2023: o ano das fintechs que sobreviveram à tempestade

2023: o ano das fintechs que sobreviveram à tempestade

As fintechs chegam em 2023 respirando fundo. A expectativa de que 2022 seria um bom ano para financiamentos com tração recorde pelos fundos de Venture Capital não se concretizou.

As fintechs sentiram na pele os efeitos do cenário econômico mundial desafiador, com taxas de juros nas alturas, inflação em patamares históricos, continuidade da guerra na Ucrânia, relações comerciais tensas entre Estados Unidos e China, além da instabilidade política no Brasil.

Uma situação que se mantém para este início de ano, fazendo com que muitas dessas empresas precisem recalcular a rota, ajustando os planos para o atual momento, já que, como reflexo das condições macroeconômicas, o capital fica mais escasso e caro.

Junto a isso, há também o próprio movimento de consolidação do mercado de fintechs, que cresceu de forma acelerada nos últimos anos, estimulado pela disponibilidade de capital.

Ficam as melhores

Após o boom das fintechs, que deixaram os grandes bancos em estado de atenção, chegou a fase em que elas vão passar por uma peneira. Quem seguiu o caminho de otimizar os custos e oferecer um produto de fato aderente às necessidades do mercado se mantém atraente para receber novos investimentos ou se unir a novas organizações.

A era dos dados, de mãos dadas com a mudança dos hábitos de consumo, também coloca as fintechs diante do estímulo de criar experiências para o cliente cada vez mais fluidas, desenvolvendo produtos e soluções mais customizadas e personalizadas.

A vez das fintechs B2B

Neste ano 2023, eu acredito que teremos muitas fintechs focadas em B2B – após a boa safra para as empresas focadas em B2C. Em particular, fico entusiasmado com companhias que podem desenvolver soluções para pagamentos digitais verticalizados, transfronteiriços, de Open Finance, ferramentas para a área de RH, entre outros softwares para facilitar a vida das empresas.

Mas isso não quer dizer que eu não aposto nas fintechs de consumo para o período. O modelo de negócios B2C vai continuar se destacando. Ou seja, fintechs que ajudam as pessoas a lidar melhor com suas finanças, auxiliando no pagamento de empréstimos e pensando no planejamento financeiro.

Com isso tudo, o que esperar para este ano?

As taxas de juros devem cair ao longo dos próximos meses, fintech serão compradas, vamos lidar com modelos de inteligência artificial mais avançados focados para o setor financeiro – o que pode beneficiar a concessão de crédito - e os fundos de Venture Capital serão mais seletivos na escolha de negócios para investir. Boas soluções vão continuar surgindo.

Será um ano difícil, é verdade. Mas quem passar por isso mostra maturidade para ocupar lugar de destaque no mercado. A pergunta é: quem está preparado?

Pedro Compani

New Business | Strategy | Capital Markets | Venture Capital

1 a

Excelente Artigo, Lucas Vargas. Compartilho do mesmo pensamento em grande pa rte da matéria. Parabéns!

Danylo Martins 🏳️🌈

Finsiders Brasil | Sócio-fundador

1 a

Boa reflexão, Lucas Vargas! As fintechs precisarão também diversificar os negócios e linhas de receita para sobreviver

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