Butantan desiste da própria vacina para Covid; entenda
De acordo com o Instituto, a ButanVac teve baixo desempenho nos testes clínicos fase 2
Por O GLOBO — São Paulo
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GERADO EM: 23/08/2024 - 15:01
Instituto Butantan encerra desenvolvimento da ButanVac
O Instituto Butantan desistiu do desenvolvimento da vacina ButanVac devido a baixo desempenho nos testes clínicos fase 2, que mostraram produção de anticorpos abaixo do esperado. A decisão foi tomada em respeito à ciência e à população, buscando rotas mais promissoras para garantir a eficácia e segurança das vacinas contra a Covid-19.
O Instituto Butantan informou nesta sexta-feira (23) que interrompeu o desenvolvimento da ButanVac, candidata vacinal contra a Covid-19. A decisão ocorreu após os resultados dos ensaios clínicos de fase 2 apresentarem desempenho do imunizante abaixo do esperado.
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Essa fase de testes busca avaliar a eficácia da vacina em um pequeno grupo de voluntários. O teste contou com a participação de 400 pessoas. Os resultados mostraram que a ButanVac dobrou a quantidade de anticorpos contra a doença após 28 dias de sua aplicação, quando a meta esperada era que induzisse uma produção de anticorpos quatro vezes maior, já disponível em vacina utilizada pelo Ministério da Saúde.
O Butantan havia acordado com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que o desempenho da nova vacina não deveria ser inferior ao dos imunizantes já utilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para proteger a população contra a Covid. Por ficar aquém dos requisitos pré-estabelecidos, o instituto não dará sequência ao desenvolvimento da Butanvac.
“O ensaio clínico cumpriu o seu papel. No Butantan, temos respeito absoluto pelo processo e resultado científicos. Por isso, a população pode acreditar na gente. Quando dizemos que uma vacina é boa, é porque os estudos demonstraram isso. Nesse caso, o desfecho não demonstrou a imunogenecidade esperada. Por isso, interrompemos o seu desenvolvimento e vamos seguir rotas mais promissoras. Nosso compromisso é com a ciência e a saúde da população”, afirma Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, em comunicado.