Organizações da sociedade civil e indígenas anunciaram nesta última, segunda-feira (29) o rompimento com o Grupo de Trabalho (GT) no Ministério dos Transportes (MT) para debater a construção da Ferrogrão, um megaprojeto do agronegócio brasileiro que pode devastar 50 mil km² de Amazônia. Em uma carta entregue ao Ministério dos Transportes, o Instituto Kabu, a Rede Xingu+, a Aliança #FerrogrãoNão e o Psol decidiram se retirar do grupo e denunciar a falta de transparência e diálogo com as organizações da sociedade civil. O GT foi criado a partir de uma decisão do STF, com o objetivo de discutir a atualização dos estudos de impacto socioambiental da Ferrogrão sobre as populações tradicionais afetadas. Mas, segundo as organizações, "o que deveria ser um espaço com participação da sociedade, dependeu da mobilização logística das próprias organizações e movimentos para assegurar suas presenças". "A ferrovia resultaria no desmatamento de mais de 2 mil km² de floresta nativa, impactaria 4,9 milhões de hectares de áreas protegidas e afetaria pelo menos 16 terras indígenas, e diversos quilombos e comunidades tradicionais”, diz a carta. @proindiosp Leia na íntegra em: https://lnkd.in/d4JVJqZr.
Publicação de Alessandra Borges Subtil
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Conhecido como Ferrogrão, o projeto da Estrada de Ferro – 170 (EF-170) e seu planejamento foi posto em marcha pelo então presidente do Brasil Michel Temer (MDB), em 2017. Desde o anúncio do megaprojeto, grupos Indígenas e organizações não governamentais (ONGs) têm denunciado o aumento constante da grilagem, da especulação imobiliária e da violência em torno da posse da terra. Em 2021, a licitação para iniciar aquela que os povos originários chamam de “monstro de ferro” foi suspensa por ordem do Supremo Tribunal Federal, que acatou parcialmente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 6553) ajuizada pelo PSOL, em 2020. A Ferrogrão segue até agora o mesmo padrão dos megaprojetos que provocam destruição em cadeia na Amazônia desde a ditadura empresarial-militar (1964-1985): tem o potencial de acentuar o desmatamento da floresta Amazônica, cada vez mais próxima do ponto de não retorno, para aumentar o lucro de latifundiários e corporações transnacionais.
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Foi sem dúvida uma das reportagens mais instigantes e desafiadoras que já fiz nesses 21 anos de carreira. Confiram: Cercados pela Ferrogrão Foi como atravessar uma estrada para o inferno. O calor, a fumaça e as chamas por todos os lados fazem desaparecer as inúmeras fazendas de gado que compõem o cenário até a entrada da Terra Indígena (TI) Baú. Localizada entre Altamira e Novo Progresso, no Pará, dois dos municípios mais impactados pelo agronegócio, garimpo e desmatamento, a aldeia dos Kayapó só pode ser notada por uma placa do governo federal que anuncia o início de um território protegido, mas que ninguém arrisca dizer até quando. Adentrar a aldeia dos Kayapó é como a passagem para um portal encantado. No local, o silêncio da floresta só é quebrado pela sinfonia do vento agitando as folhas das árvores ou pelo canto das araras-vermelhas-grandes, que encontram na Terra Indígena Baú uma espécie de porto seguro. Um oásis em meio à aridez do agronegócio e dos desmatadores que continuam consumindo a floresta sem dó. Mas estes não são a única frente ameaçadora. Há dez anos, três multinacionais do agronegócio, ADM, Bunge e Amaggi, convenceram o governo federal de que era preciso uma estrada de ferro cortando a Amazônia para escoar soja e milho. Nascia assim um projeto de quase 50 bilhões de reais que quer consolidar o novo corredor ferroviário de exportação do Brasil pelo chamado Arco Norte. O Ferrogrão conectará a região produtora do Centro-Oeste ao Pará, desembocando no Porto de Miritituba, nem que para isso seja preciso passar por cima dos povos indígenas. Com imagens de Alberto César Araújo https://lnkd.in/d99vd5Kb
Cercados pela Ferrogrão - Amazônia Real
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Gostaria de ver solicitações como essa por escrito e os argumentos técnicos do ponto de vista de infraestrutura de transportes e do ponto de vista socioeconômico por parte dos indígenas. Se a Ferrogrão não for construída, cada vez mais caminhões transitarão pela BR-158. Isso aumenta as emissões de gases de efeito estufa dentro da Amazônia e dentro do território indígena deles. Por sua vez do ponto de vista do agronegócio, com as perdas causadas pelo transporte rodoviário, algo natural, eles precisarão de mais área para plantar e cultivar de modo a manter a produção em alta, o que vai fazer com que cresça a pressão fundiária nas margens das terras indígenas. Consequentemente cresça os conflitos, invasões, desrespeitos aos povos indígenas e todo o resto. Por isso eu digo. Com esses dois pensamentos em mente... que gostaria muito de ver a fundamentação técnica desses pedidos dos indígenas. Não por maldade ou por querer ver os índios se prejudicarem, mas por querer realmente ver qual a linha de raciocínio dos povos para crer que a construção de tal via férrea é nociva para eles do ponto de vista macro e micro.
