Diálogos RJ
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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 23/09/2024 - 04:30

"Envelhecimento Saudável em Debate: Desafios e Cuidados"

Especialistas debatem promoção do envelhecimento saudável no Diálogos RJ. Com 40% da população idosa prevista, o evento destaca a necessidade de cuidados e adaptações nos sistemas de saúde e assistência social. Desafios incluem combater o etarismo e garantir um envelhecimento ativo, priorizando a compressão da morbidade e a participação dos idosos na sociedade.

Dados do último censo do IBGE mostram que o Brasil registrou uma alta expressiva (57,4%) no número de idosos entre 2010 e 2022. O estado do Rio possui um dos maiores percentuais de população idosa do Brasil, e, para evitar crises na Saúde e na Assistência Social, é necessário oferecer cuidados fundamentais e adaptações nesses sistemas.

Por conta disso, O GLOBO promove a quarta edição do Diálogos RJ neste ano, desta vez debatendo como proporcionar um envelhecimento saudável. O tema será discutido por especialistas e autoridades no auditório da Editora Globo, no Rio, hoje, a partir das 10h.

Para acompanhar os debates virtualmente, clique aqui.

Serão duas mesas de conversa, sendo a primeira com o tema “Prevenção e promoção da saúde na terceira idade”, da qual participam Claudia Mello, secretária de Estado de Saúde do Rio de Janeiro; Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional da Longevidade; Fátima Henriette, presidente da Comissão Especial de Atendimento à Pessoa Idosa na OAB/RJ; e Elisa Macedo, coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Pessoa Idosa do MPRJ.

O segundo painel, “Como garantir os serviços para um número crescente de idosos”, terá a presença de Lícia Mattesco, superintendente da Pessoa Idosa pela Secretaria de Estado Intergeracional de Juventude e Envelhecimento Saudável; Munir Neto, deputado estadual (PSD) e presidente da Comissão da Pessoa Idosa da Alerj; e Simone Tourino, superintendente de Políticas para Pessoa Idosa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. A mediação é de Adriana Dias Lopes, editora de Saúde do GLOBO.

Maior participação

Outra que participa do primeiro painel é Sandra Rabello, coordenadora de extensão do Núcleo de Envelhecimento Humano da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ela explica que um dos principais problemas enfrentados por idosos, de maneira geral, é o etarismo, ou seja, o preconceito contra pessoas de mais idade.

— As pessoas não reconhecem no envelhecimento a possibilidade de estender a sua vida com saúde, com participação social, contribuir para a sociedade, trabalhando, sendo voluntário ou enquanto pessoa experiente da família— aponta Rabello.

Ela defende que o envelhecimento deve ser tratado socialmente como uma conquista, resultado de uma série de avanços ocorridos na área de saúde, mas também na área social.

José Eustáquio Alves, doutor em Demografia e diretor da Decifra Ensino e Pesquisa em Demografia, que participará da segunda mesa de debates, destaca que o Brasil está passando por uma mudança na sua configuração etária, diferente da vista nos primeiros 500 anos da sua história. O país tinha, até poucos anos atrás, uma população majoritariamente jovem e baixo número de idosos.

Segundo Eustáquio, estimativas apontam que, até o final deste século, 40% da população brasileira será de idosos (chegando a 37% já em 2070), frente aos 4% registrados em meados do século passado.

Ele destaca que o fenômeno também atingirá faixas etárias ainda mais elevadas, com um aumento significativo da população acima dos 80 anos. Um problema decorrente desta mudança é a dificuldade do sistema de saúde em atender esse aumento de demanda, em casos como de doenças cardíacas, osteoporose e artrite, mas também depressão.

Com essa perspectiva de envelhecimento, o principal desafio, segundo Eustáquio, é conseguir estabelecer a chamada compressão da morbidade — tentativa de retardar o surgimento de doenças crônicas não-transmissíveis e suas complicações:

— É reduzir ao máximo essas doenças e proporcionar um envelhecimento ativo, no qual as pessoas possam seguir contribuindo de alguma forma para a sociedade. Quem tiver condições de trabalhar, trabalhe, mesmo que meio período, faça um trabalho flexível ou virtual. O desafio do Brasil no século XXI é transformar esse processo em um envelhecimento ativo.

Outra participante do encontro é a geriatra Vilma Camara, professora doutora emérita da Universidade Federal Fluminense (UFF), vice-presidente da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Acamerj).

Ela explica que é fundamental que haja uma equipe multidisciplinar e preparada para atender idosos, destacando que a adaptação do país ao aumento da população idosa passa por diversos segmentos, desde engenheiros e arquitetos, que podem pensar um mundo mais acessível, até serviços cotidianos.

— A própria comunidade precisa aprender, perder essa figura negativa do idoso, porque ele tem capacidade, vivência e pode produzir muito.

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