A Internet dos Pagamentos


Já faz algum tempo que os consumidores buscam experiências personalizadas em todos os canais de compra. Para atender esses anseios, as lojas estão cada vez mais incorporando, tanto no mundo físico quanto no digital, especialmente em termos de meios de pagamento, a Internet das Coisas (IoT). O conceito de conexão digital entre objetos do dia a dia está transformando a maneira com que negócios e consumidores interagem por meio de dispositivos interligados. Estimativas recentes apontam que mais 50 bilhões de dispositivos conectados vão chegar ao mercado até 2020. E os consumidores estão dispostos a experimentar essas novas tecnologias, principalmente quando elas vêm para melhorar a experiência de compra. 

Não é coincidência que 1 em cada 5 varejistas em todo o mundo já oferece recursos de IoT, enquanto 36% estão planejando implementá-los nos próximos três anos, de acordo com estudo realizado pela consultoria americana BRP. O mesmo levantamento apontou que 32% dos consumidores provavelmente vão comprar em uma loja que ofereça uma experiência de realidade aumentada (RA) ao invés de um varejista que não ofereça a tecnologia, e 29% gostariam de uma experiência de realidade virtual (VR) como parte de seu ambiente de compras. 

O fato é que as pessoas têm um grande interesse em contar com a tecnologia no lugar da interação humana, quando ela torna o processo de compra mais rápido e fácil. Segundo o mesmo estudo, 55% dos consumidores são mais propensos a comprar em uma loja com check-out automático versus uma loja sem. Outros 57% preferem comprar em um estabelecimento que ofereça retornos automatizados para evitar interações humanas e agilizar o processo.

Quando o assunto é fazer compras online, os brasileiros já estão bem dispostos a testar novos meios de pagamento. Uma pesquisa da Minsait, empresa espanhola dedicada a promover a transformação digital, mostra que 56,9% dos consumidores brasileiros têm intenção de usar algum tipo de aplicativo (por exemplo, a carteira virtual) para realizar pagamentos em 2019. E esta atitude está alinhada aos demais países latino-americanos. Na Argentina, 53,8% dos consumidores também pretende testar algum meio virtual de pagamentos; no Chile, o percentual é de 63% e na Colômbia, 67,8%. No topo dessa lista estão Peru (72,7%) e a República Dominicana (74,4%), que se mostram mais suscetíveis aos incentivos propostos com essa finalidade. De olho nesse mercado, muitas startups estão surgindo. Para se ter uma ideia, das 422 fintechs que existem hoje no Brasil, 114 atuam em meios de pagamento. É o que aponta um estudo divulgado pelo laboratório de inovação boostLAB, que indica ainda que 34% do consumo das famílias já é feito por meio eletrônico.

Os meios de pagamento também devem ocupar um papel central no fornecimento de dados para a economia digital nos próximos anos, de acordo com dados da Minsait. Mesmo com o movimento de muitos setores para se tornar Data Driven Companies (DDC), o segmento de pagamentos foi pioneiro em adotar um enfoque baseado em dados por conta de fatores como o compliance, o impulso inovador do segmento ou a concorrência do mercado.

Embora os dispositivos habilitados para IoT variem em forma, funcionalidade e aplicação em vários setores, o principal elemento executado em paralelo nesses domínios é o meio de pagamento. A ideia de uma “Internet dos Pagamentos” é uma perspectiva atraente não apenas para desenvolvedores de software e hardware, mas também para bancos e fintechs, que podem ajudar a impulsionar a inovação no espaço de pagamento por meio do uso de chips NFC, aplicativos de pagamento, sensores e dispositivos de rastreamento. Alguns dos maiores serviços de pagamento do mundo já estão buscando maneiras de capitalizar essa tendência e muito em breve deverão trazer ao mercado formas inusitadamente práticas de comprar.


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