Com Macron, cacique Raoni pede que Lula não aprove a Ferrogrão
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Esta notícia foi publicada ontem no Valor Econômico e me enche de orgulho. O Amazônia Viva é um exemplo de blended finance na prática, com resultados socioambientais incríveis — e nós temos a honra de ser parte do time que colocou a iniciativa de pé! Esse mecanismo de financiamento se baseia em uma CRA, cuja gestão está a cargo da VERT Capital, e em um fundo de investimento não-reembolsável gerido pelo FUNBIO. Com o CRA, garantimos capital de giro anual para cooperativas e associações da sociobiodiversidade na Amazônia. Assim, esses pequenos negócios podem planejar suas operações com segurança e ampliar sua produtividade. A participação da Natura como investidora e compradora antecipada das safras (off-taker) ajuda a mitigar riscos para outros investidores, incentivando ainda mais o impacto positivo. Além disso, o fundo não-reembolsável impulsiona capacitação em conservação para jovens e mulheres, fortalecendo a cadeia de sociobiodiversidade na região. Ver projetos como o Amazônia Viva ganharem espaço e reconhecimento é ver o futuro da sustentabilidade se materializar. Par saber mais, acesse o link: https://lnkd.in/d8tiMNcJ #Sustentabilidade #BlendedFinance #AmazôniaViva #natura
IFC investe em comunidades fornecedoras da Natura na região amazônica
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Valor Projetos do governo na Amazônia têm oposição de ambientalistas O clipping envolve todos os assuntos referentes ao setor saneamento. Para críticos, planos de asfaltar rodovia, construir ferrovia e extrair petróleo trazem riscos à floresta Por André Borges – Valor Econômico 05/09/2024 às 05h03 Cinquenta anos depois do plano desenvolvimentista dos militares, que avançaram sobre a Amazônia com estradas e hidrelétricas prometendo “integrar para não entregar”, e deixaram um rastro de desmatamento e ocupações irregulares, a região continua a ser alvo de projetos que, para ambientalistas, são capazes de fragilizar ainda mais a floresta. Na área de logística, os planos federais incluem a pavimentação da BR-319, eque liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), e a construção da Ferrogrão, ferrovia de 900 quilômetros de extensão que ligaria Sinop (MT), região que é a maior produtora de grãos no país, ao porto de Miritituba (PA), área historicamente conhecida pelo garimpo ilegal. Para defender a retomada da estrada, o governo argumenta que a BR-319 já esteve ativa até início dos anos 1980, mas que foi abandonada e engolida pela floresta, deixando Manaus isolada por via terrestre do restante do país. Sua pavimentação seria, portanto, a garantia do direito de ir e vir da população local. Ambientalistas afirmam, porém, que a pavimentação da rodovia carrega os mesmos problemas já vistos em outras estradas, como a BR-163, no Mato Grosso, que impulsionou a abertura de vicinais em seus mais de mil quilômetros, gigantescas “espinhas de peixe” para saquear madeira. No caso da Ferrogrão, defensores do projeto afirmam que a estrada de ferro seria construída ao lado da BR-163, reduzindo o impacto ambiental sobre a floresta, consolidando uma nova rota de escoamento de grãos rumo aos portos do Arco Norte do Brasil e desafogando os terminais portuários de Sudeste e Sul. Críticos ao projeto afirmam, porém, que a ferrovia teria um impacto direto em áreas extensas de unidades de conservação ambiental, além de afetar terras e povos indígenas. https://lnkd.in/dngz3Kry
Projetos do governo na Amazônia têm oposição de ambientalistas
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🌊Às vésperas de mais uma vazante extrema dos rios da Amazônia, a dragagem volta a ser destaque nas discussões do fórum sobre #logística da Comissão de Logística do CIEAM - Centro da Indústria do Estado do Amazonas. Enquanto essa técnica surge como uma resposta imediata para prevenir os danos vivenciados em 2023, seu planejamento e execução demandam uma abordagem meticulosa para evitar consequências socioambientais adversas. Estamos convencidos de que o DNIT, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, por seu portfólio de serviços na Amazônia, tem presente essas precauções. 🌿Questões ambientais Após anos de #garimpo ilegal em áreas públicas, a dragagem, essencial para a manutenção e aprofundamento dos canais de navegação, enfrenta dilemas ambientais significativos. A composição dos sedimentos dragados, que inclui desde partículas minerais até resíduos tóxicos como mercúrio e cádmio, representa um risco potencial à saúde dos ecossistemas e das comunidades locais. As escolhas sobre onde e como dispor esses materiais requerem cuidadosa consideração dos impactos ambientais, incluindo alterações na qualidade da água e prejuízos à biodiversidade aquática. 🤝Debate e colaboração Importante sublinhar que, em nenhum momento, estamos contra a dragagem. Estamos atentos e à disposição do próprio DNIT para debater com os demais atores federais e a academia os cuidados em tratar um bioma com tantas potencialidades e fragilidades como é a Amazônia. Este clima de debate, neste momento, precisa funcionar como um gabinete de crise, pois além dos debates e providências, tivemos problemas ligados a distorções e abusos tarifários no último episódio de vazante extrema. 