito engenharia no Instituto Militar de Engenharia e administração na UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro – mas decidi aproveitar as oportunidades que se abriram.
Chegando lá, vivenciei muita coisa diferente do que eu esperava. Eu era um dos poucos brasileiros da turma. Percebi como o mundo é pequeno quando nos mantemos em uma mesma bolha, olhando somente para o mercado local por muito tempo.
Compartilho com vocês algumas das principais lições que aprendi:
Liderança é autenticidade
Harvard foi pioneira em propor comportamentos vulneráveis que dariam lugar ao perfil autocrático de liderança, que historicamente era associado ao sucesso. O que é cada vez mais socialmente aceito nos dias de hoje era visto com descrédito há pouco mais de 10 anos atrás. Foi por lá que comecei a entender os ganhos construídos através de uma liderança autêntica, para todos os envolvidos com essa liderança. Mas a teoria pode ser idealista. A prática requer uma atenção contínua para nosso próprio desenvolvimento, para que consigamos ser líderes - de nós mesmos e de outras pessoas - cada vez mais efetivos.
Disciplina é o mais importante
Inteligência é um conceito por vezes abstrato e certamente supervalorizado. O entendimento de que inteligência é um traço fundamental para o sucesso é subvertido em Harvard. No lugar dele, constantemente fala-se da disciplina como o fator que mais pode impactar o resultado entregue pelos indivíduos. E o mais interessante disso, comportamentos disciplinados podem ser construídos em qualquer idade. Sempre é possível criar um novo hábito, começando com pequenas mudanças que vão gerar grande impacto através da disciplina.
Boa-fé é bom para o negócio
Culturalmente nós brasileiros somos desconfiados. Precisamos de tempo para desenvolver relações profundas com outras pessoas. Nos EUA, existe uma inversão dessa lógica, há a presunção da boa-fé nas relações individuais. Confio em você, acredito que estamos alinhados, até que eu tenha evidências do contrário. Essa predisposição acelera a criação de conexões. E para gestão e liderança, isso pode significar muitos ganhos de eficiência, como tomada de decisão mais rápida e construção de times mais coesos.
Afiliações geram conexões duradouras
A existência de dezenas de clubes geridos pelos próprios alunos facilita a conexão entre pessoas com interesses comuns. Não só interesses profissionais (como o clube dos alunos interessados em hotelaria) mas também comportamentais (como o clube dos apreciadores de vinho). Nesses clubes diversos são criadas relações duradouras entre os membros. É comum, quase 15 anos depois, eu me conectar a colegas que conheci em um certo clube da faculdade, mesmo que não tenhamos feito nenhuma aula juntos. São conexões fortes que definitivamente contribuem na resolução dos desafios pessoais e profissionais ao longo da vida.
Incerteza sobre carreira é comum
Essa é uma chance valiosa de refletir sobre nossos próprios objetivos e de vivenciar a cultura e as particularidades de um novo país. É muito comum chegar ao mestrado sem ter ideia do que vai acontecer após os dois anos do curso. Para muitos de nós, estar desmotivado em um trabalho pode ser desafiador em várias frentes, principalmente quando se tem boas amizades naquele ambiente. Mas quando entendemos que não estar feliz com o trabalho pode fazer parte do processo, tiramos um peso das costas e ressignificamos nossos próximos passos. O importante é encontrar novos propósitos para seguir em frente e aprender.
Marketing
1 aVictor Mingordo Sobrosa
Co-founder, CEO at Flourish
1 aParabéns pela jornada Lucas Vargas
potencializo pessoas que impulsionam outras pessoas & negócios através de estratégias de gestão e desenvolvimento de pessoas | mentora profissional + criadora do método #protagonize 👊🏼
1 ao melhor de ler esse artigo é saber que vc pratica essas lições no seu dia a dia. Sempre inspirador!
Muito bacana Lucas Vargas ,obrigado por compartilhar
Diretor de Growth e Co-fundador da Amora
1 aNecessário. O importante é realmente encontrar um novo propósito e aprender. Gostei bastante!