Clara Rosa Guimarães, jornalista de Cadernos de Saúde Pública, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Ciclones, secas, deslizamento de terra, rompimento de barragens e crises sanitárias. Todos esses eventos são desastres naturais ou tecnológicos que acometeram o Brasil de 2013 até 2021. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) avaliou a carga de saúde dos desastres que afetaram o país.
Publicado em Cadernos de Saúde Pública, o artigo A carga de saúde dos desastres naturais e tecnológicos no Brasil de 2013 a 2021 aponta para o aumento significativo de desastres em 2020 e 2021, devido à pandemia de covid-19. Os resultados mostram como o país foi maioritariamente afetado por desastres naturais, com destaque para desastres climatológicos e maior letalidade em desastres geológicos.
Os autores Abner Willian Quintino de Freitas, Regina Rigatto Witt e Ana Beatriz Gorini da Veiga extraíram as informações do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) para a realização do estudo. “Considerando que os dados disponíveis no S2iD referem-se a cada município, os dados foram analisados para cada região brasileira para análise e interpretação epidemiológica”, complementam os pesquisadores. Derivado deste trabalho, Carlos Machado de Freitas produziu o editorial Desastres e icebergs: precisamos ir além que acompanhou o artigo no número de CSP e apresentou outros exemplos de eventos e seus impactos na saúde.
Os dados mostram que 98,62% dos 51.184 eventos registrados pelo S2iD neste período foram naturais, em especial climatológicos. Eventos naturais também foram responsáveis pelo maior nível de dano à vida humana: 321.111 mortes, 208.720 feridos e mais de 7 milhões de doentes. O resultado correlaciona também as regiões geográficas do Brasil com a incidência de desastres, como a maior frequência de eventos meteorológicos e hidrológicos no Sul e Sudeste do país.
O artigo buscou trazer luz à questão ainda subestimada no Brasil e promover debates e políticas públicas para reduzir as ocorrências e seus impactos na saúde, meio ambiente e economia. Segundo os autores, os resultados podem subsidiar os gestores públicos no planejamento dos serviços e insumos que serão necessários para a assistência, de acordo com a dinâmica dos desastres em sua região.
Para ler os artigos, acesse
FREITAS, A.W.Q., WITT, R.R. and VEIGA, A.B.G. A carga de saúde dos desastres naturais e tecnológicos no Brasil de 2013 a 2021. Cad. Saúde Pública [online]. 2023, vol. 39, no. 4, e00154922 [viewed 17 July 2023]. https://doi.org/10.1590/0102-311XEN154922. Available from: https://www.scielo.br/j/csp/a/xkwbYvdFPVDDMSSZhtrSynb/
FREITAS, C.M. Desastres e icebergs: precisamos ir além. Cad. Saúde Pública [online]. 2023, vol. 39, no. 4, e00052523 [viewed 17 July 2023]. https://doi.org/10.1590/0102-311XPT052523. Available from: https://www.scielo.br/j/csp/a/49FV6WpmBkpCbmVTSXKTYGv/
Links externos
Cadernos de Saúde Pública – CSP: https://www.scielo.br/j/csp/
Cadernos de Saúde Pública – Site: https://cadernos.ensp.fiocruz.br/ojs/index.php/csp
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