💸Lições e preocupações de 2023 Em 2023, além dos prejuízos que ultrapassaram R$ 1,3 bilhão para administrar as dificuldades climáticas, houve registro de exageros nas chamadas taxas da seca. A perspectiva de novos abusos já movimenta setores público e privado, gerando preocupações e alertas. A economia do #Amazonas sobrevive de contrapartida fiscal, fato que deveria inibir qualquer tentativa de oportunismo para o setor produtivo que, mesmo com as medidas de compensação fiscal, precisa gerenciar muitos itens extraordinários em sua planilha de custos. 🔗Leia a nova edição da coluna Follow-Up com o artigo de Alfredo MR Lopes, link está nos comentários! #Amazônia #Sustentabilidade #MeioAmbiente #Dragagem #LogísticaAmazônica #PreservaçãoAmbiental #EconomiaVerde #DebateAmbiental #CIEAM #DNIT #Seca #GestãoAmbiental
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Tecnologia e Sustentabilidade. Sabemos que Amazônia é o nosso coração e ver que Portos do Arco Amazônico estão focados na melhoria contínua da tecnologia em prol da sustentabilidade é gratificante. Com certeza ainda precisamos evoluir muito, mas valeu a leitura e conhecimento. "Portos da Amazônia se caracterizam por adotar soluções modernas e que atendam aos critérios socioambientais para aqueles que operam em uma região tão sensível e estratégica. Um case de sucesso desenvolvido pela Amport foi o projeto de monitoramento do Canal do Quiriri, que possibilitou o aumento do calado de 11,50 para 13,90 metros na localidade, sem a realização de dragagem ou outra intervenção significativa no meio ambiente. Esse aumento foi possível devido à instalação de três estações de monitoramento meteoceanográficas, que permitem a navegação de navios maiores e de maior calado, possibilitando, assim, uma maior eficiência no transporte de cargas na região"
Portos privados do Arco Amazônico crescem e intensificam investimentos
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Discutir a integração dos setores público e privado é fundamental para avançar na restauração florestal do bioma Amazônia. Para fomentar esse diálogo, nosso Head de Relações Institucionais, Caio S. Franco, esteve em Rio Branco, no Acre, participando do Fórum de Secretários da Amazônia Legal e sugerindo caminhos para as políticas públicas neste âmbito. Durante o encontro com os secretários dos nove estados amazônicos, destacamos a necessidade das concessões públicas para restauração e de incentivos aos projetos de carbono como alternativa para viabilizar a restauração do déficit de reserva legal de produtores rurais. Uma ótima iniciativa do Consórcio dos Governadores da Amazônia Legal que estimula líderes públicos e privados a enfrentarem juntos os desafios amazônicos! #AmazoniaLegal #PlanteCarbono #Mombak #Amazonia
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Paragominas, cidade que por décadas teve a madeira como principal atividade econômica, hoje escreve um novo capítulo em sua história. Através do projeto YBYRÁ REDD+, em parceria da Carbonext com 41 produtores rurais, estamos transformando a relação da região com a floresta. Nosso trabalho foi destaque no Canal Rural Produções A matéria mostrou como estamos valorizando a floresta em pé, gerando renda para os produtores rurais e promovendo a conservação ambiental e levando desenvolvimento as comunidades locais. Para saber mais sobre o projeto, assista a matéria. #YBYRÁREDD+ #CanalRural #Paragominas
Preservando a Amazônia, Gerando Renda Conheça o Projeto Ybyrá
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Geralmente, nós que produzimos matérias radiofônicas, a maioria do nosso diálogo acontece via telefone (ligação/whats). Alguns entrevistados são cuidadosos, desconfiados e receosos, principalmente lideranças indígenas e quilombolas... e com razão Quem me deras se pudesse ir aos territórios, mas vezes por questao de logística, segurança não é possível ir. Essa matéria foi diferente e muito... (eu nem sabia onde iria ser publicada🧐) a priori foi interessante, mas a linguagem radiofônica o qual já estou acostumada é totalmente diferente, embora já tenha produzido outros textos. Mas, o que me chamou atenção foi a confiança que uma das fontes teve comigo, o qual tive a oportunidade de conhecê- lo pessoalmente numa atividade em Santarém. Nosso primeiro contato foi relacionado a uma manifestação...(tbm sobre Ferrogrão) E é isso que acho super bacana do meu trabalho, a responsabilidade e ética. Eu estou dentro de uma redação, de um estúdio de gravação etc. mas a minha fonte, que confiou em mim está lá em seu território no meio de um embate, lutando por sua sobrevivência. (vcs nao fazem ideia de quantas pessoas ameaçadas eu já conversei) E é aí que as nossas histórias se conectam. Fico feliz pela veiculação e publicação das matérias, no entanto um pouco aflita com o que pode acontecer. A Amazônia não pode ser uma moeda de troca😐 https://lnkd.in/dcUN-kGs
Ferrogrão: queda de braço entre multinacionais e povos da floresta
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