LGPD
O mercado do marketing foi revolucionado com a ascensão da coleta e análise de bilhares de dados disponibilizados na internet todos os dias. Essa facilidade chegou com a transformação digital e a automatização de softwares poderosos e eficientes.
Antes, o segredo era atingir as grandes massas com a publicidade tradicional. Mas, agora, as empresas têm o poder de conhecer bem o seu público e criar campanhas e produtos personalizados, graças às informações disponibilizadas pelo próprio usuário. Mas o problema é que nem sempre ele sabe disso.
A falta de controle de como os dados pessoais do internauta são utilizados foi uma das principais motivações da implementação da Lei Geral de Proteção de Dados, em agosto de 2018. O respeito à privacidade e o consentimento são os principais pilares das novas regras e impactam diretamente no marketing digital.
As empresas tiveram de se adequar às regras da LGPD, que incluem:
1 - Sites, redes sociais e formulários precisam mostrar, visivelmente, quais dados serão utilizados e com qual finalidade;
2 - O usuário precisa dar o consentimento do uso de suas informações;
3 - Ter uma política de privacidade detalhada e informar como os dados serão protegidos;
4 - Aviso de cookies explícito para informar ao consumidor quais informações serão coletadas no momento em que ele entrar no seu site/portal;
5 - O usuário deve ter direito a acessar os dados disponibilizados, corrigi-los, portabilizar, excluir ou revogar quando quiser.
Por ser uma lei relativamente nova, as consequências das regras acima ainda não estão definidas, mas podemos prever os desafios que o mercado de marketing vai enfrentar nos próximos anos. Veja quais são:
1 - Despersonalização de anúncios:
Sabemos que o investimento em anúncios no Google e redes sociais pode levar uma grande parcela do dinheiro destinado ao setor de marketing. Por isso, a campanha deve coletar dados específicos e bem estruturados para não cometer erros. Com a adequação dessas plataformas à nova política, a estratégia pode ficar comprometida.
2 - Relatórios incompletos:
Através de relatórios ricos em dados, é possível entender melhor o público, seus gostos e as estratégias que dão certo ou não para ele. Com a redução da quantidade de informações, o resultado será mais genérico e passível de erros.
3 - Dificuldade em entender a jornada do cliente:
O funil de vendas foi revolucionário para as empresas entenderem como abordar o potencial cliente de acordo com a jornada de compra dele. Essa estratégia poderosa ajuda a empresa a realizar vendas com mais assertividade e educar o público através de produção de conteúdo. Mas a forma como a equipe de marketing coleta os dados para fazer esse planejamento precisa ser readequada à LGPD.
4 - Dificuldade em fazer remarketing
Pesquisar sobre um produto e receber uma chuva de anúncios relacionados virou rotina para qualquer usuário de internet. É uma forma inteligente de atrair clientes interessados em um segmento, quando utilizado da forma certa.
Mas, provavelmente, o internauta não fazia ideia de como, de fato, isso acontecia. A ideia de ter a privacidade invadida pode ser um fator para não autorizar esse tipo de informação, agora que ele tem o poder do consentimento.
A lei veio como uma necessidade de assegurar que o usuário tenha controle sobre os seus dados pessoais, muitas vezes sensíveis. Mas ainda há um grande debate sobre o futuro do uso de dados no marketing digital.
As principais plataformas, como o Google e o Facebook, já estão adequando as suas políticas. Por isso, ficar atento às regras será fundamental para recriar as suas estratégias.
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